sábado, 17 de agosto de 2013

“COMEI DE TUDO QUANTO SE VENDE NO AÇOUGUE”

Há pessoas tão endurecidas que não têm sequer consciência dos seus erros; outras são tão sensíveis que a cada momento estão se policiando e choram com o pensamento de que podem ou tenham cometido algum pecado.
Textos acessórios: I Cor. 8:9; 10:28 e 29; 8:7, 10-13.
“Os princípios dietéticos de Levítico 11, juntamente com outros regulamentos sanitários e de saúde, foram planejados por um sábio Criador, a fim de promover saúde e longevidade. Baseados como são na natureza e nas necessidades do corpo humano, tais princípios de modo algum poderiam ser afetados pela cruz ou pelo desaparecimento de Israel como nação. Princípios que contribuíram para a saúde 3.500 anos atrás, produzirão os mesmos resultados hoje.” – The Sevent-Day Bible Commentary, Vol. 1, pág. 757.
Antes do dilúvio, a média de vida foi de 900 anos, e após o dilúvio não superou os 200. Terá sido influência do regime alimentar?
• Comida dos homens antes do dilúvio:
Cereais, legumes, frutas e nozes (Gên. 1:29).
• Comida dos animais antes do dilúvio:
Ervas verdes (Gên. 1:30).
ANIMAIS QUE ENTRARAM NA ARCA DE NOÉ:
Limpos = 7 casais (Gên. 7:2)
Para se oferecer sacrifícios (Gên. 8:19 e 20).
Para alimento do homem (Lev. 11; Deut. 14).
Imundos = 1 casal (Gên. 7:2)
Apenas para preservação da espécie, que é o suficiente no desempenho da função para que foi criado.
Antes do dilúvio, Noé já conhecia a distinção entre animais limpos e imundos (Gên. 7:2, 3 e 8; 8:20). Daí o pressuposto que tal conhecimento provém de tempos bastantes remotos, bem como nos dá a certeza absoluta de que só os animais limpos eram oferecidos em sacrifício.
Agora, estudaremos um verso que, isolado do contexto, tem trazido uma mensagem equivocada e muitos dissabores. É da lavra paulina e diz:
I Coríntios 10: 25 – “Comei de tudo quanto se vende no açougue...”
Assim, aqueles que não comparam os textos a fim de descobrir a verdade que o apóstolo queria ensinar retiram de lá este verso, fecham a Bíblia, e pronto. Estão, segundo pensam, livres para comer tudo que exista no açougue: Batráquio, molusco gastrópode, ofídios, répteis, etc. E nessa disposição intolerável, pensam ficar com a consciência tranquila, pois quem autorizou foi Paulo.
Alto lá! Paulo jamais poderia ensinar tal aberração, pois se assim agisse, lançaria por terra a própria Palavra de Deus, e ele mesmo estaria cometendo tremenda contradição, haja vista ter advertido aos coríntios também:
I Coríntios 10: 20
“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não quero que sejais participantes com os demônios.”
Então, deve-se escrupular a compra do açougue? Certamente que sim!
A discrepância no aparente sincretismo paulino não está na letra, mas no apetite desregrado de muitos cristãos que estão se preparando para o Céu.
Sim, porque em realidade, só a primeira parte de I Cor. 10:25 é focada no sentido da pseudo-autorização para se consumir animais imundos, proibidos por Deus; porém, ater-se apenas a esta parte do verso, sem concluí-lo,
desfigura-se a mensagem do apóstolo. O verso 25 de I Cor. 10 diz na sua segunda parte:
“...Sem perguntar nada, por causa da consciência.”
Observe a enfática paulina: “Por causa da consciência”. A partir daí, as coisas mudam de figura e o soar da buzina já tem mais notas. O problema, portanto, não é o da comida em si, mas da consciência de alguém. Antes de prosseguirmos, convidemos o apóstolo Paulo a se apresentar para nós:
Atos 22:3; Fil.3:5 e 6; Atos 26:4 e 5
“Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de Deus, como todos vós hoje sois... circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus, segundo a lei fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível... A minha vida pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o princípio, em Jerusalém, entre os da minha nação, todos os judeus o sabem, sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita de nossa religião, vivi fariseu.”
Seria portanto inacreditável achar que Paulo, zeloso como se diz, hebreu de hebreus, fariseu de fariseus, consumisse ou autorizasse a alguém comer carnes imundas. Jamais! Isso nunca passou em sua cabeça. Então, como entender tal verso? Simples. A própria Bíblia, pelo Espírito Santo, traz a solução para o problema, quando comparados os textos no sentido de ver-se aflorar a verdade ensinada.
Uma coisa que não é mistério para nenhum cristão é que, ao ser criado o homem, sua comida era puramente vegetal. Antes do dilúvio, dentro do plano original do Criador, nenhum animal destruiria o outro para sua manutenção. E pelo menos durante 1650 anos aproximadamente, o homem não teve autorização para comer carne. Em vindo porém o dilúvio, as águas, que levaram um ano e dez dias para baixarem (Gên. 7:11 e 24; 8:3-14), exterminaram toda a vegetação; conse-quentemente o homem ficou sem alimento, e até que novamente plantasse para colher, o que comeria? Portanto, dadas as condições prevalecentes na Terra, Deus, como Lhe aprouve, decidiu permitir o homem alimentar-se de carne, porém, em Sua onisciência especificou quais deveria ou não comer.
Em Levítico 11, o Senhor ensinou que os animais que não tivessem unhas fendidas e não remoessem deveriam ser evitados. Por outro lado, Deus mencionou os nomes de alguns que jamais deveriam ser comidos pelo homem, entre eles, o porco (verso 7). Se houve a preocupação divina com este animal, é porque, sem contestação, ele é nocivo e tem que ser evitado.
A verdade é que Paulo, ao afirmar – “comei de tudo quanto se vende no açougue” – tinha absoluta certeza que a carne ali vendida era limpa, embora oferecida aos ídolos, fato que para o apóstolo não tinha relevância, pois seu conceito era de, o ídolo, nada ser (I Coríntios 10:19), como de fato, nada é. Entretanto, é ine
gável que o escrúpulo por animais sacrificados não foi perdido quando o cristianismo foi introduzido aos gentios. Por conseguinte, havia irmãos que não tinham uma fé sedimentada, e tais cristãos se escandalizavam quando outros comiam aquela carne. Por isso frisou Paulo com clareza meridiana: “por causa da consciência”. Que consciência? Lógico, a consciência do irmão mais fraco na fé. Assim, todos os cristãos poderiam comprar qualquer carne no açougue, porque ali só era vendida carne limpa, desde que, esta atitude, não ofendesse a consciência de um irmão de débil fé, que é nosso dever respeitar e conservar. A liberdade espiritual de um cristão esclarecido não pode tornar-se pedra de tropeço para os que são fracos na fé. I Cor. 8:9.
A prova insofismável que os idólatras sacrificavam animais limpos está no incidente ocorrido com Paulo e Barnabé na cidade de Listra, quando após ter Paulo curado um paralítico, o povo achou serem as divindades por eles adoradas, Júpiter e Mercúrio, e queriam sacrificar-lhes touros (Atos 14:12 e 13). E touro é limpo. Lev. 11:3.
Um dos sábios daqueles tempos – Plutarco (46-120 d.C.), morador em Corinto, relatou este fato de um jantar privativo, usando carne limpa:
“O cozinheiro de Ariston fez sucesso entre os convidados do jantar não só por causa de sua habilidade geral, mas porque o galo servido aos comensais, embora recém-abatido como sacrifício a Hercules, era tão macio como se fosse de um dia.” – Citado por Jerome Murphy – O’Connor, St. Paul’s Corinth, pág. 101.
De uma coisa não duvidemos: Paulo não deixa implícito neste texto (I Cor.10:25), que a distinção entre carnes limpas e imundas tenha sido abolida. Tal assunto não está sob consideração. Na pauta está a debilidade da fé de alguém super-escrupuloso que, sendo um ser humano, também é alvo do sacrifício de Cristo, e assim merecia todo respeito e amor. Quando Paulo focaliza neste assunto a consciência super-escrupulosa, ele sabe que tal consciência evita constantemente fazer algo errado. Por isso deve-se respeitar o irmão e recebê-lo em comunhão, apesar de sua super-escrupulosidade. Consequentemente, o assunto sob análise é específicamente o comer carnes que possam ter sido sacrificadas aos ídolos.
“Muitos dos gentios convertidos estavam vivendo entre pessoas ignorantes e supersticiosas, que faziam frequentes sacrifícios e ofertas a ídolos. Os sacerdotes deste culto pagão mercadejavam extensamente com as ofertas a eles trazidas; e os judeus temiam que gentios conversos pudessem levar descrédito ao cristianismo por comprar aquilo que tinha sido sacrificado aos ídolos, sancionando assim, em certa medida, costumes idólatras.” – Atos dos Apóstolos, E.G. White, pág. 19.

Por isso o Concílio de Jerusalém (Atos 15), determinou que os cristãos se abstivessem das carnes sacrificadas aos ídolos (Atos 15:29).
Por conseguinte, à luz da razão, no Espírito Santo, para entender o significado de tais problemas, há que se conceber em que ponto os cristãos gentios e judeus estariam aptos a concordar em assuntos de consciência. “Alguns, como Paulo, puderam rapidamente mudar da ‘escravidão’ cerimonial do judaísmo para a ‘liberdade cristã’. Outros não puderam abandonar assim tão rapidamente as convicções e práticas de uma vida inteira”. Paulo absorveu de tal modo o cristianismo que, em certas ocasiões, dá a entender uma ampla liberdade, a ponto de chocar-se com o pensamento dos demais apóstolos. II Ped. 3:15 e 16.
O tempo gradualmente se encarregaria de esclarecer a mente do irmão super-escrupuloso, porém, não lhe lancemos pedras, porque, para situar-se dentro de sua consciência, neste fato, basta que alguém compre uma galinha que foi apanhada de um sacrifício de macumba na encruzilhada, mande cozinhá-la e coma.
Experimente: Se você conseguir comer, conforme I Coríntios 8: 4: 10: 31, você é um cristão forte. Por outro lado, se esta carne não descer ao seu estômago, você é um cristão fraco e débil na fé. Eu jamais farei isso, porque sou um aficcionado radical do naturalismo. E você, mesmo não sendo vegetariano, conseguiria comer?
Portanto, “fraqueza” ou “debilidade” na fé, inseridas neste contexto, e em toda esta narrativa, será medida pelo grau de conhecimento e maturidade cristã, estribando-se na afirmação de que o ídolo nada é.
Assim sendo, a preocupação paulina não era que fosse imunda ou limpa a carne, mas sim a consciência do cristão, porque é errado violar a consciência de alguém, principalmente quando ela está em desenvolvimento espiritual, ou se trata de uma consciência super-escrupulosa.
Pois bem, agora vamos falar de algo bem sério. Aceitar que Paulo não admite a separação de carne limpa e imunda, é concluir que Deus fala uma coisa no Antigo Testamento e outra no Novo Testamento, o que jamais pode ser crido.
Deus é onisciente: O que disse nas primeiras páginas do Gênesis, reafirmou em todo o Pentateuco e nos demais profetas, confirmou nos evangelhos e ratificou nas epístolas e no Apocalipse. O profeta Isaías diz claramente que quem come carne de porco (imunda) não será salvo (Isa. 66:17; 65: 4). É chocante ler tal afirmação, porém está na Escritura, e mais: a escatologia bíblica indica claramente neste capítulo que ele é extensivo à Nova Terra, fato que se depreende dos versos 20 a 24, razão porque, confirma o profeta Isaías, lá não entrarão os que comem carnes imundas.
Jesus disse que há peixes imundos (Mat. 13: 47-48), e finalmente no livro de Apocalipse 18: 2 lemos que a grande Babilônia “se tornou morada de demônios... e coito de toda ave imunda e aborrecível”. Por conseguinte, a lei dietética de Levítico 11 é ampla, abrangente e clara em toda a Bíblia Sagrada, salientando que em cima, sobre e sob a Terra, existem “seres” imundos que não devem ser consumidos. Outrossim, não se pode proibir ninguém de comê-los, desde que o indivíduo decidiu comer. Uma coisa porém é certa: Deus proibiu.
Pode-se até citar outros versículos isolados, onde se queira crer que há liberdade de comer as carnes proibidas; mas cuidado, pensar assim é dizer que Deus Se desdiz. Deus não é um rei terreno ou um ser limitado. Há perigo em contestar a vontade divina.
Tal disposição leva-nos à admitir que o homem do Antigo Testamento possuia uma composição biológica diferente da do homem do Novo Testamento. Pois que lá era proibido comer carnes imundas, e franqueado no Novo Testamento. 
– Sofreu mutações fisiológicas o organismo humano? Jamais!
Não há problema de ordem genética com o homem, ele é o mesmo desde a sua gênese, quando saiu das mãos do Criador, composto de todos os óligos elementos da terra, lá (Antigo Testamento) e aqui (Novo Testamento).
Se tivesse havido evoluções ou mutações no sistema digestivo humano, ele não teria sido criado, como cremos, por um Deus sábio e santo; mas, admitindo que tal aberração tivesse ocorrido, esta foi ao inverso, porque os homens do Antigo Testamento foram sempre mais longevos que os do Novo Testamento. Certamente isto é devido ao seu regrado regime alimentar, evitando as carnes proibidas por Deus.
Sabe, irmão, para que não haja dúvidas, convidemos a maior autoridade deste Universo para resolver esta questão – Jesus Cristo. Preste atenção:
– Andava o Senhor pelas pradarias de Gadara (Mar. 5: 1-20), quando com Ele deparou-se uma legião de demônios. Estes rogaram a Jesus que os enviassem para uma manada de porcos que por ali andava (vv. 12-13). O Mestre ordenou lançarem-se ao mar, e assim, dois mil porcos foram destruídos. Imagine, se cada porco pesasse por exemplo, 40 kgs; multiplicados pelos 2.000, teremos 80 toneladas de “carne” que daria, sem dúvidas, para matar a fome de milhares de pobres da região.
De outra feita, o Senhor encontrava-se perto de Betsaida (João 6: 1-5), quando os discípulos se deram conta que a multidão que durante todo o dia estivera com o Mestre, nada comera. Jesus então multiplicou 5 pães e dois peixes (João 6: 11), saciou a fome de 5.000 pessoas, e depois ordenou:
João 6: 12 – “...recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.”
Como é isso? Quem se atreveria a contestar o Salvador? Em uma ocasião ordena estragar 80 toneladas de carne, e noutra, manda recolher restos de pães e peixes, para não se estragarem? Sim, não é uma incoerência? Não, mil vezes não! Amados, o que temos de admitir é que porco nunca foi alimento. Deus criou o porco para uma função específica: Limpar a terra de sujeiras e imundícies, como fazem o urubu sobre a terra e o camarão, o siri, o caranguejo, mexilhões, a lagosta e os peixes de couro sob as águas. Nada mais!
Dessa forma, ninguém poderá contestar o Senhor Jesus, se Ele deixa claro que há animais puros e imundos. É nosso dever, pois, aceitar e praticar, deixando de consumi-los, advertindo também os demais, pois afinal, somos guardadores de nossos irmãos. Outro incidente na vida do Mestre que mostra a discriminação entre o imundo e o puro está nestas límpidas palavras:
Mateus 13: 47-48 – “Igualmente o Reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda qualidade de peixes. E estando cheia, puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora.”
Considere o que disse o Salvador do mundo: “Peixe ruim”. Sabe, este peixe é aquele considerado imundo e proibido através da lei dietética de Levítico 11 versos 9 a12, o peixe de couro! – Quem negará?
Ora, meu irmão, hoje há uma volúpia de desejo para se comer as carnes que Deus proibiu! No entanto, até as que Ele franqueou já é perigoso consumí-las. Quem pode garantir que o bife bovino que você comeu ontem não estava doente?
Sim, embora a Saúde Pública aja no pleno exercício de suas funções higiênico-sanitárias na fiscalização aos animais de abate, o açougue, bem como os grandes frigoríficos não estão livres de serem ludibriados, e assim são enviados para as cidades animais com doenças de toda espécie, para serem consumidos por aqueles que, escravos do apetite, sequer põem em pauta o valor da saúde, o maior bem e dom de Deus.
Por fim, você poderá dizer: “Não é da conta de ninguém o que eu como”. Sim, pode ser certo que não seja da conta do irmão forte ou super-escrupuloso, mas é da conta de Cristo, pois foi Ele quem o criou, e por você morreu de braços abertos numa cruz (I Cor. 6: 19-20). Portanto, considere esses fatos!
PENSE: – Você nunca considerou com “seus botões” por que não come os doces dedicados a Cosme e Damião, distribuídos no dia 27 de setembro? Que há de mal nos doces? Há ou não há?
– Há para os frágeis na fé! I Cor. 8: 13.
– Não há, para os fortes, de fé amadurecida. I Cor. 8: 13.
Por causa dessa consciência débil, escrupulosa, para não levá-la a escandalizar-se, deve-se evitar coisas oferecidas a ídolos.
Na Nova Terra não haverá mais morte (Apoc. 21: 4); consequentemente, os animais não serão mortos também. Vivos, não os comeremos; qual será, então, a nossa alimentação?
Abrazo!!!

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