“Guardamos o domingo... porque o mundo em geral guarda esse dia”. – Citação do livro: “Sabatismo à Luz da Palavra de Deus.”
“Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol (domingo).” – (Codex Justinianus, lib. 13, tit. 12, par. 2/3).
“Aqui no Brasil ocorreu, há 40 anos, um fato interessante. Os Batistas, movidos por espírito polêmico, atacavam, pela imprensa, o aspersionismo e o pedobatismo, pelo fato de um órgão presbiteriano defender essas práticas. Num desses ataques, O Jornal Batista aventou a idéia de que não há na Bíblia prova taxativa para justificar o batismo de crianças, e isso era uma razão para não o aceitar. Em réplica, O Puritano, órgão então oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, editado no Rio de Janeiro, em edição de 7 de Maio de 1925, afirmava:
“Se pelo fato de não termos na Bíblia uma prova absoluta e taxativa para o batismo infantil, isto tira o valor da doutrina, diga-nos aqui à puridade o bom do Jornal (órgão Batista): Em que fica o colega com a guarda do domingo e não do Sábado?
“Pode o colega mostrar no Novo Testamento, de modo positivo, um mandamento para a guarda do domingo? Damos dois mil contos, ao colega, se no-lo apresentar...” – Subtilezas do Erro, pág. 171, A.B. Christianini.
Diante de tal argumento, o órgão batista calou-se, e “perdeu ótima oportunidade de ‘ganhar’ dois milhões de cruzeiros, naqueles tempos... por quê? Porque a guarda do domingo, bem como o aspersionismo e o pedobatismo são práticas pagãs que se infiltraram na Igreja Cristã.” – Idem.
Neste conflito, os Adventistas, outra vez, saem ganhando, porque aceitam o batismo por imersão e observam o Sábado, que são doutrinas fundamentais do Novo Testamento.
Dizem que o Sábado é do Antigo Testamento e o domingo do Novo Testamento, razão porque pregam os evangélicos ser o domingo o dia de guarda hoje.
Só existem oito textos nas Escrituras que falam do primeiro dia da semana; porém, não o chamam de domingo. Tal nome é estranho à Bíblia.
Se as Escrituras Sagradas mandam ou autorizam a troca do sétimo dia para o primeiro dia da semana, tem que estar nestes oito textos.
O dia como Deus o criou é composto de duas partes. Escura e clara (Gên. 1:1-5). Contado de uma tarde (pôr-do-Sol) a outra tarde (pôr-do-Sol). Esta é a maneira de Deus definir o período de 24 horas que é um dia. – Eis a prova: Gênesis 1:5 – “E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia.”
Neemias 13:19 – “Sucedeu pois que, dando às portas de Jerusalém já sombra antes do Sábado...”
Marcos 15:42 – “E tendo chegado a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, véspera do Sábado.”
Pois bem, estudemos então os textos do Novo Testamento que mencionam o primeiro dia da semana.
1 “E, no fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.” Mateus 28:1.
Este texto foi escrito no ano 62 d.C., ou seja, 31 anos depois da ressurreição de Jesus, e nele nada há indicativo da mudança do Sábado para o domingo. Apenas define que duas Marias, discípulas do Senhor, guardavam o Sábado, e ao findá-lo, no pôr-do-Sol, correram ao sepulcro, esperançosas de rever o corpo do Mestre. Prova que, após a morte de Jesus, o dia que se guardava, era o Sábado.
2 “E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do Sol.” Marcos 16:2.
No verso 1, as mulheres esperaram passar o Sábado, o santo dia do Senhor; chegado o primeiro dia, elas foram ao sepulcro. Consequentemente o domingo era estranho a todos os discípulos; porém, o Sábado continuava como dia santificado. Também esta Escritura data de 31 anos após a morte de Jesus, e Marcos menciona que o Sábado é o Dia do Senhor (Mar. 2:28), ao passo que desconhece completamente o domingo.
3 “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual, tinha expulsado sete demônios.” Marcos 16:9.
Também este texto foi escrito 31 anos após a ressurreição de Jesus e nada há aqui que abone a santidade do domingo. Simplesmente vemos que a profecia de que o Senhor ia ressuscitar ao terceiro dia cumpriu-se. E Jesus assim demonstrou fidelidade à Sua santa lei, pois descansou no Sábado, da obra de criação, e agora dá provas que descansou da obra de redenção, permanecendo no sepulcro no Sábado. Por conseguinte, Seus trabalhos de criação e redenção foram realizados sem a transgressão do Sábado.
4 “E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.” Lucas 24:1.
Lucas escreveu isso no ano 64 d.C., 33 anos depois da ressurreição do Senhor, e, como os outros evangelistas, nada abona em favor da santidade do domingo. Porém, uma coisa Lucas deixa claro, no verso 56 do capítulo 23, isto é: que o Sábado era e é o dia do Senhor. Lemos: “E voltando elas, prepararam especiarias e unguentos, e no Sábado repousaram, conforme o mandamento.”
5 “E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.” João 20:1.
Este texto foi escrito no ano 97 d.C., 66 anos depois de Jesus ressuscitar, e também nada acrescenta a favor do domingo. Nada mesmo!
6 “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus... e disse-lhes: Paz seja convosco.” João 20:19.
Crêem os cristãos que discordam do Sábado, que este texto lhes assegura ser uma reunião religiosa dominical, e por isso o Sábado cedeu seu lugar ao domingo. Será mesmo assim? Não! Por que sei? Eis as razões:
• Os discípulos se ajuntaram com medo dos judeus e não para uma reunião religiosa regular. A intenção era esconder-se.
• Os discípulos não criam que Jesus havia ressuscitado. Leia: Mar. 16:11; 13-14; Luc. 24:37; João 20:24-27. Se não criam, evidentemente não era esta uma reunião religiosa, nem dominical.
• Jesus também não transformou esta reunião em cerimônia religiosa, muito menos em Santa Ceia. Comeu, sim, peixe assado e mel (Luc. 24:38-43), para provar aos discípulos que era Ele mesmo, e não um fantasma. OBSERVAÇÃO: Não foi ótima ocasião para Jesus dizer aos discípulos que o domingo era agora o dia santificado? Por que não disse? Ora, porque o Sábado é eterno e santo, como Ele próprio. (Esta “reunião” se deu na habitação dos discípulos – Atos 1:13).
Observe que já estudamos seis dos oito versos onde é mencionado o primeiro dia da semana. E nada de concreto, definido, claro com relação à mudança do Sábado para o domingo.
7 “E, no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia noite.” Atos 20:7.
Este texto, depois de “esmiuçado” e comparado com outros, estribado na lógica e bom senso, dará uma mensagem diferente daquela que hoje se crê, que tal acontecimento foi uma reunião de Santa Ceia. CONSIDEREMOS:
• Não se pode assegurar que esta foi uma Santa Ceia, porque “partir o pão” era um costume, uma ceia-refeição, um jantar entre os irmãos para alargar o sentimento cristão e o desenvolvimento do amor mútuo (Atos 2:42, 46). Era uma prática ótima, tão boa que motivou a unidade que o Espírito Santo precisava no Pentecostes. Este costume também imprimiu neles um profundo sentimento humanitário, pois não havia necessitados entre eles (Atos 2:45), e os pobres de Jerusalém por eles foram socorridos (Rom. 15:25 e 26). Finalmente, não podia ser Santa Ceia, pois não usaram o suco da vide, não procederam ao lava-pés (João 13:1-15; I Tim. 5:10); e muito menos há indícios sequer da Santa Ceia celebrada pelo mesmo Paulo (I Cor. 11:23-29). Ademais, o costume era partir o pão em casa (de casa em casa – Atos 2:46), o que prova ser uma refeição amigável, apenas.
• Nesta descrição – “E no primeiro dia da semana ajuntaram-se os discípulos...” entende-se com clareza tratar-se da noite do Sábado; pois que o dia é contado de pôr-do-Sol à pôr-do-Sol. Se assim é, o que ocorreu então? Paulo passou com os discípulos o Sábado, como era seu costume (Atos 17:2); e, ao terminar o dia, no pôr-do-Sol, e começar o primeiro dia (início da noite de Sábado), Paulo que teria de partir no dia seguinte (parte clara do primeiro dia da semana), desejou usufruir da presença dos discípulos, e isso foi até à meia noite (lógicamente do Sábado). Entretanto, foi uma reunião acidental, cujo motivo principal era o fato de ter Paulo que se ausentar dos irmãos, em cuja presença estivera durante uma semana (Atos 20:6). Se esta partida se desse numa terça, quarta ou quinta-feira, Paulo, como desejava, alargaria a prática até à meia noite anterior à sua viagem. QUANTO AO MAIS, OBSERVEMOS:
• Paulo, como bom judeu, não poderia iniciar uma viagem no Sábado. De sorte que o aproveitou em assuntos espirituais, estendendo a prática por toda a tarde (conforme seu costume: Atos 16:13), e iniciando uma vigília até domingo de manhã, quando o navio havia de partir (Atos 20: 11).
• Caso admitamos que a reunião se deu no domingo, e como a noite de domingo já é o início da segunda-feira (segundo a contagem de tempo de Deus), por conseguinte a “Santa Ceia” se deu na segunda-feira, e não no domingo.
• Mesmo que esta reunião tenha se dado no domingo, mesmo que fosse uma Santa Ceia, ainda não há autorização expressa, específica, comprobatória da mudança do Sábado para o domingo. Pelo contrário, no tocante ao Sábado, Paulo o menciona diversas vezes, numa proporção de 10x1, em comparação ao primeiro dia da semana (Atos 18:1-3, 4, 11; 19: 8,10). 8 “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá ajuntando para que se não façam coletas quando eu for.” I Coríntios 16:2.
Submetamos também este texto ao crivo das Escrituras, para que os irmãos se sirvam dele para o bem. A tradução Almeida Revista e Corrigida omite a palavra EM CASA. Porém, a própria tradução Almeida, Revista e Atualizada, acrescentou tal expressão porque, de fato, ela consta do original. Nota-se por isso a sinceridade do tradutor que, sendo adepto do domingo, incluiu a expressão em casa, pois, se não fizesse isso, porporcionaria forte argumento a favor da crença de que a coleta era na igreja. Daí, há que se deduzir:
• Paulo soube que os crentes de Jerusalém (Atos 11:28 e 29) estavam em grandes necessidades, e os discípulos decidiram socorrê-los.
• O apóstolo então pediu aos irmãos que sistematicamente, em casa, no primeiro dia da semana, fossem ajuntando alguma coisa; dinheiro, alimento, roupa, sandálias, etc. E por que, no primeiro dia da semana? Ora, é o primeiro dia não somente de atividades e trabalhos, como marca o início de um novo ciclo semanal, logo após passado o Sábado do Senhor. (Leia estes versos e comprove como Paulo se envolveu nesta coleta filantrópica: Rom. 15:25 e 26; compare com Atos 19:21; 20:3; 24:17; I Cor. 16:1-5; II Cor. 8:1-4; 9:1 e 2). Deviam, portanto, ir ajuntando conforme sua prosperidade para que, quando Paulo fosse ter com eles, no Sábado, apanhasse a oferta. Agora, por que sei que Paulo iria à igreja no Sábado?
RAZÕES
• Era o dia que Paulo tinha por costume ir à igreja (Atos 17:2), portanto era nele que os irmãos, judeus e gentios, levariam suas dádivas à casa de Deus.
• Paulo trabalhava durante a semana e no Sábado ia à igreja. Atos 18:1-4.
Bem, acabaram-se os textos (8 apenas), em que os cristãos hoje se baseiam para advogar a tese da santidade do domingo. Neles não encontramos nada que dê, pelo menos, alguma pista para a aceitação do domingo tomando o lugar do Sábado. Por outro lado, acompanhe Paulo e veja como ele tratava o Sábado.
Atos 18:1-3 – Aqui prova que Paulo trabalhava fazendo tendas, durante a semana.
Atos 18:4 – Neste, prova-se que Paulo não trabalhava no Sábado, mas ia à igreja, pregar para gregos, prosélitos e judeus.
Atos 18:11 – Lucas diz que Paulo assim procedeu em Corinto, trabalhando durante a semana, descansando aos Sábados, durante um ano e seis meses (18 meses). Ou seja, 78 Sábados guardados e, em nenhum deles, Paulo mencionou tivesse o Sábado sido abolido ou cedido seu lugar ao domingo.
Atos 19:8-10 – Paulo, em Éfeso, pregou o vangelho durante dois anos e três meses (27 meses), ininterruptamente. Isto é, 116 Sábados guardados. Nada de domingo.
A Epístola aos Romanos, que é a carta de exaltação à Lei de Deus, foi escrita de Corinto, durante a terceira viagem missionária de Paulo (Atos 20:1-3), no inverno de 57-58 d.C. (Rom. 16:23; I Cor. 1:14; II Tim. 4:20). Nesta cidade, onde Paulo implantou o cristianismo puro e genuíno, confirmando por exemplo a santidade do Sábado, escreveu sua epístola aos cristãos de além-mar, e nada falou sobre a pseudo-santidade dominical.
A Epístola aos Gálatas também foi escrita de Corinto, pela mesma época, e é um severo rebate aos professores judaizantes que tentaram injetar lá a perniciosa doutrina da justificação pelas obras da Lei Cerimonial; porém, nada promulgou Paulo em favor do primeiro dia da semana.
A Epístola aos Tessalonicenses também foi escrita de Corinto (I Tess. 3:1,6 – comparar com Atos 17:15) pelo ano de 51-52 d.C. Era este grupo uma igreja exclusivamente de gentios (I Tess. 1:1,9), e, no entanto, Paulo nada informou da santidade do domingo.
A Epístola aos Coríntios foi escrita de Éfeso (I Cor. 16:8), na primavera de 57 d.C. onde Paulo trabalhou durante três anos (Atos 20:31). A Igreja de Corinto foi estabelecida em sua segunda viagem missionária, onde Paulo fez 18 meses de evangelismo, e nunca falou sobre a guarda do domingo.
Nas igrejas de Corinto e Éfeso (esta era, principalmente, de formação gentílica – Efé. 1:1; 2:11; 4:17), onde passou grande parte de sua vida ministerial, Paulo estabeleceu entre outras doutrinas os dons espirituais, mas nunca situou o domingo como tomando o lugar do Sábado. É inconcebível que, ao estabelecer-se uma igreja, o corpo doutrinário não fique definido! – Por que então Paulo nunca falou, sequer uma vez, da santidade do domingo? CONCLUSÃO – Paulo, o missionário que implantou o cristianismo entre os gentios, estabeleceu várias igrejas (Atos 16:5; 18:22; Gál. 1:22; I. Cor. 16:19; II Cor. 8:1, etc). Ungiu diversos presbíteros e diáconos (Atos 14:23; 20:17). Empossou líderes na igreja (I Cor. 12), mas nunca mencionou nada que abonasse o domingo entre os cristãos judeus ou gentios convertidos. Pelo contrário, em Éfeso e Corinto guardou e pregou em 194 Sábados, durante três anos e nove meses, estando semanalmente com os irmãos. Ora, convenhamos, se não falou em nenhuma oportunidade que o domingo ocupou o lugar do Sábado, é porque não aceitava assim.
O escritor de Atos foi o gentio Lucas. Escreveu tudo sobre os Atos dos Apóstolos, especialmente os de Paulo, e nada falou da mudança do Sábado para o domingo. Irmão, não resista mais. Nada há de concreto, palpável, claro a respeito do domingo no Novo Testamento, o que não se dá com o Sábado, que é uma realidade em toda a Bíblia. Só no Novo Testamento há 59 referências ao Sábado (ver pág. 133). Paulo cumpriu em sua vida a Lei Moral dos Dez Mandamentos, trabalhava seis dias da semana, e descansava um dia; e a Bíblia assegura que era o Sábado. PARA VOCÊ PENSAR – Depois da ressurreição, Cristo passou 40 dias instruindo Seus discípulos sobre o estabelecimento de Sua igreja e, no entanto, não disse que o Sábado foi transferido para o domingo por causa de Sua ressurreição. Seria desumano, bem como grande crueldade e desamor, deixar Sua mãe, o apóstolo amado, Pedro e tantos outros enganados! Se realmente o Sábado tivesse sido abolido, Jesus diria abertamente. Creia!
Entretanto, o ensino claro de Cristo foi este, preste atenção: Olhando o Mestre a iminente destruição de Jerusalém cerca de 40 anos depois de Sua ascenção, Ele deu este conselho aos discípulos:
Mateus 24: 20
“...Orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Sábado.”
Ora, irmão, Jesus deixa claro como a luz solar que, muito tempo depois de Sua ressurreição, o Seu povo deveria guardar o Sábado e não o domingo. A preocupação divina salta aos olhos. “Orai”, lembrou o Mestre. Esta expressão denota a sacrossantidade do Sábado. Estava Jesus preocupado em que Seus amados discípulos pudessem violar o santo Sábado depois que subisse ao Céu.
O que Jesus desejava é que os discípulos tivessem o Sábado em mente todas as vezes que orassem, já que se avizinhava a grande destruição de sua cidade. (A fuga se deu numa quarta-feira do ano 70, quando Jerusalém foi destruída, e assim evitou-se a transgressão do Sábado, com cargas, barulho, nervosismo, etc.).
Consequentemente, nem a morte, nem a ressurreição de Cristo, exerceram qualquer efeito quanto à mudança que hoje se propaga nos meios evangélicos. Portanto, fica patente: domingo não é, nunca foi, e nunca será símbolo da ressurreição. O batismo sim, o é!
Jesus foi o maior defensor do Sábado. Criou, santificou, abençoou, guardou e ensinou que ele estaria eternamente em vigor (Mat. 5:17 e 18), mesmo porque o Sábado é o memorial, o Selo de Sua Criação.
Nos dias de Jesus, o mandamento do Sábado era oficial, reverenciado, observado e definido. Eis o testemunho do evangelista a respeito da morte de Jesus:
Lucas 23: 53-56
“E havendo-O tirado, envolveu-O num lençol, e pô-Lo num sepulcro cravado numa penha, onde ninguém havia sido posto. E era o dia da preparação, e amanhecia o Sábado. E as mulheres, que tinham vindo com Ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o Seu corpo e, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos: E no Sábado repousaram, conforme o mandamento.”
O Sábado era amado por Jesus, daí Sua suprema preocupação em que não fosse transgredido por Seus amigos. O Senhor nunca foi contra este mandamento, nem jamais o tencionou mudar; pelo contrário, ordenava que os discípulos dessem ouvidos aos ensinos dos sacerdotes, e estes eram zelosos do Sábado. Sua preocupação, porém, era para observá-lo diferente dos tais ensinadores (Mat. 23:3), e por quê? – Porque coavam um mosquito e engoliam um camelo (Mat. 23:24). O Sábado deveria ser um dia deleitoso, digno de honra (Isaías 58:13), um dia aprazível, agradabilíssimo, mas os legalistas dele fizeram um dia da maior tristeza, um fardo mais pesado que um elefante.
Destaco do comentário de Taylor, Evangelho de João, Vol. 1 – págs. 126, 127 e 129, algumas tradições impostas sobre o Sábado:
“Os rabis fizeram uma lista de quarenta formas de trabalho menos uma. Se um homem praticasse no Sábado qualquer uma, devia ser apedrejado. Essas 39 categorias de trabalho eram chamadas ‘pais’ e cada ‘pai’ tinha ‘filhos’ de tradição sabática. Por exemplo, lavrar era um dos trinta e nove pais. Um filho de lavrar era cavar. E cavar abrangia muita coisa. Era proibido puxar uma cadeira de um lugar para outro no Sábado, pois podia cavar uma linha no assoalho.
“Permitia-se que um homem cuspisse na calçada no Sábado e que procurasse espalhar o cuspe com o pé, pois na calçada o pé não fazia sulco; mas o mesmo ato no chão era pecado, pois o pé, apagando o sinal do cuspe no chão, faria um sulco na terra, cavava.
“Outro pai era carregar peso e que numerosa descendência tinha! Não se permitia a um homem que levasse na boca a dentadura postiça no Sábado, pois era filho desse pai proibido.
“Um alfaiate não podia sair com sua agulha nem o escriba com sua pena, na sexta-feira de tarde, para não arriscar a possibilidade de voltar depois do pôr-do-Sol, e estar carregando esses pesos no Sábado.
“Outro pai proibido era colher, ceifar. Temos a narrativa da ofensa dos discípulos comendo grãos de trigo. Uma senhora não devia olhar-se no espelho no Sábado; podia ver um cabelo branco e ser tentada a arrancá-lo.
“Era proibido andar mais de 2.000 cúbitos (1.320 metros) no Sábado. Mas um fariseu que quisesse ir além poderia na sexta-feira pôr sua comida nesse ponto. Chegando ao fim dos dois mil cúbitos e achando a comida, diria: ‘Ah! eu estou em casa!’
“Não se podia comer um ovo que a galinha pusesse no Sábado. Mas se se dissesse: ‘Esta galinha se destina à mesa mais tarde’ – então poderia comer o ovo. Era apenas um pedaço da galinha que caíra, e se comia na intenção de equipará-la ao banquete de galinha assada que se teria, em outro dia.
“Havia um regulamento comprido sobre o nó que se poderia amarrar no Sábado, sendo proibido o nó de marinheiro e do condutor de camelos. Não se podia escrever juntas duas letras do alfabeto.
“Sapatos em que havia pregos não se podia calçar, pois isso seria carregar peso. Só se poderia calçar sapato costurado (o que somente os ricos e os fariseus poderiam adquirir). Também era lícito usar os dois sapatos, mas não um só, caso um homem estivesse com um calo ou ferida no pé. Um pão não se constituiria peso se carregado por dois homens, mas, um homem só carregando, então seria peso. Um judeu não podia tomar vinagre na boca, no Sábado, para aliviar a dor de dentes com bochecho, sem o engolir. Mas podia molhar a escova no vinagre.” PENSE NISTO: Dois fariseus saindo da padaria carregando uma bisnaga. Cada um segurando um lado do pão. Não é para sorrir? É “sinceridade” demais!
Assim, a letra matou o deleite do Sábado. Felizmente Jesus libertou a alegria do Sábado destas tradições odiosas e inconsequentes e realçou o Sábado ao seu devido lugar. Sim, o Sábado, o memorial da criação de Deus é um dia deleitoso, agradável, espiritual. Deve ele servir ao homem e não o homem escravizar-se por ele, com infindas tradições tolas (Mat. 23:4; Luc. 11:46). Este Sábado feliz, Jesus aprova.
Por isso disse o Mestre: “...o Sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do Sábado.” (Mar. 2:27). Sim, o Sábado não necessita do homem. O homem é que necessita do Sábado, porém, livre dos disparates mencionados. Por isso Deus criou o homem primeiro, depois o Sábado, para atender suas necessidades: repouso, meditação, devoção espiritual, etc.
“O Sábado foi feito por causa do homem...” – Sim, para sua felicidade, para seu benefício, para o bem-estar de seu corpo. Logicamente, o homem deve guardá-lo, haja vista Deus tê-lo feito por sua causa; seria portanto falta de respeito e ingratidão para com o Criador o homem recusar aceitar algo criado para ele mesmo. Deus não faria nada para o homem que não fosse bom. E, se é bom, porque cancelar ou mudar? O caráter de Deus não muda. Sal. 89:34; Deut. 4:2.
Trata-se de causa e efeito: A causa, o homem. O efeito, o Sábado. Enquanto a causa (homem) existir, o efeito (Sábado) existirá como repouso de Deus para ele. Devemos ser coerentes com a palavra do Mestre. O Sábado foi feito por causa do homem e não do judeu. E Sua palavra proclama a universalidade do Sábado, porque o homem habita todo o nosso Planeta. “Deus ordenou que o Sábado fosse uma bênção, não uma carga, e é do interesse do homem, e não em seu prejuízo, o observá-lo. Foi designado para aumentar sua felicidade, não para causar-lhe dificuldade.” – The Sevent-Day Adventist Bible Commentary – Vol. 5, pág. 588.
Esta verdade não se prende ao domingo (primeiro dia da semana) que já existia quando o homem foi criado, cinco dias depois. Por conseguinte Jesus não somente é Senhor do Céu, da Terra, do mar, mas até do Sábado (Mar. 2:27; Mat. 12:8). Então, qual é o Dia do Senhor? – Resposta: O Sábado, reconhecido por João em Apocalipse 1:10. Deus o chama: “Meu santo dia”. Isaías 58:13.
Efetivamente, nenhum dos apóstolos, muito menos o apóstolo amado, João, deu título sagrado ao domingo. Simplesmente denominaram-no de “o primeiro dia da semana”. Evidente que não podia dar. Nem o próprio Criador deu.
Se os apóstolos não deram santidade ao domingo, se Jesus não deu, quem então o fez? Que pena! Quem deu santidade ao domingo, quem o fez símbolo da ressurreição de Jesus, quem o estabeleceu como dia santificado e de guarda, foi justamente aquela que os protestantes hoje desdenham: a Igreja Romana. Aqui as provas transcritas do livro Estudos Bíblicos, páginas 405-407, editado pela CPB:
“Nós, católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.” – Pe. Júlio Maria, em Ataques Protestantes, p. 81.
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo, transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor: de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” – Monitor Paroquial de 26 de Agosto de 1926, Socorro, SP. Grifos meus.
“Pelo próprio ato da mudança do dia de descanso para o domingo, o qual todos os protestantes aceitam; e portanto, contradizem-se positivamente, observando estritamente o domingo, e violando a maioria dos outros dias de festa ordenados pela mesma igreja.” – Abridgment of Christian Doctrine, Rev. Henry Tuberville, D.D. do Douay College, França, 1649, pág. 58, grifos meus.
“A Igreja Católica, por sua própria infalível autoridade, criou o domingo como dia santificado para substituir o Sábado, da velha lei.” – Kansas City Catholic, 9 de Fevereiro de 1893.
“A Igreja Católica... em virtude de sua divina missão, mudou o dia de Sábado para o domingo.” Catholic Mirror (espelho católico), órgão oficial do Cardeal Gibbons, de 23 de Setembro de 1893, grifos meus.
“O domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser definida por princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é possível encontrar uma única passagem que autorize a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da semana.” – Catholic Press – Sidney, Austrália. 25 de Agosto de 1900.
“A Igreja de Deus porém, asachou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do Sábado... em virtude da ressurreição de nosso Salvador.” – Catecismo Romano, edição 1566, pág. 440, parág. 5:18.
“Observamos o domingo em vez do Sábado, porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia (364 a.D.) transferiu a solenidade do Sábado para o domingo.” – The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine, Rev. Peter Geierman, C.S.S.R.) pág. 50 – terceira edição, 1913, obra que recebeu a bênção apostólica do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de 1910.
“Podereis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse e não encontrareis uma única linha que autorize a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca santificamos.” – Cardeal Gibbons em the Faith of Ours Fathers, edição de 1892.
“A Bíblia manda santificar o Sábado, não o domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi a tradição católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no domingo, aboliu a observância do Sábado.” – O Biblismo, pág. 106, Padre Dubois – Belém.
“Não tivesse ela (Igreja Católica) esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam todos os religionistas modernos – não poderia haver substituído a observância do Sábado do sétimo dia, pela do domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.” – Um Catecismo Doutrinal, Rev. Stephan, pág. 174.
Agora observe o respaldo dos citados “religionistas modernos”:
CONGREGACIONALISTAS: “Não existe na Bíblia mandamento que requeira de nós a observância do primeiro dia da semana como sendo o Sábado cristão.” – Mode and Subjects of Baptism, por Fowler.
METODISTAS: “É certo não haver mandamento positivo para o batismo infantil... Tampouco o há para santificar o primeiro dia da semana.” – Theological Compend (1902), Rev. Amós Binneyas, 180 e 181.
LUTERANOS: “A observância do domingo não se baseia em nenhum mandamento de Deus, mas sim na autoridade da igreja.” – Augsburg Confession of Faith citado em Cox’s Sabbath Manual, pág. 287.
PRESBITERIANOS: “Deus instituiu o Sábado na criação do mundo separando para este fim o sétimo dia, e impôs sua observância como obrigação universal, moral e perpétua.” – Dr. Archibaldo A. Hodge, da Comissão Presbiteriana de Publicidade.
PENTECOSTAIS: “A Bíblia nos mostra a sagrada Lei de Deus: ‘faça isto’, ‘não farás!’. Êxo. cap. 20. E essa Lei deveria ser observada, cumprida rigorosamente – e até aos nossos filhos a deveríamos fazer conhecer. Deut. 6: 1-13. A Palavra de Deus é, sob certos aspectos, autoritária! Ela nos fala de modo imperativo.” – Lições Bíblicas, 7-12/1966, Dir. Respons. Pastor Emílio Conde, pág. 12.
BATISTAS: “Cremos que a Lei de Deus é a base eterna e imutável do Seu governo moral (Rom. 3: 31. Mat. 5: 17. Luc. 16:17. Rom. 3:20); que essa Lei é santa, justa e boa (Rom. 7: 12. Sal. 119); que a incapacidade dos homens decaídos, da qual falam as Escrituras, para cumprirem os seus preceitos, provém unicamente do seu amor ao pecado (Rom. 8: 7-8. Jos. 24: 19. Jer. 13:23. João 6:44); que um dos principais objetivos do evangelho é o de libertar os homens do pecado e restaurá-los em Cristo a uma obediência sincera dessa santa lei, concorrendo para isso os meios da Graça proporcionados em conexão com a igreja visível (Rom. 8:2-4. Heb. 8: 10. Heb. 12.22-25).” – Manual das Igrejas Batista, por Willian Carey Taylor, 4a. Edição, 1949, pág. 178, Artigo XII – Casa Publicadora Batista.
MÓRMONS – “Há aqueles que gostariam de destruir o Decálogo, ou os Dez Mandamentos... Tais mandamentos não foram ab-rogados, nem anulados e estão em vigor hoje da mesma forma como estiveram quando pronunciados em meio aos trovões no Monte Sinai, embora não sejam observados.” – Joseph Fielding Smith, The Heed to Yourselves, pág. 133.
Eis aí, declarações sinceras. O Sábado é inegável. É bíblico. É eterno. É divino. Infelizmente só não é colocado em prática. Leia, irmão, Atos 5:29.
Assim, amado, grande número de escritores protestantes e autoridades evangélicas em geral admitem que foi por autoridade da Igreja Romana e não por ordem divina ou apostólica que o domingo tomou o lugar do Sábado, e passou a ser santificado pela cristandade. Destaco por fim, o Dr. Edward T. Hiscox, autor do Manual Batista, que fez perante um grupo de ministros, a seguinte honesta afirmação:
“Havia e há um mandamento para santificar-se o Sábado, mas aquele Sábado não era o domingo. Será dito, talvez, e com ostentação de triunfo, que o Sábado foi transferido do sétimo para o primeiro dia da semana, com todos os seus deveres, privilégios e sanções. Desejando ardentemente informações sobre este assunto, que tenho estudado por muitos anos, pergunto: Onde se pode achar o relato de tal transferência? Não no Novo Testamento, absolutamente não! Não há na Escritura evidência de mudança da instituição do Sábado, do sétimo dia da semana.
“É para mim incompreensível que Jesus, vivendo durante três anos com Seus discípulos, conversando com eles muitas vezes sobre a questão do Sábado, tratando-o nos seus vários aspectos, ressalvando-o das falsas interpretações, nunca Se referisse a uma transferência desse dia; mesmo durante os quarenta dias de vida após Sua ressurreição, tal coisa não foi indicada. Nem tampouco, quanto ao que sabemos, o Espírito Santo, que fora enviado para lhes fazer lembrar tudo quanto haviam aprendido, tratou desta questão. Nem ainda os apóstolos inspirados, pregando o evangelho, fundando igrejas, aconselhando e instruindo, discutiram ou abordaram o assunto.
“...estou bem certo de que o domingo foi posto em uso como dia religioso, bem no princípio da história cristã, pois assim aprendemos dos pais da igreja e de outras fontes. Mas que pena ter vindo ele estigmatizado com a marca do paganismo e crismado com o nome do Deus Sol, quando adotado e sancionado pela apostasia papal, e dado ao protestantismo como um legado sagrado.” – De um discurso feito em 13 de Novembro de 1893, – (citado em Sub. do Erro, A.B. Christianini, págs. 169/170 – CPB, grifos meus). Este discurso foi reproduzido parcialmente no The Watchman Examiner, Órgão Batista editado em Nova York, edição de 16 de Novembro de 1893.
Assim, meu irmão, se nada há de concreto que abone o domingo como substituindo o Sábado, e o próprio Senhor sequer o menciona, para onde ir?
Verdade é que Jesus:
• Não transgrediu o Sábado (Mat. 24:20);
• Não o alterou (Mat. 5:17 e 18);
• E ao morrer disse: “Está consumado” (João 19:30).
Portanto, ninguém se atreva a anular ou acrescentar (Apoc. 22:18-19).
• O Sábado é o dia do Senhor: (Mat. 12:8; Mar. 2:28; Apoc. 1:10).
• Deus confirma: “Não Mudarei” (Deut. 4:2; Sal. 89:34).
• Não mente (Tito 1:2). A palavra do Mestre tem que prevalecer (I Tim. 6:3).
O domingo não é bíblico. Que fará Deus?
• A “planta” domingo será arrancada.
“...toda planta que Meu Pai Celestial não plantou, será arrancada.” Mateus 15:13.
Pense bem:
Se Jesus surgisse hoje ensinando publicamente, não repetiria as palavras de 2.000 anos atrás? Estas:
“Por que transgredis vós também os Mandamentos de Deus pela vossa tradição?” (Mateus 15:3).
“Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” (Mateus 15:9).
“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Heb. 10:31).
Abraço!!!
“Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol (domingo).” – (Codex Justinianus, lib. 13, tit. 12, par. 2/3).
“Aqui no Brasil ocorreu, há 40 anos, um fato interessante. Os Batistas, movidos por espírito polêmico, atacavam, pela imprensa, o aspersionismo e o pedobatismo, pelo fato de um órgão presbiteriano defender essas práticas. Num desses ataques, O Jornal Batista aventou a idéia de que não há na Bíblia prova taxativa para justificar o batismo de crianças, e isso era uma razão para não o aceitar. Em réplica, O Puritano, órgão então oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, editado no Rio de Janeiro, em edição de 7 de Maio de 1925, afirmava:
“Se pelo fato de não termos na Bíblia uma prova absoluta e taxativa para o batismo infantil, isto tira o valor da doutrina, diga-nos aqui à puridade o bom do Jornal (órgão Batista): Em que fica o colega com a guarda do domingo e não do Sábado?
“Pode o colega mostrar no Novo Testamento, de modo positivo, um mandamento para a guarda do domingo? Damos dois mil contos, ao colega, se no-lo apresentar...” – Subtilezas do Erro, pág. 171, A.B. Christianini.
Diante de tal argumento, o órgão batista calou-se, e “perdeu ótima oportunidade de ‘ganhar’ dois milhões de cruzeiros, naqueles tempos... por quê? Porque a guarda do domingo, bem como o aspersionismo e o pedobatismo são práticas pagãs que se infiltraram na Igreja Cristã.” – Idem.
Neste conflito, os Adventistas, outra vez, saem ganhando, porque aceitam o batismo por imersão e observam o Sábado, que são doutrinas fundamentais do Novo Testamento.
Dizem que o Sábado é do Antigo Testamento e o domingo do Novo Testamento, razão porque pregam os evangélicos ser o domingo o dia de guarda hoje.
Só existem oito textos nas Escrituras que falam do primeiro dia da semana; porém, não o chamam de domingo. Tal nome é estranho à Bíblia.
Se as Escrituras Sagradas mandam ou autorizam a troca do sétimo dia para o primeiro dia da semana, tem que estar nestes oito textos.
O dia como Deus o criou é composto de duas partes. Escura e clara (Gên. 1:1-5). Contado de uma tarde (pôr-do-Sol) a outra tarde (pôr-do-Sol). Esta é a maneira de Deus definir o período de 24 horas que é um dia. – Eis a prova: Gênesis 1:5 – “E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia.”
Neemias 13:19 – “Sucedeu pois que, dando às portas de Jerusalém já sombra antes do Sábado...”
Marcos 15:42 – “E tendo chegado a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, véspera do Sábado.”
Pois bem, estudemos então os textos do Novo Testamento que mencionam o primeiro dia da semana.
1 “E, no fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.” Mateus 28:1.
Este texto foi escrito no ano 62 d.C., ou seja, 31 anos depois da ressurreição de Jesus, e nele nada há indicativo da mudança do Sábado para o domingo. Apenas define que duas Marias, discípulas do Senhor, guardavam o Sábado, e ao findá-lo, no pôr-do-Sol, correram ao sepulcro, esperançosas de rever o corpo do Mestre. Prova que, após a morte de Jesus, o dia que se guardava, era o Sábado.
2 “E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do Sol.” Marcos 16:2.
No verso 1, as mulheres esperaram passar o Sábado, o santo dia do Senhor; chegado o primeiro dia, elas foram ao sepulcro. Consequentemente o domingo era estranho a todos os discípulos; porém, o Sábado continuava como dia santificado. Também esta Escritura data de 31 anos após a morte de Jesus, e Marcos menciona que o Sábado é o Dia do Senhor (Mar. 2:28), ao passo que desconhece completamente o domingo.
3 “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual, tinha expulsado sete demônios.” Marcos 16:9.
Também este texto foi escrito 31 anos após a ressurreição de Jesus e nada há aqui que abone a santidade do domingo. Simplesmente vemos que a profecia de que o Senhor ia ressuscitar ao terceiro dia cumpriu-se. E Jesus assim demonstrou fidelidade à Sua santa lei, pois descansou no Sábado, da obra de criação, e agora dá provas que descansou da obra de redenção, permanecendo no sepulcro no Sábado. Por conseguinte, Seus trabalhos de criação e redenção foram realizados sem a transgressão do Sábado.
4 “E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.” Lucas 24:1.
Lucas escreveu isso no ano 64 d.C., 33 anos depois da ressurreição do Senhor, e, como os outros evangelistas, nada abona em favor da santidade do domingo. Porém, uma coisa Lucas deixa claro, no verso 56 do capítulo 23, isto é: que o Sábado era e é o dia do Senhor. Lemos: “E voltando elas, prepararam especiarias e unguentos, e no Sábado repousaram, conforme o mandamento.”
5 “E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.” João 20:1.
Este texto foi escrito no ano 97 d.C., 66 anos depois de Jesus ressuscitar, e também nada acrescenta a favor do domingo. Nada mesmo!
6 “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus... e disse-lhes: Paz seja convosco.” João 20:19.
Crêem os cristãos que discordam do Sábado, que este texto lhes assegura ser uma reunião religiosa dominical, e por isso o Sábado cedeu seu lugar ao domingo. Será mesmo assim? Não! Por que sei? Eis as razões:
• Os discípulos se ajuntaram com medo dos judeus e não para uma reunião religiosa regular. A intenção era esconder-se.
• Os discípulos não criam que Jesus havia ressuscitado. Leia: Mar. 16:11; 13-14; Luc. 24:37; João 20:24-27. Se não criam, evidentemente não era esta uma reunião religiosa, nem dominical.
• Jesus também não transformou esta reunião em cerimônia religiosa, muito menos em Santa Ceia. Comeu, sim, peixe assado e mel (Luc. 24:38-43), para provar aos discípulos que era Ele mesmo, e não um fantasma. OBSERVAÇÃO: Não foi ótima ocasião para Jesus dizer aos discípulos que o domingo era agora o dia santificado? Por que não disse? Ora, porque o Sábado é eterno e santo, como Ele próprio. (Esta “reunião” se deu na habitação dos discípulos – Atos 1:13).
Observe que já estudamos seis dos oito versos onde é mencionado o primeiro dia da semana. E nada de concreto, definido, claro com relação à mudança do Sábado para o domingo.
7 “E, no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia noite.” Atos 20:7.
Este texto, depois de “esmiuçado” e comparado com outros, estribado na lógica e bom senso, dará uma mensagem diferente daquela que hoje se crê, que tal acontecimento foi uma reunião de Santa Ceia. CONSIDEREMOS:
• Não se pode assegurar que esta foi uma Santa Ceia, porque “partir o pão” era um costume, uma ceia-refeição, um jantar entre os irmãos para alargar o sentimento cristão e o desenvolvimento do amor mútuo (Atos 2:42, 46). Era uma prática ótima, tão boa que motivou a unidade que o Espírito Santo precisava no Pentecostes. Este costume também imprimiu neles um profundo sentimento humanitário, pois não havia necessitados entre eles (Atos 2:45), e os pobres de Jerusalém por eles foram socorridos (Rom. 15:25 e 26). Finalmente, não podia ser Santa Ceia, pois não usaram o suco da vide, não procederam ao lava-pés (João 13:1-15; I Tim. 5:10); e muito menos há indícios sequer da Santa Ceia celebrada pelo mesmo Paulo (I Cor. 11:23-29). Ademais, o costume era partir o pão em casa (de casa em casa – Atos 2:46), o que prova ser uma refeição amigável, apenas.
• Nesta descrição – “E no primeiro dia da semana ajuntaram-se os discípulos...” entende-se com clareza tratar-se da noite do Sábado; pois que o dia é contado de pôr-do-Sol à pôr-do-Sol. Se assim é, o que ocorreu então? Paulo passou com os discípulos o Sábado, como era seu costume (Atos 17:2); e, ao terminar o dia, no pôr-do-Sol, e começar o primeiro dia (início da noite de Sábado), Paulo que teria de partir no dia seguinte (parte clara do primeiro dia da semana), desejou usufruir da presença dos discípulos, e isso foi até à meia noite (lógicamente do Sábado). Entretanto, foi uma reunião acidental, cujo motivo principal era o fato de ter Paulo que se ausentar dos irmãos, em cuja presença estivera durante uma semana (Atos 20:6). Se esta partida se desse numa terça, quarta ou quinta-feira, Paulo, como desejava, alargaria a prática até à meia noite anterior à sua viagem. QUANTO AO MAIS, OBSERVEMOS:
• Paulo, como bom judeu, não poderia iniciar uma viagem no Sábado. De sorte que o aproveitou em assuntos espirituais, estendendo a prática por toda a tarde (conforme seu costume: Atos 16:13), e iniciando uma vigília até domingo de manhã, quando o navio havia de partir (Atos 20: 11).
• Caso admitamos que a reunião se deu no domingo, e como a noite de domingo já é o início da segunda-feira (segundo a contagem de tempo de Deus), por conseguinte a “Santa Ceia” se deu na segunda-feira, e não no domingo.
• Mesmo que esta reunião tenha se dado no domingo, mesmo que fosse uma Santa Ceia, ainda não há autorização expressa, específica, comprobatória da mudança do Sábado para o domingo. Pelo contrário, no tocante ao Sábado, Paulo o menciona diversas vezes, numa proporção de 10x1, em comparação ao primeiro dia da semana (Atos 18:1-3, 4, 11; 19: 8,10). 8 “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá ajuntando para que se não façam coletas quando eu for.” I Coríntios 16:2.
Submetamos também este texto ao crivo das Escrituras, para que os irmãos se sirvam dele para o bem. A tradução Almeida Revista e Corrigida omite a palavra EM CASA. Porém, a própria tradução Almeida, Revista e Atualizada, acrescentou tal expressão porque, de fato, ela consta do original. Nota-se por isso a sinceridade do tradutor que, sendo adepto do domingo, incluiu a expressão em casa, pois, se não fizesse isso, porporcionaria forte argumento a favor da crença de que a coleta era na igreja. Daí, há que se deduzir:
• Paulo soube que os crentes de Jerusalém (Atos 11:28 e 29) estavam em grandes necessidades, e os discípulos decidiram socorrê-los.
• O apóstolo então pediu aos irmãos que sistematicamente, em casa, no primeiro dia da semana, fossem ajuntando alguma coisa; dinheiro, alimento, roupa, sandálias, etc. E por que, no primeiro dia da semana? Ora, é o primeiro dia não somente de atividades e trabalhos, como marca o início de um novo ciclo semanal, logo após passado o Sábado do Senhor. (Leia estes versos e comprove como Paulo se envolveu nesta coleta filantrópica: Rom. 15:25 e 26; compare com Atos 19:21; 20:3; 24:17; I Cor. 16:1-5; II Cor. 8:1-4; 9:1 e 2). Deviam, portanto, ir ajuntando conforme sua prosperidade para que, quando Paulo fosse ter com eles, no Sábado, apanhasse a oferta. Agora, por que sei que Paulo iria à igreja no Sábado?
RAZÕES
• Era o dia que Paulo tinha por costume ir à igreja (Atos 17:2), portanto era nele que os irmãos, judeus e gentios, levariam suas dádivas à casa de Deus.
• Paulo trabalhava durante a semana e no Sábado ia à igreja. Atos 18:1-4.
Bem, acabaram-se os textos (8 apenas), em que os cristãos hoje se baseiam para advogar a tese da santidade do domingo. Neles não encontramos nada que dê, pelo menos, alguma pista para a aceitação do domingo tomando o lugar do Sábado. Por outro lado, acompanhe Paulo e veja como ele tratava o Sábado.
Atos 18:1-3 – Aqui prova que Paulo trabalhava fazendo tendas, durante a semana.
Atos 18:4 – Neste, prova-se que Paulo não trabalhava no Sábado, mas ia à igreja, pregar para gregos, prosélitos e judeus.
Atos 18:11 – Lucas diz que Paulo assim procedeu em Corinto, trabalhando durante a semana, descansando aos Sábados, durante um ano e seis meses (18 meses). Ou seja, 78 Sábados guardados e, em nenhum deles, Paulo mencionou tivesse o Sábado sido abolido ou cedido seu lugar ao domingo.
Atos 19:8-10 – Paulo, em Éfeso, pregou o vangelho durante dois anos e três meses (27 meses), ininterruptamente. Isto é, 116 Sábados guardados. Nada de domingo.
A Epístola aos Romanos, que é a carta de exaltação à Lei de Deus, foi escrita de Corinto, durante a terceira viagem missionária de Paulo (Atos 20:1-3), no inverno de 57-58 d.C. (Rom. 16:23; I Cor. 1:14; II Tim. 4:20). Nesta cidade, onde Paulo implantou o cristianismo puro e genuíno, confirmando por exemplo a santidade do Sábado, escreveu sua epístola aos cristãos de além-mar, e nada falou sobre a pseudo-santidade dominical.
A Epístola aos Gálatas também foi escrita de Corinto, pela mesma época, e é um severo rebate aos professores judaizantes que tentaram injetar lá a perniciosa doutrina da justificação pelas obras da Lei Cerimonial; porém, nada promulgou Paulo em favor do primeiro dia da semana.
A Epístola aos Tessalonicenses também foi escrita de Corinto (I Tess. 3:1,6 – comparar com Atos 17:15) pelo ano de 51-52 d.C. Era este grupo uma igreja exclusivamente de gentios (I Tess. 1:1,9), e, no entanto, Paulo nada informou da santidade do domingo.
A Epístola aos Coríntios foi escrita de Éfeso (I Cor. 16:8), na primavera de 57 d.C. onde Paulo trabalhou durante três anos (Atos 20:31). A Igreja de Corinto foi estabelecida em sua segunda viagem missionária, onde Paulo fez 18 meses de evangelismo, e nunca falou sobre a guarda do domingo.
Nas igrejas de Corinto e Éfeso (esta era, principalmente, de formação gentílica – Efé. 1:1; 2:11; 4:17), onde passou grande parte de sua vida ministerial, Paulo estabeleceu entre outras doutrinas os dons espirituais, mas nunca situou o domingo como tomando o lugar do Sábado. É inconcebível que, ao estabelecer-se uma igreja, o corpo doutrinário não fique definido! – Por que então Paulo nunca falou, sequer uma vez, da santidade do domingo? CONCLUSÃO – Paulo, o missionário que implantou o cristianismo entre os gentios, estabeleceu várias igrejas (Atos 16:5; 18:22; Gál. 1:22; I. Cor. 16:19; II Cor. 8:1, etc). Ungiu diversos presbíteros e diáconos (Atos 14:23; 20:17). Empossou líderes na igreja (I Cor. 12), mas nunca mencionou nada que abonasse o domingo entre os cristãos judeus ou gentios convertidos. Pelo contrário, em Éfeso e Corinto guardou e pregou em 194 Sábados, durante três anos e nove meses, estando semanalmente com os irmãos. Ora, convenhamos, se não falou em nenhuma oportunidade que o domingo ocupou o lugar do Sábado, é porque não aceitava assim.
O escritor de Atos foi o gentio Lucas. Escreveu tudo sobre os Atos dos Apóstolos, especialmente os de Paulo, e nada falou da mudança do Sábado para o domingo. Irmão, não resista mais. Nada há de concreto, palpável, claro a respeito do domingo no Novo Testamento, o que não se dá com o Sábado, que é uma realidade em toda a Bíblia. Só no Novo Testamento há 59 referências ao Sábado (ver pág. 133). Paulo cumpriu em sua vida a Lei Moral dos Dez Mandamentos, trabalhava seis dias da semana, e descansava um dia; e a Bíblia assegura que era o Sábado. PARA VOCÊ PENSAR – Depois da ressurreição, Cristo passou 40 dias instruindo Seus discípulos sobre o estabelecimento de Sua igreja e, no entanto, não disse que o Sábado foi transferido para o domingo por causa de Sua ressurreição. Seria desumano, bem como grande crueldade e desamor, deixar Sua mãe, o apóstolo amado, Pedro e tantos outros enganados! Se realmente o Sábado tivesse sido abolido, Jesus diria abertamente. Creia!
Entretanto, o ensino claro de Cristo foi este, preste atenção: Olhando o Mestre a iminente destruição de Jerusalém cerca de 40 anos depois de Sua ascenção, Ele deu este conselho aos discípulos:
Mateus 24: 20
“...Orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Sábado.”
Ora, irmão, Jesus deixa claro como a luz solar que, muito tempo depois de Sua ressurreição, o Seu povo deveria guardar o Sábado e não o domingo. A preocupação divina salta aos olhos. “Orai”, lembrou o Mestre. Esta expressão denota a sacrossantidade do Sábado. Estava Jesus preocupado em que Seus amados discípulos pudessem violar o santo Sábado depois que subisse ao Céu.
O que Jesus desejava é que os discípulos tivessem o Sábado em mente todas as vezes que orassem, já que se avizinhava a grande destruição de sua cidade. (A fuga se deu numa quarta-feira do ano 70, quando Jerusalém foi destruída, e assim evitou-se a transgressão do Sábado, com cargas, barulho, nervosismo, etc.).
Consequentemente, nem a morte, nem a ressurreição de Cristo, exerceram qualquer efeito quanto à mudança que hoje se propaga nos meios evangélicos. Portanto, fica patente: domingo não é, nunca foi, e nunca será símbolo da ressurreição. O batismo sim, o é!
Jesus foi o maior defensor do Sábado. Criou, santificou, abençoou, guardou e ensinou que ele estaria eternamente em vigor (Mat. 5:17 e 18), mesmo porque o Sábado é o memorial, o Selo de Sua Criação.
Nos dias de Jesus, o mandamento do Sábado era oficial, reverenciado, observado e definido. Eis o testemunho do evangelista a respeito da morte de Jesus:
Lucas 23: 53-56
“E havendo-O tirado, envolveu-O num lençol, e pô-Lo num sepulcro cravado numa penha, onde ninguém havia sido posto. E era o dia da preparação, e amanhecia o Sábado. E as mulheres, que tinham vindo com Ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o Seu corpo e, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos: E no Sábado repousaram, conforme o mandamento.”
O Sábado era amado por Jesus, daí Sua suprema preocupação em que não fosse transgredido por Seus amigos. O Senhor nunca foi contra este mandamento, nem jamais o tencionou mudar; pelo contrário, ordenava que os discípulos dessem ouvidos aos ensinos dos sacerdotes, e estes eram zelosos do Sábado. Sua preocupação, porém, era para observá-lo diferente dos tais ensinadores (Mat. 23:3), e por quê? – Porque coavam um mosquito e engoliam um camelo (Mat. 23:24). O Sábado deveria ser um dia deleitoso, digno de honra (Isaías 58:13), um dia aprazível, agradabilíssimo, mas os legalistas dele fizeram um dia da maior tristeza, um fardo mais pesado que um elefante.
Destaco do comentário de Taylor, Evangelho de João, Vol. 1 – págs. 126, 127 e 129, algumas tradições impostas sobre o Sábado:
“Os rabis fizeram uma lista de quarenta formas de trabalho menos uma. Se um homem praticasse no Sábado qualquer uma, devia ser apedrejado. Essas 39 categorias de trabalho eram chamadas ‘pais’ e cada ‘pai’ tinha ‘filhos’ de tradição sabática. Por exemplo, lavrar era um dos trinta e nove pais. Um filho de lavrar era cavar. E cavar abrangia muita coisa. Era proibido puxar uma cadeira de um lugar para outro no Sábado, pois podia cavar uma linha no assoalho.
“Permitia-se que um homem cuspisse na calçada no Sábado e que procurasse espalhar o cuspe com o pé, pois na calçada o pé não fazia sulco; mas o mesmo ato no chão era pecado, pois o pé, apagando o sinal do cuspe no chão, faria um sulco na terra, cavava.
“Outro pai era carregar peso e que numerosa descendência tinha! Não se permitia a um homem que levasse na boca a dentadura postiça no Sábado, pois era filho desse pai proibido.
“Um alfaiate não podia sair com sua agulha nem o escriba com sua pena, na sexta-feira de tarde, para não arriscar a possibilidade de voltar depois do pôr-do-Sol, e estar carregando esses pesos no Sábado.
“Outro pai proibido era colher, ceifar. Temos a narrativa da ofensa dos discípulos comendo grãos de trigo. Uma senhora não devia olhar-se no espelho no Sábado; podia ver um cabelo branco e ser tentada a arrancá-lo.
“Era proibido andar mais de 2.000 cúbitos (1.320 metros) no Sábado. Mas um fariseu que quisesse ir além poderia na sexta-feira pôr sua comida nesse ponto. Chegando ao fim dos dois mil cúbitos e achando a comida, diria: ‘Ah! eu estou em casa!’
“Não se podia comer um ovo que a galinha pusesse no Sábado. Mas se se dissesse: ‘Esta galinha se destina à mesa mais tarde’ – então poderia comer o ovo. Era apenas um pedaço da galinha que caíra, e se comia na intenção de equipará-la ao banquete de galinha assada que se teria, em outro dia.
“Havia um regulamento comprido sobre o nó que se poderia amarrar no Sábado, sendo proibido o nó de marinheiro e do condutor de camelos. Não se podia escrever juntas duas letras do alfabeto.
“Sapatos em que havia pregos não se podia calçar, pois isso seria carregar peso. Só se poderia calçar sapato costurado (o que somente os ricos e os fariseus poderiam adquirir). Também era lícito usar os dois sapatos, mas não um só, caso um homem estivesse com um calo ou ferida no pé. Um pão não se constituiria peso se carregado por dois homens, mas, um homem só carregando, então seria peso. Um judeu não podia tomar vinagre na boca, no Sábado, para aliviar a dor de dentes com bochecho, sem o engolir. Mas podia molhar a escova no vinagre.” PENSE NISTO: Dois fariseus saindo da padaria carregando uma bisnaga. Cada um segurando um lado do pão. Não é para sorrir? É “sinceridade” demais!
Assim, a letra matou o deleite do Sábado. Felizmente Jesus libertou a alegria do Sábado destas tradições odiosas e inconsequentes e realçou o Sábado ao seu devido lugar. Sim, o Sábado, o memorial da criação de Deus é um dia deleitoso, agradável, espiritual. Deve ele servir ao homem e não o homem escravizar-se por ele, com infindas tradições tolas (Mat. 23:4; Luc. 11:46). Este Sábado feliz, Jesus aprova.
Por isso disse o Mestre: “...o Sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do Sábado.” (Mar. 2:27). Sim, o Sábado não necessita do homem. O homem é que necessita do Sábado, porém, livre dos disparates mencionados. Por isso Deus criou o homem primeiro, depois o Sábado, para atender suas necessidades: repouso, meditação, devoção espiritual, etc.
“O Sábado foi feito por causa do homem...” – Sim, para sua felicidade, para seu benefício, para o bem-estar de seu corpo. Logicamente, o homem deve guardá-lo, haja vista Deus tê-lo feito por sua causa; seria portanto falta de respeito e ingratidão para com o Criador o homem recusar aceitar algo criado para ele mesmo. Deus não faria nada para o homem que não fosse bom. E, se é bom, porque cancelar ou mudar? O caráter de Deus não muda. Sal. 89:34; Deut. 4:2.
Trata-se de causa e efeito: A causa, o homem. O efeito, o Sábado. Enquanto a causa (homem) existir, o efeito (Sábado) existirá como repouso de Deus para ele. Devemos ser coerentes com a palavra do Mestre. O Sábado foi feito por causa do homem e não do judeu. E Sua palavra proclama a universalidade do Sábado, porque o homem habita todo o nosso Planeta. “Deus ordenou que o Sábado fosse uma bênção, não uma carga, e é do interesse do homem, e não em seu prejuízo, o observá-lo. Foi designado para aumentar sua felicidade, não para causar-lhe dificuldade.” – The Sevent-Day Adventist Bible Commentary – Vol. 5, pág. 588.
Esta verdade não se prende ao domingo (primeiro dia da semana) que já existia quando o homem foi criado, cinco dias depois. Por conseguinte Jesus não somente é Senhor do Céu, da Terra, do mar, mas até do Sábado (Mar. 2:27; Mat. 12:8). Então, qual é o Dia do Senhor? – Resposta: O Sábado, reconhecido por João em Apocalipse 1:10. Deus o chama: “Meu santo dia”. Isaías 58:13.
Efetivamente, nenhum dos apóstolos, muito menos o apóstolo amado, João, deu título sagrado ao domingo. Simplesmente denominaram-no de “o primeiro dia da semana”. Evidente que não podia dar. Nem o próprio Criador deu.
Se os apóstolos não deram santidade ao domingo, se Jesus não deu, quem então o fez? Que pena! Quem deu santidade ao domingo, quem o fez símbolo da ressurreição de Jesus, quem o estabeleceu como dia santificado e de guarda, foi justamente aquela que os protestantes hoje desdenham: a Igreja Romana. Aqui as provas transcritas do livro Estudos Bíblicos, páginas 405-407, editado pela CPB:
“Nós, católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.” – Pe. Júlio Maria, em Ataques Protestantes, p. 81.
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo, transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor: de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” – Monitor Paroquial de 26 de Agosto de 1926, Socorro, SP. Grifos meus.
“Pelo próprio ato da mudança do dia de descanso para o domingo, o qual todos os protestantes aceitam; e portanto, contradizem-se positivamente, observando estritamente o domingo, e violando a maioria dos outros dias de festa ordenados pela mesma igreja.” – Abridgment of Christian Doctrine, Rev. Henry Tuberville, D.D. do Douay College, França, 1649, pág. 58, grifos meus.
“A Igreja Católica, por sua própria infalível autoridade, criou o domingo como dia santificado para substituir o Sábado, da velha lei.” – Kansas City Catholic, 9 de Fevereiro de 1893.
“A Igreja Católica... em virtude de sua divina missão, mudou o dia de Sábado para o domingo.” Catholic Mirror (espelho católico), órgão oficial do Cardeal Gibbons, de 23 de Setembro de 1893, grifos meus.
“O domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser definida por princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é possível encontrar uma única passagem que autorize a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da semana.” – Catholic Press – Sidney, Austrália. 25 de Agosto de 1900.
“A Igreja de Deus porém, asachou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do Sábado... em virtude da ressurreição de nosso Salvador.” – Catecismo Romano, edição 1566, pág. 440, parág. 5:18.
“Observamos o domingo em vez do Sábado, porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia (364 a.D.) transferiu a solenidade do Sábado para o domingo.” – The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine, Rev. Peter Geierman, C.S.S.R.) pág. 50 – terceira edição, 1913, obra que recebeu a bênção apostólica do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de 1910.
“Podereis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse e não encontrareis uma única linha que autorize a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca santificamos.” – Cardeal Gibbons em the Faith of Ours Fathers, edição de 1892.
“A Bíblia manda santificar o Sábado, não o domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi a tradição católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no domingo, aboliu a observância do Sábado.” – O Biblismo, pág. 106, Padre Dubois – Belém.
“Não tivesse ela (Igreja Católica) esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam todos os religionistas modernos – não poderia haver substituído a observância do Sábado do sétimo dia, pela do domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.” – Um Catecismo Doutrinal, Rev. Stephan, pág. 174.
Agora observe o respaldo dos citados “religionistas modernos”:
CONGREGACIONALISTAS: “Não existe na Bíblia mandamento que requeira de nós a observância do primeiro dia da semana como sendo o Sábado cristão.” – Mode and Subjects of Baptism, por Fowler.
METODISTAS: “É certo não haver mandamento positivo para o batismo infantil... Tampouco o há para santificar o primeiro dia da semana.” – Theological Compend (1902), Rev. Amós Binneyas, 180 e 181.
LUTERANOS: “A observância do domingo não se baseia em nenhum mandamento de Deus, mas sim na autoridade da igreja.” – Augsburg Confession of Faith citado em Cox’s Sabbath Manual, pág. 287.
PRESBITERIANOS: “Deus instituiu o Sábado na criação do mundo separando para este fim o sétimo dia, e impôs sua observância como obrigação universal, moral e perpétua.” – Dr. Archibaldo A. Hodge, da Comissão Presbiteriana de Publicidade.
PENTECOSTAIS: “A Bíblia nos mostra a sagrada Lei de Deus: ‘faça isto’, ‘não farás!’. Êxo. cap. 20. E essa Lei deveria ser observada, cumprida rigorosamente – e até aos nossos filhos a deveríamos fazer conhecer. Deut. 6: 1-13. A Palavra de Deus é, sob certos aspectos, autoritária! Ela nos fala de modo imperativo.” – Lições Bíblicas, 7-12/1966, Dir. Respons. Pastor Emílio Conde, pág. 12.
BATISTAS: “Cremos que a Lei de Deus é a base eterna e imutável do Seu governo moral (Rom. 3: 31. Mat. 5: 17. Luc. 16:17. Rom. 3:20); que essa Lei é santa, justa e boa (Rom. 7: 12. Sal. 119); que a incapacidade dos homens decaídos, da qual falam as Escrituras, para cumprirem os seus preceitos, provém unicamente do seu amor ao pecado (Rom. 8: 7-8. Jos. 24: 19. Jer. 13:23. João 6:44); que um dos principais objetivos do evangelho é o de libertar os homens do pecado e restaurá-los em Cristo a uma obediência sincera dessa santa lei, concorrendo para isso os meios da Graça proporcionados em conexão com a igreja visível (Rom. 8:2-4. Heb. 8: 10. Heb. 12.22-25).” – Manual das Igrejas Batista, por Willian Carey Taylor, 4a. Edição, 1949, pág. 178, Artigo XII – Casa Publicadora Batista.
MÓRMONS – “Há aqueles que gostariam de destruir o Decálogo, ou os Dez Mandamentos... Tais mandamentos não foram ab-rogados, nem anulados e estão em vigor hoje da mesma forma como estiveram quando pronunciados em meio aos trovões no Monte Sinai, embora não sejam observados.” – Joseph Fielding Smith, The Heed to Yourselves, pág. 133.
Eis aí, declarações sinceras. O Sábado é inegável. É bíblico. É eterno. É divino. Infelizmente só não é colocado em prática. Leia, irmão, Atos 5:29.
Assim, amado, grande número de escritores protestantes e autoridades evangélicas em geral admitem que foi por autoridade da Igreja Romana e não por ordem divina ou apostólica que o domingo tomou o lugar do Sábado, e passou a ser santificado pela cristandade. Destaco por fim, o Dr. Edward T. Hiscox, autor do Manual Batista, que fez perante um grupo de ministros, a seguinte honesta afirmação:
“Havia e há um mandamento para santificar-se o Sábado, mas aquele Sábado não era o domingo. Será dito, talvez, e com ostentação de triunfo, que o Sábado foi transferido do sétimo para o primeiro dia da semana, com todos os seus deveres, privilégios e sanções. Desejando ardentemente informações sobre este assunto, que tenho estudado por muitos anos, pergunto: Onde se pode achar o relato de tal transferência? Não no Novo Testamento, absolutamente não! Não há na Escritura evidência de mudança da instituição do Sábado, do sétimo dia da semana.
“É para mim incompreensível que Jesus, vivendo durante três anos com Seus discípulos, conversando com eles muitas vezes sobre a questão do Sábado, tratando-o nos seus vários aspectos, ressalvando-o das falsas interpretações, nunca Se referisse a uma transferência desse dia; mesmo durante os quarenta dias de vida após Sua ressurreição, tal coisa não foi indicada. Nem tampouco, quanto ao que sabemos, o Espírito Santo, que fora enviado para lhes fazer lembrar tudo quanto haviam aprendido, tratou desta questão. Nem ainda os apóstolos inspirados, pregando o evangelho, fundando igrejas, aconselhando e instruindo, discutiram ou abordaram o assunto.
“...estou bem certo de que o domingo foi posto em uso como dia religioso, bem no princípio da história cristã, pois assim aprendemos dos pais da igreja e de outras fontes. Mas que pena ter vindo ele estigmatizado com a marca do paganismo e crismado com o nome do Deus Sol, quando adotado e sancionado pela apostasia papal, e dado ao protestantismo como um legado sagrado.” – De um discurso feito em 13 de Novembro de 1893, – (citado em Sub. do Erro, A.B. Christianini, págs. 169/170 – CPB, grifos meus). Este discurso foi reproduzido parcialmente no The Watchman Examiner, Órgão Batista editado em Nova York, edição de 16 de Novembro de 1893.
Assim, meu irmão, se nada há de concreto que abone o domingo como substituindo o Sábado, e o próprio Senhor sequer o menciona, para onde ir?
Verdade é que Jesus:
• Não transgrediu o Sábado (Mat. 24:20);
• Não o alterou (Mat. 5:17 e 18);
• E ao morrer disse: “Está consumado” (João 19:30).
Portanto, ninguém se atreva a anular ou acrescentar (Apoc. 22:18-19).
• O Sábado é o dia do Senhor: (Mat. 12:8; Mar. 2:28; Apoc. 1:10).
• Deus confirma: “Não Mudarei” (Deut. 4:2; Sal. 89:34).
• Não mente (Tito 1:2). A palavra do Mestre tem que prevalecer (I Tim. 6:3).
O domingo não é bíblico. Que fará Deus?
• A “planta” domingo será arrancada.
“...toda planta que Meu Pai Celestial não plantou, será arrancada.” Mateus 15:13.
Pense bem:
Se Jesus surgisse hoje ensinando publicamente, não repetiria as palavras de 2.000 anos atrás? Estas:
“Por que transgredis vós também os Mandamentos de Deus pela vossa tradição?” (Mateus 15:3).
“Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” (Mateus 15:9).
“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Heb. 10:31).
Abraço!!!
Olá!
ResponderExcluirSoube que você era um sincero inquiridor da verdade quando me deparei com seu Blog, que, aliás, tem o nome de um livro que é uma sumidade!
Que alegria foi encontrar uma pessoa da mesma fé! Foi muita sorte também, pois eu procurava por Blogs Jurídicos, como o meu. Quem diria. Que boa surpresa!
Continue no caminho.
Coloque um Feed para a gente poder acompanhar por e-mail!
Júlio César Cerdeira Ferreira
http://julioferreiraadv.blogspot.com/