sábado, 26 de setembro de 2015

Walter Veith - Ataque Total 15 - Tiranos, Revoluções e Guerras

Parte 1 | Objetivos dos jesuítas | Um século de revoluções | Progressos da maçonaria no século 18 | Morse e Lincoln advertem contra os jesuítas | Pike e Mazzini: três guerras mundiais com objetivos bem definidos | Tese: Cristianismo Antítese: Ateísmo, Síntese: Nova Ordem Mundial | Revolução francesa e seus filósofos | Declaração dos Direitos Humanos e o chapéu jacobino | O deus Mitra, Mitraísmo | Napoleão | Trento | Ferida mortal foi auto-imposta para iludir as massas | Bonaparte e Waterloo | O capitólio americano | Mapa de Washington D.C. | Casa branca, 555 e Hollywood | Os obeliscos | O Pentágono | A estátua da liberdade | Progressos católicos no século 19 | Revolução Russa, reflexo da francesa. Paraguai um experimento | Catolicismo promoveu a Hitler e Mussolini | O tratado de latrão, Gasparri | Ustashi na Iugoslávia, Sérvia | Pio XII, o Banco de Roma, Rothshild | O éfode do papa | Roosevelt vestido de maçom | Bill Clinton, Bush, Al Gore, Saddam Hussein, Netanyahu, Disney, rainha Elisabeth e outros políticos maçons | Os símbolos na nota do dólar | Parte 2 | Churchill e Stalin | Pearl Harbor | Hitler e os Jesuítas | A segunda guerra mundial | A suástica, a teosofia e o livro Mein Kampf | A SS | O fascismo | O fascismo nos EUA | Hegel e o conflito de opostos | A tese marxista e antítese nazista. Síntese: ONU | Stalin | O assassinato de Kennedy | Ford e Reagan | João Paulo II | Hamburgo e a União Soviética | Bush e Blair com o Papa | Conclusão



Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 14 - Mudando a Palavra Biblica

Parte 1: Mais alterações sistemáticas feitas nas Bíblias modernas | Longe de ti | Aparição ou glória | NTLH tira virgindade de Maria | Destronando o Filho | Jesus, criatura | Filho dos deuses | Saídas ou Origens | José pai de Jesus | Jesus não é mais Senhor na Nova Versão Internacional | Bom Mestre | Lançamento de sortes sobre as vestes de Jesus | Do Egito chamei a meu filho | Jesus nada respondia | Jesus vindo em carne | O encerramento de Marcos | Cortes no Pai-Nosso | Aparições | Que está no céu | Pão do céu | Crer em mim | João 16:16 Vou para o Pai | Em meu Nome | Tiraram a Jesus na carne | Expiação tirada em Atos | Tiraram Jesus em Atos | Em nome do Senhor | Quem é seu Filho | Sobre todos | Jesus como Juíz | O Senhor do céu | Deus foi manifestado na carne | Trindade removida nas traduções modernas | Jesus glorificado | Alfa e Ômega | Adoração adulterada | O texto sinaítico e o Carmelo | Trechos nos evangelhos colocados entre colchetes | Recalcitrar contra o aguilhão | Jesus, o único caminho | O ponto não é a King James, mas as versões modernas em todas as línguas


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 13 - A Batalha das Bíblias

Parte 1 | A importância da harmonia bíblica | A árvore genealógica da Bíblia e a receita de galinha | Primeira família: Textus Receptus | Segunda família: Códice B, Códice Aleph, Texto Sinaítico | A controvérsia sobre a confiabilidade entre estas duas famílias | Orígenes, Eusébio, e a bíblia ecumênica de Constantino | A heresia ariana, parecida com o panteísmo | O manuscrito do Vaticano: ariano | Manuscrito Sinaítico | A Bíblia dos Testemunhas de Jeová | O ponto não é a King James, mas o Textus Receptus | Inglaterra vs. a Bíblia jesuíta | Jesuísmo e maçonaria sobre a Bíblia | Wescott e Hort endossam a fraude dos manuscritos corruptos | Biblioteca de Alexandria | Proibição e obrigação católica | Ensinos dos livros apócrifos contrastados com a Bíblia | Erros na Vulgata | Parte 2: Mar morto e supostos livros perdidos. Ebionitas, marcionitas, gnósticos e tomasinos | O evangelho de Pedro | Código Sinaítico. O mosteiro do Sinai, Maomé e Napoleão | Como o romanismo voltou à Inglaterra após a reforma | Quem eram Wescott e Hort. Sua relação com a sociedades espíritas e secretas | Crenças de Wescott e Hort | Notas e rodapés nas margens das Bíblias | Estratégia sutil | Mais sobre Wescott e Hort | Conclusão


Abrazo!

sábado, 4 de julho de 2015

Walter Veith - Ataque Total 12 - Agendas Secretas

Parte 1 | Revisão: gnosticismo, templários | Maçonaria. Morais e Dogmas de Albert Pike: Joanismo dentro, catolicismo fora | San Salvatore De Mallorca -- Rosa Cruz | Cabala | As grandes religiões mundiais exceto o cristianismo saíram da Cabala | Os cinco pontos da comunhão | A Bíblia na maçonaria | Hiram Abiff | Os graus baixos ou azuis da maçonaria | Símbolos maçônicos: espadas cruzadas, pentagrama, pentágono, compasso, martelo, foice, sol, lua, estrelas, cruz invertida, serpente enrolada, serpente com a cauda na boca | Chaves, os símbolos da terra e dos outros planetas. | Rito maçônico escocês, DeMolays, Cavaleiros de Colombo | Iniciação ao grau 33 da maçonaria | Símbolos secretos e de Aleister Crowley | O pentagrama | Parte 2: O homem como Deus | Hexagrama, triângulo, estrela de Davi | Kilvourne Plat, águia de cabeça dupla, cruz maltesa, cruz com a coroa | Feminismo e racismo na maçonaria e o princípio de Hegel | Co-maçonaria para mulheres e negros | Maçonaria Negra | Níveis da Maçonaria, escoteiros, Bilderberger | Blavatsky, Besant e Bailey | Museu de Gutry em Oklahoma: suásticas, deus Horus, símbolo de Baphomet, IHS, Albert Pike, rosa cruz, leão alado, tau místico | Cornucópia e o apartheid sul-africano | Norte escuro, astrologia, | Companhias esportivas e sinais de surdo-mudo | A quem um maçom de alto grau adora? | Blavatsky e Palmer-Hall: Jeová e Lúcifer com papel invertido | Confidencialidade maçônica | Ordo ab Chao: O fênix que nasce das cinzas | Loja maçônica na Inglaterra | O olho que tudo vê | Babel e Ninrode | Druidas, Winston Churchill e os querubins com pés de bode | Expondo as obras das trevas, e exaltando o Pai das Luzes | Previsão da próxima palestra


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 11 - O Segreto por Trás das Sociedades Secretas

Fides | Roma, mãe | De onde vem o poder de Roma | Doutrina esotérica x exotérica, Kabala | Apocalipse 17 | A origem das sociedades secretas | Os diferentes nomes de Ninrode, Tamuz, e Semíramis | Júpiter e Pedro | O Cristianismo e Sociedades Secretas | Os templários | A sexta-feira 13 | O patriarcado latino em Jerusalém | Símbolos da maçonaria: águia com duas cabeças. Espadas, bússola, penas. | Os jesuítas | Paralelos jesuítas e maçônicos | Capela do Sagrado Coração em Paris | O juramento jesuíta | A universidade pontifícia gregoriana em Roma e mais símbolos | Universidade dos jesuítas em Praga e Atlas. Hermes | Maria com M maçônico, Réia | Espadas cruzadas | A cruz maltesa, compasso com lua, tríplice coroa | Cruz de cabeça para baixo, martelo, compasso, foice | Estátua de Davi -- Pan | Anubis, fênix, Júpiter, Chi-Rho, PX, símbolo de Horus | O ponto dentro do círculo | O PX, cajado de Osíris, o tau místico | Cruz maltesa nas roupas do sacerdote de Hórus e nas do papa | Triskele -- Ying Yang tríplice | O tau místico | Generais jesuítas e Kolvenbach, o papa negro | A caverna de Loyola | Investidura e juramento extremo dos jesuítas: o princípio hegeliano | A guerra dos trinta anos | Citações sobre a soberania absoluta do papa | Westmister controla as nações | INRI no juramento extremo jesuíta | Jesuítas querem o domínio universal por qualquer meio | Morse e outros descrevem a sociedade de Jesus | Citação do papa negro, o general jesuíta | O papa negro até 1964 | Jesuítas controlam: Cavaleiros de malta, maçonaria, Illuminati, Cavaleiros de colombo, Ku Klux Klan, nação islâmica, comissão da máfia e Opus Dei | Parte 2: Ordens católicas que se opõe aos jesuítas | O papel da Alemanha no fim | Padre jesuíta Staempfle, não Hitler, escreveu o livro 'Mein Kampf' (Minha Luta) | Símbolo da SS: Crânio e ossos cruzados | SS, Himmler e os jesuítas | Ellen White fala sobre os jesuítas | E países como a China? E o comunismo da América do Sul? | Maçonaria: Poucos maçons sabem da afiliação romana | Castelo em Mallorca | Weisshaupt e os Illuminati da Bavária | Ricci e Ledochowski, os generais jesuítas da ferida mortal, desferida pelos jesuítas | Revolução Russa de 1917 | Jesuítas controlam a maçonaria | Loja maçônica em Oklahoma, IHS, | Cavaleiros de Malta controlam os complexos bancários, industriais e militares do mundo, bem como a CIA | Cardeais de Nova Iorque, chefes dos cavaleiros de Malta | Cavaleiros de Malta proeminentes | Cavaleiros de Colombo tem que aprovar candidatos à política | Paassen diz que fascismo é o regime mais próximo a Roma | Opus Dei, | Bush e Kerry participaram da Skull & Bones (322) de Yale | Origens Skull and Bones, afiliações. Sede alemã da Skull and Bones: os iluminati | A constituição da Unesco | Seminário Teológico União | Penetração na advocacia, comunicação, federal reserve -- casa da moeda ou fed | As relações da 322 com outras organizações, como clube da Boêmia, ordem da penumbra, comissão trilateral, CFR, Nações Unidas, Clube de Roma, Bilderbergs e outros | A gruta da Boêmia | Os membros do clube da Boôemia | Estas exposições dão esperança às vítimas da nova ordem mundial | A Ordem controla tudo | Hegel e seu princípio dos opostos | O fim justifica os meios | Papa pede nova ordem mundial | Redistribuição de bens


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 10 - A Besta que Saiu do Abismo

Parte 1 | Introdução | Apocalipse 11: Medição do santuário | 42 meses ou 1260 dias. O princípio dia-ano. | A ferida mortal no papado | As duas oliveiras e candeeiros | Zacarias 5 -- O Efa, a mulher, e a cegonha | A autoridade da palavra de Deus | O abismo sem fim | Ateísmo francês um eco da arrogância egípcia | Bíblia destruída e restaurada | A revolução francesa | O Manifesto de direitos humanos e o fascismo | A Inquisição: instrumentos de tortura | A noite de São Bartolomeu | O chapéu jacobino -- Adam Weishaput | Gasparri e Mussolini assinam tratado de Latrão | Maçonaria no Vaticano | Bestas do Apoclipse | Sociedades secretas | Tendência monopólica das multinacionais, sindicatos | Nações enfurecidas | Jesus visto junto à arca da lei | Conclusão


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 9 - O Soar das Sete Trombetas

Introdução | Apocalipse 11: Medição do santuário | 42 meses ou 1260 dias. O princípio dia-ano. | A ferida mortal no papado | As duas oliveiras e candeeiros | Zacarias 5 -- O Efa, a mulher, e a cegonha | A autoridade da palavra de Deus | O abismo sem fim | Ateísmo francês um eco da arrogância egípcia | Bíblia destruída e restaurada | A revolução francesa | O Manifesto de direitos humanos e o fascismo | A Inquisição: instrumentos de tortura | A noite de São Bartolomeu | O chapéu jacobino -- Adam Weishaput | Gasparri e Mussolini assinam tratado de Latrão | Maçonaria no Vaticano | Bestas do Apoclipse | Sociedades secretas | Tendência monopólica das multinacionais, sindicatos | Nações enfurecidas | Jesus visto junto à arca da lei | Conclusão


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 8 - Os Sete Selos

Parte 1 | Introdução aos sete selos | Ap. 4: O tribunal de Cristo | Os 24 anciãos | Ap. 4:6-8 Os quatro seres viventes | Jesus o Criador | Ap. 5 O livro de sete selos que ninguém podia abrir | O significado de selo | O cordeiro e o cântico ao ele receber o livro | Sete igrejas: história da igreja. Sete selos: história da mensagem do evangelho | Cavalo branco: mensagem pura | O cavalo vermelho: sangue | Cavalo preto: escassez de alimento | Erros doutrinários desta época | Cavalo pálido: a aparente morte do evangelho | Constantino e o dia do sol | Berço do cristianismo abraçou outra religião | Enciclopédia católica confessa mudança do sábado para o domingo | Cavalo pálido: fome | Morte por todo lado | A frustração de Veith quando católico | Paganismo batizado | O quinto selo | Valdenses são testemunhas | Passos na restauração da verdade: Wycliffe, Huss, Lutero, Calvino, Williams, Wesley | O sexto selo: Sinais no firmamento | Miller decifrou e publicou os 2300 anos | O movimento adventista dos anos 1840 | A restauração final da verdade | Estamos entre o sexto e o sétimo selo | O capítulo e o selo nr. 7


Abrazo!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Walter Veith - Ataque Total 7 - As Sete Igrejas

Parte 1 | Retrospectiva do capítulo 1 de Daniel | Uma visita à Turquia: Istambul | Estrutura das cartas às sete igrejas | Éfeso, a cidade de Diana -- Maria de hoje | O que os Nicolaítas tem a ver com São Nicolau | Várias antiguidades em Éfeso | Esmirna | Perseguição tornou Esmirna irrepreensível | O acampamento de Diocleciano | Imagens de Esmirna | A vantagem da perseguição | Pérgamo: paralelos com o papado | Fotos de Pérgamo e sua mensagem | Antipas | A doutrina de Balaão e o problema de Constantino | Nicolaítas | Mais fotos de Pérgamo | Concessões | Tiatira e o corretor de hereges | Púrpura e carmesim | A mensagem a Tiatira | O pilar de Justiniano, o obelisco da praça de S.Pedro e a tríplice coroa | Sardes: renovação | Derrota da Reforma no Concílio de Trento | Os heróis de Sardes | Livro da vida: Deus quer salvar a todos | Fotos de Sardes | Fotos de Praga, cidade do reformador Hus | Imagens sobre Lutero | As limitações dos reformadores assumidas por seus seguidores | Filadélfia: | Fotos de Filadélfia | A cidade de Laodicéia e fotos | A mensagem sobre a mornidão | Fotos e mais mensagem laodiceana | Riqueza doutrinária de Laodicéia | Conselho a Laodicéia


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 6 - A Revelação de Jesus Cristo

Parte 1 | Considerações gerais sobre o livro de Apocalipse | Paralelismos entre os primeiros dois capítulos de Apocalipse e Gênesis | O número 7 no Apocalipse | A linguagem simbólica do Apocalipse | A linguagem do santuário | As 7 bênçãos no Apocalipse | A estrutura do livro, em quiasma | Quiasma 1: a igreja militante x igreja triunfante | Quiasma 2: santos afligidos x santos no trono | Quiasma 3: Cristo e seu povo x Satanás e seus seguidores | Mais quiasmas | O tempo de Jeremias e o nosso | Vila Cristã Europus na Síria similaridade entre templo babilônico e catedrais atuais | Marri e Baalbek: Colunas Babilônicas | Altar de Júpiter, Vênus | A suástica na antiguidade | Corujas e falcões | A estrela de Davi o a adoração a Baal | Símbolo da OTAN e Baal | Parte 2: Escavação babilônica: Mulher de mini-saia e taça na mão | Tumbas e ossos debaixo de templos | Anjos infantis, cupidos vem do templo de Baal | Águia sobre a chave, Osiris com asas e cones de pinho, hexagramas e hexágonos | Palmira: templo de bel: chama de Baal, paralelo com a tocha olímpica, triângulo invertido | Prévia do estudo do Apocalipse | Porque Veith adverte tanto sobre as artimanhas do mal | Apocalipse 1:1-2 | Epanados: emparelhamento na estrutura do livro | Como a posição de Jesus afeta tudo | Versos 5-9 | O dia do Senhor | As sete igrejas | Jesus entre os castiçais | Interpretando o Apocalipse | A maldição rabínica | Jesus entrou no santo na era apostólica , não no santíssimo | Conclusão: Jesus nosso intermediário


Abrazo!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Walter Veith - Ataque Total 5 - O Homem por trás da Máscara

Parte 1 | Introdução e revisão da tabelinha profética | A visão dos quatro animais | O leão: Babilônia | O urso: Medo-Pérsia | O leopardo: Grécia | O animal diferente: império romano | Paralelismo entre Daniel 2 e 7 | Elementos gregos no império romano | O futuro domínio mundial de Roma | O chifre pequeno surge no tempo romano, não grego | As crenças e distribuição das dez tribos bárbaras | A cena do julgamento | O homem do pecado ou anticristo como descrito por Paulo | O primeiro filho da perdição (Judas) joga luz sobre o segundo (anticristo) | Anticristo não está nem no passado nem no futuro | O poder que detinha o anticristo nos dias de Paulo: o império romano secular | Parte 2: As características do chifre pequeno, anticristo ou homem do pecado | Igreja católica romana preenche estas características | A definição bíblica de blasfêmia: pretender ser Deus e perdoar pecados | Papado, Jesuítas e Inquisição: guerra aos santos | Papado pretende ter mudado a lei de Deus e o calendário | De quando a quando vai 'tempo, tempos e metade de um tempo' ou 1260 dias | A ferida mortal do papado curada | Principais governantes veneram o Papa | Lutero, Calvino, Wesley, e Knox reconheceram no papado o anticristo | A escultura profética de Nürnberg, Alemanha | Ecumenismo tirou este ensino da pauta | Mais características cumpridas por Roma | Conclusão


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 4 - As Névoas do Tempo

Parte 1 | Deus revela o fim desde o princípio | Tabelinha de conversão de símbolos proféticos | Nabucodonosor e os judeus exilados por eles | O significado das palavras Babel | Contagem de tempo inclusiva resolve aprentes contradições na Bíblia Aparente contradição bíblica sobre contagem de anos solucionada | Encantador, magos e astrólogos da Babilônia e contemporâneos | Os caldeus e a execução iminente | Significado do nome Belsazar | Religião humanista | Daniel explica o sonho | A rocha | A filosofia dos reinos desde a Babilônia se acumulou e espalhou a todo o mundo | A sucessão de reinos não agradou à arrogância de Nabucodonosor | Os jardins suspensos e a porta de Ishtar | O cilindro de Nabonido, pai de Belsazar | As quatro ocasiões em que Deus escreveu com seu dedo | Ciro, o ungido | Parte 2: A conquista grega | Comparação da armadura grega e romana | A severidade romana | Por que a Grécia não destruiu Jerusalém | Destruída a acusação de que Daniel foi escrito depois dos eventos preditos | Os dois impérios romanos | O império romano ocidental dividido | As tribos bárbaras e as nações modernas a que deram origem | Ostrogodos teriam sido extintos por sua filosofia hebraica | As tentativas fracassadas de unificar a Europa | Napoleão frado pelo próprio Deus | Pedra = vinda de Cristo | A estátua e o Kaiser Guilherme | O que os soldados de Napoleão realmente buscavam o Egito | Hitler também passou pelo Egito | Hitler e a estátua do Kaiser Guilherme | A suástica e a águia | Winston Churchill e a União Soviética | Putin era o cabeça da KGB soviética | Reino de paz terrenal ou celestial?


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 3 - Um Advogado Para o Nosso Tempo

Parte 1 | A lei e a definição de pecado | Como a lei cerimonial se diferencia da moral (10 Mandamentos) | O santuário terrestre e sua simbologia | Parte 2: A tenda propriamente dita, do tabernáculo (santuário móvel no deserto) | O sacrifício do cordeiro | O Cordeiro de Deus | A pia de metal | O candelabro: | O altar de incenso | A mesa dos pães da proposição | O santíssimo, o dia da expiação e nosso sumo-sacerdote celestial | Sistema sacrifical já não está vigente | Novo templo em Jerusalém? | O revestimento do tabernáculo | As sete festas judaicas e seu real significado | 2300 tardes e manhãs e considerações finais


Abrazo!

Walter Veith - Ataque Total 2 - Por Onde Andou Jesus

Parte 1 | Região onde Jesus atuou | Ovelhas e pastor | Local dos pastores em Belém e o campo de Rute | Belém: igreja da Natividade | A caverna do leite: alusão Isis, deusa da fertilidade | Egito: Igreja do Patriarcado Copta e a suposta Bíblia flutuante | A cidade dos escombros, Cairo | A igreja do santo bola, esculpida na pedra | Região do templo de Jerusalém | Local do batismo de Jesus | Locais da tentação de Jesus | Ma'alula, única vila onde se fala aramaico hoje | Caná | Parte 2: A suposta casa de Pedro e sinagoga em Cafarnaum | Corazim | Bem-Aventuranças | Barco da época de Jesus | Túmulo de Lázaro | Capela das Lágrimas | A porta de Damasco e de Hulda e outros lugares | Getsêmani | Local do palácio de Anás e Caifás | Sete julgamentos, chicotadas | Calabouço de espera | Locais de Pilatos | Via dolorosa e porta das ovelhas (atual porta do leão) | O Gólgota Católico Romano | O Gólgota Ortodoxo fora da cidade, monte da caveira | monte das oliveiras e da ascensão e a porta dourada | Mesquita da rocha e casa queimada | Conclusão



Abrazo!

sábado, 9 de maio de 2015

Valter Veith - Ataque Total 1 - Apenas um Outro Homem?


Parte 1 | Razão da controvérsia | Profecias cumpridas em Jesus | Fontes extra-bíblicas de personagens na Época de Jesus | Jesus cumpriu a tipologia do santuário | Profecias messiânicas de Daniel cumpridas | Parte 2: Até o ano em que Jesus veio fora predito em Daniel 9:24-25 | Considerações sobre 'arrogância' | A semana 70 | Conclusão


Série Ataque Total.
Dublagem: Dr. Milton Torres, Unasp-EC.




Abrazo!

sábado, 25 de abril de 2015

Desejado de Todas as Nações

Neste livro, a autora apresenta a Jesus como a Plenitude da Divindade, o infinitamente misericordioso Salvador dos pecadores, o Sol da Justiça, o clemente Sumo Sacerdote, o Médico de todas as moléstias e enfermidades humanas, o terno e compassivo Amigo, o Companheiro constante, dedicado e sempre presente, o Príncipe da Casa de Davi, o Escudo de Seu povo, o Príncipe da Paz, o Rei Vindouro, o Pai da Eternidade, o cumprimento dos desejos e esperanças de todos os séculos.


  • Se você gostou das 18 postagens deste livro, pode baixar o restante dos capítulos neste link!
Copie e Cole:

http://ellenwhiteaudio.org/pt/egw/desejado-de-todas-as-nacoes/

Abrazo!

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Nicodemos

   Nicodemos ocupava posição de alta confiança na nação judaica. Possuía esmerada educação, e era dotado de talentos acima do comum, sendo igualmente membro honrado do conselho nacional. Fora, juntamente com outros, agitado pelos ensinos de Jesus. Se bem que rico, instruído e honrado, sentira-se estranhamente atraído pelo humilde Nazareno. As lições saídas dos lábios do Salvador o haviam impressionado grandemente, e desejara conhecer mais acerca dessas maravilhosas verdades. 
    A manifestação d e autoridade por parte de Cristo, na purificação do templo, despertara nos sacerdotes e principais decidido ódio. Temiam o poder desse Estranho. Tal ousadia da parte de um obscuro galileu, não era coisa que se tolerasse. Determinaram acabar com Sua obra. Mas nem todos concordavam com isso. Alguns havia que temiam opor-se a uma pessoa tão evidentemente dirigida pelo Espírito de Deus. Lembravam-se de como profetas haviam sido mortos por terem repreendido os pecados dos guias de Israel. Sabiam que a servidão dos judeus a um povo pagão era o resultado de sua obstinação em rejeitar as repreensões de Deus. Temiam que, conspirando contra Jesus, os sacerdotes e principais estivessem seguindo os passos de seus antepassados, e trouxessem sobre a nação novas calamidades. Nicodemos partilhara desses sentimentos. Num concílio do Sinédrio, em que fora considerada a atitude a tomar para com Jesus, aconselhara cautela e moderação. Insistira em que, se Jesus Se achava na verdade investido de autoridade por Deus, seria perigoso rejeitar-Lhe as advertências. Os sacerdotes não haviam ousado desprezar esse conselho, e, temporariamente, não tomaram medidas abertas contra o Salvador. 
    Desde que ouvira Jesus, Nicodemos estudara ansiosamente as profecias relativas ao Messias; e quanto mais procurara, tanto mais forte era sua convicção de que este era Aquele que havia de vir. Ele, como muitos outros em Israel, sentira-se grandemente aflito com a profanação do templo. Fora testemunha ocular da cena da expulsão dos vendedores e compradores por Jesus; presenciara a maravilhosa manifestação de poder divino; vira o Salvador receber os pobres e curar os enfermos; vira-lhes a expressão de alegria, e escutara-lhes as palavras de louvor; e não podia duvidar de que Jesus de Nazaré era o Enviado de Deus. 
    Desejava grandemente uma entrevista com Jesus, mas recuava ante a idéia de O procurar abertamente. Seria demasiado humilhante, para um príncipe judeu, reconhecer-se em afinidade com um mestre ainda tão pouco conhecido. E chegasse sua visita ao conhecimento do Sinédrio, isso lhe atrairia o desprezo e as acusações do mesmo. Decidiu-se por uma entrevista em segredo, desculpando-se com a idéia de que, fosse ele abertamente, outros lhe poderiam seguir o exemplo. Sabendo, depois de indagar especialmente, o lugar de retiro do Salvador, no Monte das Oliveiras, esperou até que a cidade silenciasse no sono, indo então em busca dEle. 
    Em presença de Cristo, experimentou Nicodemos uma estranha timidez, que se esforçou por ocultar sob um ar de compostura e dignidade. "Rabi", disse ele, "bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele." João 3:2. Esperava, falando dos raros dons de Cristo como mestre, bem como de Seu maravilhoso poder de operar milagres, preparar o terreno para a entrevista que pretendia. Suas palavras visavam exprimir e despertar confiança; na realidade, porém, exprimiam incredulidade. Não reconheceu Jesus como o Messias, mas apenas como um mestre enviado por Deus. 
    Em vez de agradecer essa saudação, Jesus fixou os olhos no visitante, como se lhe estivesse lendo a alma. Em Sua infinita sabedoria viu diante de Si um indagador da verdade. Sabia o objetivo dessa visita e, no desejo de aprofundar a convicção já existente no espírito do ouvinte, foi diretamente ao ponto, dizendo solene, mas bondosamente: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3. 
Nicodemos fora ter com o Senhor pensando em entrar com Ele em discussão, mas Jesus expôs-lhe os princípios fundamentais da verdade. Disse a Nicodemos: Não é tanto de conhecimento teórico que precisas, mas de regeneração espiritual. Não necessitas satisfazer tua curiosidade, mas ter um novo coração. É mister que recebas nova vida de cima, antes de te ser possível apreciar as coisas celestiais. Antes que se verifique essa mudança, tornando novas todas as coisas, nenhum salvador proveito tem para ti o discutir comigo Minha autoridade ou missão. 
    Nicodemos ouvira a pregação de João Batista quanto ao arrependimento e ao batismo, e indicando ao povo Aquele que havia de batizar com o Espírito Santo. Ele próprio sentira haver falta de espiritualidade entre os judeus, que, em grande parte, eram dominados pela hipocrisia e a mundana ambição. Tinha esperado um melhor estado de coisas por ocasião da vinda do Messias. Todavia, a perscrutadora mensagem do Batista deixara de nele operar a convicção do pecado. Fariseu estrito, orgulhava-se de suas boas obras. Era largamente estimado por sua beneficência e liberalidade na manutenção do serviço do templo, e sentia-se certo do favor de Deus. Ficou assustado ante a idéia de um reino demasiado puro para ele ver em seu estado atual. 
    A figura do novo nascimento, empregada por Jesus, não deixava de ser familiar a Nicodemos. Os conversos do paganismo à fé de Israel eram muitas vezes comparados a crianças recém-nascidas. Portanto, devia ter percebido que as palavras de Cristo não se destinavam a ser tomadas em sentido literal. Em virtude de seu nascimento como israelita, entretanto, considerava-se seguro de um lugar no reino de Deus. Achava não precisar de nenhuma mudança. Daí sua surpresa ante as palavras do Salvador. Ficou irritado por sua íntima aplicação a si próprio. O orgulho do fariseu lutava contra o sincero desejo do pesquisador da verdade. Admirava-se de que Jesus lhe falasse da maneira por que falou, não respeitando sua posição de príncipe em Israel. 
    Colhido de improviso, respondeu a Cristo em palavras plenas de ironia: "Como pode um homem nascer, sendo velho?" João 3:4. Como muitos outros, quando uma incisiva verdade lhes fere a consciência, revelou o fato de que o homem natural não recebe as coisas que são do Espírito de Deus. Não há nele nada que corresponda às coisas espirituais; pois estas se discernem espiritualmente. 
    Mas o Salvador não enfrentou argumento com argumento. Erguendo a mão em solene e calma dignidade, acentuou a verdade com mais firmeza: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." João 3:5. Nicodemos sabia que Jesus Se referia aí ao batismo de água, e à renovação da alma pelo Espírito de Deus. Ficou convencido de achar-se na presença dAquele que João Batista predissera. 
    Jesus continuou: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito". João 3:6. O coração, por natureza, é mau, e "quem do imundo tirará o puro? Ninguém". Jó 14:4. Invenção alguma humana pode encontrar o remédio para a alma pecadora. "A inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser". Rom. 8:7. "Do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituições, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias". Mat. 15:19. A fonte do coração se deve purificar para que a corrente se possa tornar pura. Aquele que se esforça para alcançar o Céu por suas próprias obras em observar a lei, está tentando o impossível. Não há segurança para uma pessoa que tenha religião meramente legal, uma forma de piedade. A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e uma vida toda nova. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito Santo. 
    Nicodemos continuava perplexo, e Jesus empregou o vento para ilustrar o que desejava dizer: "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito". João 3:8. 
    Ouve-se o vento por entre os ramos das árvores, fazendo sussurrar as folhas e as flores; é todavia invisível, e homem algum sabe de onde ele vem, nem para onde vai. O mesmo se dá quanto à operação do Espírito Santo na alma. Como os movimentos do vento, não pode ser explicada. Talvez uma pessoa não seja capaz de dizer o tempo ou o lugar exatos de sua conversão, nem delinear todas as circunstâncias no processo da mesma; isso, porém, não prova não estar ela convertida. Mediante um agente tão invisível como o vento, está Cristo continuamente operando no coração. Pouco a pouco, sem que o objeto dessa obra tenha talvez consciência do fato, produzem-se impressões que tendem a atrair a alma para Cristo. Estas se podem causar meditando nEle, lendo as Escrituras, ou ouvindo a palavra do pregador. De repente, ao chegar o Espírito com mais direto apelo, a alma entrega-se alegremente a Jesus. Isso é chamado por muitos uma conversão repentina; é, no entanto, o resultado de longo processo de conquista efetuado pelo Espírito de Deus - processo paciente e prolongado. 
Se bem que o vento seja invisível, seus efeitos são vistos e sentidos. Assim a obra do Espírito sobre a alma revelar-se-á em cada ato daquele que lhe experimentou o poder salvador. Quando o Espírito de Deus toma posse do coração, transforma a vida. Os pensamentos pecaminosos são afastados, renunciadas as más ações; o amor, a humildade, a paz tomam o lugar da ira, da inveja e da contenda. A alegria substitui a tristeza, e o semblante reflete a luz do Céu. Ninguém vê a mão que suspende o fardo, nem a luz que desce das cortes celestiais. A bênção vem quando, pela fé, a alma se entrega a Deus. Então, aquele poder que olho algum pode discernir, cria um novo ser à imagem de Deus. 
    É impossível à mente finita compreender a obra da redenção. Seu mistério excede ao conhecimento humano; todavia, aquele que passa da morte para a vida percebe que é uma divina realidade. O começo da redenção, podemos conhecê-lo aqui, mediante uma experiência pessoal. Seus resultados estendem-se através da eternidade. 
    Enquanto Jesus falava, alguns raios da verdade penetraram no espírito do príncipe. A enternecedora, subjugante influência do Espírito Santo impressionou-lhe o coração. Todavia, não compreendeu plenamente as palavras do Salvador. Não ficou tão impressionado com a necessidade do novo nascimento, como acerca da maneira por que esse se havia de realizar. Admirado, disse: "Como pode ser isso?" 
    "Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?" perguntou Jesus. Indubitavelmente uma pessoa a quem era confiada a instrução religiosa do povo, não devia ser ignorante de verdades de tanta importância. Suas palavras encerravam a lição de que, em lugar de sentir-se irritado com as positivas palavras da verdade, Nicodemos deveria ter de si mesmo opinião muito humilde, em vista de sua ignorância espiritual. Não obstante, Cristo falava com tão solene dignidade, e tanto o olhar como a inflexão da voz exprimiam tão sincero amor, que Nicodemos não se ofendeu ao compreender sua humilhante condição. 
    Mas ao explicar Jesus que Sua missão na Terra era estabelecer um reino espiritual e não temporal, Seu ouvinte sentiu-se perturbado. Vendo isso, Jesus acrescentou: "Se vos falei de coisas terrestres e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?" João 3:12. Se Nicodemos não podia receber os ensinos de Cristo, que ilustravam a obra da graça no coração, como entender a natureza de Seu glorioso reino celestial? Não discernindo a natureza da obra de Cristo na Terra, não poderia compreender Sua obra no Céu. 
    Os judeus que Jesus expulsara do templo, pretendiam ser  filhos de Abraão, mas fugiram da presença do Salvador, porque não podiam suportar a glória de Deus que nEle se manifestava. Revelaram assim não se achar, pela graça de Deus, habilitados a participar dos sagrados cultos do templo. Eram zelosos em manter uma aparência de piedade, mas negligenciavam a santidade do coração. Ao passo que eram zelosos defensores da letra da lei, violavam-lhe constantemente o espírito. Sua grande necessidade era aquela mesma mudança que Cristo estivera explicando a Nicodemos - um novo nascimento moral, uma limpeza do pecado e renovação do conhecimento e da santidade. 
    Não havia escusa para a cegueira de Israel quanto à obra da regeneração. Pela inspiração do Espírito Santo, escrevera Isaías: "Todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapos de imundícia". Isa. 64:6. Davi suplicara: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto". Sal. 51:10. E, por meio de Ezequiel, fora dada a promessa: "E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o Meu Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos, e guardeis os Meus juízos, e os observeis". Ezeq. 36:26 e 27. 
    Nicodemos lera essas passagens com o espírito obscurecido; agora, porém, começava a compreender-lhes a significação. Via que a mais rígida obediência à simples letra da lei, no que respeitava à vida exterior, não poderia habilitar homem algum para entrar no reino do Céu. No conceito dos homens, sua vida fora justa e digna de honra; em presença de Cristo, no entanto, sentia que seu coração era impuro, sua vida destituída de santidade. 
    Nicodemos estava sendo atraído para Cristo. Ao explicar-lhe o Salvador o que dizia respeito ao novo nascimento, anelava experimentar essa mudança em si mesmo. Por que meio poderia isso realizar-se? Jesus respondeu à não formulada pergunta: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:14 e 15.  
    Ali estava um terreno familiar a Nicodemos. O símbolo da serpente levantada tornou-lhe clara a missão do Salvador. Quando o povo de Israel estava perecendo da picada das serpentes ardentes, Deus instruíra Moisés para fazer uma serpente de metal, e colocá-la no alto, em meio da congregação. Fora então anunciado no acampamento que todos os que olhassem para a serpente, viveriam. Bem sabia o povo que, em si mesma, não possuía ela poder algum para os ajudar. Era um símbolo de Cristo. Como   a imagem feita à semelhança das serpentes destruidoras era erguida para cura deles, assim Alguém nascido "em semelhança da carne do pecado" (Rom. 8:3), havia de lhes ser Redentor. Muitos dos israelitas olhavam o serviço sacrifical como possuindo em si mesmo virtude para os libertar do pecado. Deus lhes desejava ensinar que esse serviço não tinha mais valor que aquela serpente de metal. Visava a dirigir-lhes o espírito para o Salvador. Fosse para a cura de suas feridas, fosse para o perdão dos pecados, não podiam fazer por si mesmos coisa alguma, se não mostrar sua fé no Dom de Deus. Cumpria-lhes olhar, e viver. 
    Os que haviam sido mordidos pelas serpentes poderiam haver demorado a olhar. Poderiam ter posto em dúvida a eficácia daquele símbolo metálico. Poderiam haver pedido uma explicação científica. Nenhuma explicação lhes era dada, porém. Deviam aceitar a palavra que Deus lhes dirigia através de Moisés. Recusar-se a olhar, era morrer. 
    Não é por meio de debates e discussões que a alma é iluminada. Devemos olhar e viver. Nicodemos recebeu a lição, e levou-a consigo. Examinou as Escrituras de maneira nova, não para a discussão de uma teoria, mas a fim de receber vida para a alma. Começou a ver o reino de Deus, ao submeter-se à direção do Espírito Santo. 
    Milhares existem, hoje em dia, que necessitam da mesma verdade ensinada a Nicodemos mediante a serpente levantada. Confiam em sua obediência à lei de Deus para se recomendarem a seu favor. Quando são solicitados a olhar a Jesus, e a crer que Ele os salva apenas pela Sua graça, exclamam: "Como pode ser isso?" 
    Como Nicodemos, devemos estar prontos a entrar na vida pela mesma maneira que o maior dos pecadores. Além de Cristo "nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos". Atos 4:12. Mediante a fé, recebemos a graça de Deus; mas a fé não é nosso Salvador. Ela não obtém nada. É a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado. E nem sequer nos podemos arrepender sem o auxílio do Espírito de Deus. Diz a Escritura de Cristo: "Deus com a Sua destra O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados". Atos 5:31. O arrependimento vem de Cristo, tão seguramente como vem o perdão. 
    Como, então, nos havemos de salvar? - "Como Moisés levantou a serpente no deserto", assim foi levantado o Filho do homem, e todo aquele que tem sido enganado e mordido pela serpente, pode olhar e viver. "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". João 1:29. A luz que irradia da cruz revela o amor de Deus. Seu amor atrai-nos a Ele mesmo. Se não resistirmos a essa atração, seremos levados ao pé da cruz em arrependimento pelos pecados que crucificaram o Salvador. Então o Espírito de Deus, mediante a fé, produz uma nova vida na alma. Os pensamentos e desejos são postos em obediência à vontade de Cristo. O coração, o espírito, são novamente criados à imagem dAquele que opera em nós para sujeitar a Si mesmo todas as coisas. Então a lei de Deus é escrita na mente e no coração, e podemos dizer com Cristo: "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu". Sal. 40:8. 
    Na entrevista com Nicodemos, Jesus desdobrou o plano da salvação, e Sua missão no mundo. Em nenhum de Seus posteriores discursos explicou tão plenamente, passo por passo, a obra necessária ao coração de todo aquele que quisesse herdar o reino do Céu. No próprio início de Seu ministério, abriu a verdade a um membro do Sinédrio, ao espírito mais apto a receber, a um designado mestre do povo. Os guias de Israel, porém, não receberam de bom grado a luz. Nicodemos ocultou a verdade no coração, e por três anos pouco foi, aparentemente, o fruto. 
    Jesus, porém, conhecia o solo em que lançara a semente. As palavras dirigidas à noite a um ouvinte, na solitária montanha, não foram perdidas. Durante algum tempo, Nicodemos não reconheceu publicamente a Cristo, mas observava-Lhe a vida, e ponderava-Lhe os ensinos. Repetidamente, no conselho do Sinédrio, frustrou os planos dos sacerdotes para O destruir. Quando, afinal, Jesus foi erguido na cruz, Nicodemos relembrou o ensino no Olivete: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:14 e 15. A luz daquela secreta entrevista iluminou a cruz do Calvário, e Nicodemos viu em Jesus o Redentor do mundo. 
    Depois da ascensão do Senhor, quando os discípulos foram dispersos pela perseguição, Nicodemos tomou ousadamente a dianteira. Empregou sua fortuna na manutenção da igreja infante, que os judeus haviam esperado fosse extirpada com a morte de Cristo. No tempo de perigo aquele que tão cauteloso e duvidoso fora, mostrou-se firme como a rocha, animando a fé dos discípulos, e fornecendo meios para levar avante a obra do evangelho. Foi desdenhado e perseguido pelos que lhe haviam tributado reverência em outros tempos. Tornou-se pobre em bens deste mundo; todavia, não vacilou na fé que tivera seu início naquela conferência noturna com Jesus. 
    Nicodemos relatou a João a história daquela entrevista, e por sua pena foi ela registrada para instrução de milhões. As verdades aí ensinadas são tão importantes hoje em dia como naquela solene noite, na sombria montanha, quando o príncipe judeu foi aprender, com o humilde Mestre da Galiléia, o caminho da vida. 
Abrazo!

Em Seu Templo

    
"Depois disto desceu a Cafarnaum, Ele, e Sua mãe, e Seus discípulos, e ficaram ali não muitos dias. Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém." João 2:12 e 13. 
    Nessa jornada, uniu-Se Jesus a um grande grupo que ia de caminho para a capital. Ainda não havia anunciado publicamente Sua missão, e misturava-Se despercebido com o povo. Nessas ocasiões, a vinda do Messias, a que o ministério de João dera tanta preeminência, era muitas vezes o tema de conversação. Com vivo entusiasmo consideravam a esperança da grandeza nacional. Jesus sabia que essa esperança haveria de sofrer decepção, pois baseava-se em uma falsa compreensão das Escrituras. Com profundo zelo explicava Ele as profecias, e procurava despertar os homens para mais acurado estudo da Palavra de Deus. 
    Os guias judaicos haviam instruído o povo de que em Jerusalém deviam ser ensinados quanto ao culto a Deus. Ali, durante a semana da Páscoa, se reuniam em grande número, vindos de todas as partes da Palestina, e mesmo de terras distantes. Os pátios do templo enchiam-se de uma multidão promíscua. Muitos não podiam levar consigo os sacrifícios que deviam ser oferecidos em símbolo do grande Sacrifício. Para comodidade destes, compravam-se e vendiam-se animais no pátio exterior do templo. Ali se reunia toda espécie de gente para comprar suas ofertas. Ali se trocava todo o dinheiro estrangeiro pela moeda do santuário. 
    Todo judeu tinha por dever pagar anualmente meio siclo como "resgate da sua alma" (Êxo. 30:12-16); e o dinheiro assim obtido era empregado para manutenção do templo. Além disso, levavam-se grandes somas, como ofertas voluntárias, para serem depositadas no tesouro do templo. E exigia-se que todo dinheiro estrangeiro fosse trocado por uma moeda chamada o siclo do templo, a qual era aceita para o serviço do santuário. A troca do dinheiro dava lugar a fraude e extorsão, havendo descaído em desonroso tráfico, fonte de lucros para os sacerdotes. 
    Os mercadores exigiam preços exorbitantes pelos animais vendidos, e dividiam o proveito com os sacerdotes e principais, que enriqueciam assim à custa do povo. Ensinara-se aos adoradores que, se não oferecessem sacrifícios, as bênçãos de Deus não repousariam sobre seus filhos e sua terra. Assim era garantido elevado preço pelos animais; porque, depois de vir de tão longe, o povo não queria voltar para casa sem realizar o ato de devoção que ali o levara. 
    Grande era o número de sacrifícios oferecidos por ocasião da Páscoa, e avultadas as vendas no templo. A conseqüente confusão dava a idéia de uma ruidosa feira de gado, e não do sagrado templo de Deus. Ali se podiam ouvir ásperos ajustes de compras, o mugir do gado, o balir de ovelhas, o arrulho de pombos, de mistura com o tinir de moedas e violentas discussões. Tão grande era a confusão, que os sacerdotes eram perturbados, e as palavras dirigidas ao Altíssimo, afogadas pelo tumulto que invadia o templo. Os judeus orgulhavam-se extremamente de sua piedade. Regozijavam-se por causa de seu templo, e reputavam blasfêmia uma palavra proferida em desmerecimento do mesmo; eram muito rigorosos quanto à execução das cerimônias com ele relacionadas; o amor do dinheiro, porém, desfazia todos os escrúpulos. Mal se apercebiam de quão longe tinham sido levados do original desígnio do serviço instituído pelo próprio Deus. 
    Quando o Senhor descera sobre o monte Sinai, o lugar fora consagrado por Sua presença. Moisés recebeu ordens de pôr limites em volta do monte e santificá-lo, e a palavra do Senhor se fez ouvir em advertência: "Guardai-vos que não subais ao monte, nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte certamente morrerá. Nenhuma mão tocará nele, porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá." Êxo. 19:12 e 13. Assim foi ensinada a lição de que sempre que Deus manifesta Sua presença, o lugar é santo. As dependências do templo de Deus deviam ser consideradas sagradas. Na luta pelo ganho, porém, tudo isso se perdeu de vista. 
    Os sacerdotes e principais, chamados para ser representantes de Deus perante a nação, deviam ter corrigido os abusos do pátio do templo. Deviam haver dado ao povo um exemplo de integridade e compaixão. Em lugar de cuidar do próprio proveito, deviam ter considerado a situação e as necessidades dos adoradores, e estado prontos a ajudar os que não podiam comprar os sacrifícios exigidos. Mas assim não fizeram. A avareza lhes endurecera o coração. 
    Iam a essa festa pessoas que se achavam em sofrimento, em necessidade, em aflição. O cego, o coxo, o surdo, ali se achavam. Alguns eram levados em leitos. Iam muitos demasiado pobres para comprar a mais humilde oferta para o Senhor, pobres demais mesmo para comprar o alimento com que saciassem a própria fome. Estes ficavam grandemente desanimados com as declarações dos sacerdotes. Os sacerdotes gloriavam-se de sua piedade; pretendiam ser os guardas do povo; eram no entanto, faltos de simpatia e compaixão. O pobre, o doente, o moribundo, em vão suplicavam favor. Seus sofrimentos não despertavam piedade no coração dos sacerdotes. 
    Ao penetrar Jesus no templo, abrangeu toda a cena. Viu as desonestas transações. Viu a aflição do pobre, que julgava que, sem derramar sangue, não havia perdão para seus pecados. Viu o pátio exterior do Seu templo convertido em lugar de comércio profano. O sagrado recinto transformara-se em vasta praça de câmbio. 
    Cristo viu que era necessário fazer alguma coisa. Numerosas eram as cerimônias exigidas do povo, sem a devida instrução quanto ao sentido das mesmas. Os adoradores ofereciam seus sacrifícios, sem compreender que eram símbolos do único Sacrifício perfeito. E entre eles, não reconhecido nem honrado, achava-Se Aquele a quem prefiguravam todos os seus cultos. Ele dera instruções quanto às ofertas. Compreendia-lhes o valor simbólico, e via que estavam agora pervertidas e mal interpretadas. O culto espiritual estava desaparecendo rapidamente. Nenhum laço ligava os sacerdotes e principais ao seu Deus. A obra de Cristo era estabelecer um culto totalmente diverso. 
    Enquanto ali, de pé, nos degraus do pátio do templo, Cristo abrangeu com penetrante visão, a cena que estava perante Ele. Seu olhar profético penetra o futuro, e vê, não somente anos, mas séculos e gerações. Vê como sacerdotes e principais despojam o necessitado de seu direito, e proíbem que o evangelho seja pregado ao pobre. Vê como o amor de Deus seria ocultado aos pecadores, e os homens fariam de Sua graça mercadoria. Ao contemplar a cena, exprimem-se-Lhe na fisionomia indignação, autoridade e poder. A atenção do povo é para Ele atraída. Voltam-se para Ele os olhares dos que se acham empenhados no profano comércio. Não podem dEle despregar os olhos. Sentem-se que esse Homem lhes lê os mais íntimos pensamentos, e lhes descobre os ocultos motivos. Alguns tentam esconder o rosto, como se suas más ações lhes estivessem escritas no semblante, para serem perscrutadas por aqueles olhos penetrantes. 
    Silencia o tumulto. O som do tráfico e dos ajustes cessa. O silêncio torna-se penoso. Apodera-se da assembléia um sentimento de respeito. É como se estivessem citados perante o tribunal de Deus, para responder por seus atos. Olhando para Cristo, vêem a divindade irradiando através do invólucro humano. A Majestade do Céu está como o Juiz há de estar no derradeiro dia - não circundado agora da glória que O acompanhará então, mas com o mesmo poder de ler a alma. Seu olhar percorre rapidamente a multidão, abrangendo cada indivíduo. Seu vulto parece elevar-se acima deles, em imponente dignidade, e uma luz divina ilumina-Lhe o semblante. Fala, e Sua clara, retumbante voz - a mesma que, do Sinai, proclamara a lei que sacerdotes e principais ora transgridem - ouve-se ecoar através das arcadas do templo: "Tirai daqui estes, e não façais da casa de Meu Pai casa de venda." João 2:16. 
    Descendo silenciosamente, e erguendo o açoite de cordéis apanhado ao entrar no recinto, manda aos vendedores que se afastem das dependências do templo. Com zelo e severidade nunca dantes por Ele manifestados, derriba as mesas dos cambistas. Rola a moeda, ressoando fortemente no mármore do chão. Ninguém Lhe pretende questionar a autoridade. Ninguém ousa deter-se para apanhar o mal-adquirido ganho. Jesus não lhes bate com o açoite de cordéis, mas aquele simples açoite parece, em Suas mãos, terrível como uma espada flamejante. Oficiais do templo, sacerdotes, corretores e mercadores de gado, com suas ovelhas e bois, saem precipitadamente do lugar, com o único pensamento de escapar à condenação de Sua presença. 
    Um pânico percorre pela multidão, que se sente ofuscada por Sua divindade. Gritos de terror escapam-se de centenas de lábios desmaiados. Os próprios discípulos tremem. São abalados pelas palavras e maneiras de Jesus, tão diversas de Sua atitude habitual. Lembram-se de que está escrito a Seu respeito. "O zelo da Tua casa Me devorou." Sal. 69:9. Dentro em pouco a tumultuosa turba com as mercadorias é removida para longe do templo do Senhor. Os pátios ficam livres do comércio profano, e sobre a cena de confusão baixam silêncio e solenidade profundos. A  presença do Senhor, que outrora santificara o monte, tornou agora sagrado o templo erigido em Sua honra. 
    Com a purificação do templo, anunciou Jesus Sua missão como Messias. Aquele templo, erigido, para morada divina, destinava-se a ser uma lição objetiva para Israel e o mundo. Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador. Devido ao pecado, a humanidade cessou de ser o templo de Deus. Obscurecido e contaminado pelo pecado, o coração do homem não mais revelava a glória da Divindade. Pela encarnação do Filho de Deus, porém, cumpriu-se o desígnio do Céu. Deus habita na humanidade, e mediante a salvadora graça, o coração humano se torna novamente um templo. O Senhor tinha em vista que o templo de Jerusalém fosse um testemunho contínuo do elevado destino franqueado a toda alma. Os judeus, no entanto, não haviam compreendido a significação do edifício de que tanto se orgulhavam. Não se entregavam como templos santos para o divino Espírito. Os pátios do templo de Jerusalém, cheios do tumulto de um tráfico profano, representavam com exatidão o templo da alma, contaminado por paixões sensuais e pensamentos profanos. Purificando o templo dos compradores e vendilhões mundanos, Jesus anunciou Sua missão de limpar a alma da contaminação do pecado - dos desejos terrenos, das ambições egoístas, dos maus hábitos que a corrompem. "De repente virá ao Seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá quando Ele aparecer? porque Ele será como o fogo dos ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os afinará como ouro e como prata". Mal. 3:1-3. "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo". I Cor. 3:16 e 17. Homem algum pode de si mesmo expulsar a turba má que tomou posse do coração. Unicamente Cristo pode purificar o templo da alma. Não forçará, porém, a entrada. Não vem ao templo do coração como ao de outrora; mas diz: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa". Apoc. 3:20. Ele virá, não somente por um dia; pois diz: "Neles habitarei, e entre eles andarei: ... e eles serão o Meu povo". II Cor. 6:16. 
"Subjugará as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar". Miq. 7:19. Sua presença purificará e santificará a alma, de maneira que ela seja um santo templo para o Senhor, e uma "morada de Deus em Espírito". Efés. 2:21 e 22. 
    Dominados de terror, os sacerdotes e os principais haviam fugido do pátio do templo, e do olhar penetrante que lhes lia o coração. Em sua fuga, encontraram-se com outros que iam para o templo, e pediram-lhes que voltassem, contando-lhes o que tinham visto e ouvido. Cristo olhava para os homens a fugir, em compassiva piedade pelo temor deles, e por sua ignorância do que constituísse o verdadeiro culto. Viu, nessa cena, simbolizada a dispersão de todo o povo judeu por causa de sua maldade e impenitência. 
    E por que fugiam do templo os sacerdotes? Por que não defenderam sua posição? Aquele que lhes ordenava que se fossem era o filho de um carpinteiro, um pobre galileu, sem posição nem poder terrestre. Por que Lhe não resistiram? Por que deixaram o tão mal-adquirido ganho, e fugiram ao mando de uma pessoa de tão humilde aparência? 
    Cristo falava com a autoridade de um rei, e em Seu aspecto, e no tom de Sua voz havia alguma coisa a que eles não podiam resistir. À voz de comando compreenderam, como nunca dantes, sua verdadeira posição de hipócritas e roubadores. Quando a divindade irradiou através da humanidade, não viram apenas indignação na fisionomia de Cristo; perceberam o significado de Suas palavras. Sentiram-se como perante o trono do eterno Juiz, tendo sobre si Sua sentença para este século e a eternidade. Por algum tempo, ficaram convencidos de que Cristo era profeta; e muitos acreditaram ser o Messias. O Espírito Santo, como num relâmpago, lhes fez acudir à mente palavras dos profetas com respeito a Cristo. Render-se-iam a esta convicção? 
    Arrepender-se, não o queriam eles. Sabiam que se haviam despertado as simpatias de Cristo para com os pobres. Sabiam-se culpados de extorsão em seu trato com o povo. Como Cristo lhes penetrasse os pensamentos, aborreceram-nO. Sua pública repreensão humilhava-lhes o orgulho, e tinham ciúmes da crescente influência que ia conquistando entre o povo. Decidiram intimidá-Lo a declarar com que autoridade os expulsara, e quem Lha conferira.  
    Lenta e refletidamente, mas com ódio no coração, voltaram ao templo. Que mudança, porém, se operara durante sua ausência! Ao fugirem, haviam ficado atrás os pobres; e estes contemplavam agora a Jesus, cujo semblante exprimia amor e simpatia. Com olhos marejados de lágrimas, dizia às trêmulas criaturas que O cercavam: Não temas; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás. Para isso vim ao mundo. 
    O povo comprimia-se diante dEle, dirigindo-Lhe insistentes e lastimosos apelos. Mestre, abençoa-me! Seus ouvidos escutavam a todo clamor. Com uma compaixão maior que a de uma terna mãe, inclinava-Se para os sofredores. Todos eram objeto de Sua atenção. Cada um era curado de qualquer moléstia que tivesse. Os mudos abriam os lábios em louvor; os cegos contemplavam o rosto de seu Restaurador. Alegrava-se o coração dos enfermos. 
    Ao passo que os sacerdotes e oficiais do templo testemunhavam essa grande obra, que revelação não era para eles o que lhes chegava aos ouvidos! O povo contava a história de seus padecimentos, das frustradas esperanças, dos dolorosos dias e noites insones. Quando a última centelha de esperança parecia extinta, Cristo os curara. O fardo era pesado, dizia um, mas encontrei um Ajudador. Ele é o Cristo de Deus, e devotarei minha vida a Seu serviço. Pais diziam aos filhos: Ele te salvou a vida; levanta a tua voz e bendize-O. A voz das crianças e a dos jovens, pais e mães, amigos e espectadores uniam-se em louvor. Esperança e alegria enchiam-lhes o coração. O espírito possuía-se de paz. Eram restaurados na alma e no corpo, e voltavam para casa proclamando por toda parte o incomparável amor de Jesus. 
    Na crucifixão, os que assim foram curados não se uniram à turba vil que exclamava: "Crucifica-O, crucifica-O". Suas simpatias eram para Jesus; pois Lhe haviam sentido a grande compaixão e o maravilhoso poder. Sabiam que era seu Salvador; pois lhes dera saúde física e espiritual. Escutaram as pregações dos apóstolos, e a entrada da Palavra de Deus em seu coração lhes dera entendimento. Tornaram-se instrumentos da misericórdia de Deus, de Sua salvação. 
    A multidão que fugira do templo, passado algum tempo, foi voltando devagar. Haviam-se recobrado em parte do terror que deles se apoderara, mas suas fisionomias exprimiam irresolução e timidez. Olhavam com pasmo as obras de Jesus, e ficavam convencidos de que nEle tinham cumprimento as profecias concernentes ao Messias. O pecado de profanação do templo cabia, em grande parte, aos sacerdotes. Fora por arranjos da parte deles     que o pátio se transformara em mercado. O povo era relativamente inocente. Foi impressionado pela divina autoridade de Jesus; mas para ele a influência dos sacerdotes e principais era suprema. Estes consideravam a missão de Cristo como uma inovação, e punham em dúvida Seu direito de interferir naquilo que era permitido por autoridades do templo. Ofenderam-se por haver sido interrompido o comércio, e sufocaram as convicções originadas pelo Espírito Santo. 
    Mais que quaisquer outros, deviam os sacerdotes e principais ter visto que Jesus era o ungido do Senhor; pois tinham nas próprias mãos os rolos que Lhe descreviam a missão, e sabiam que a purificação do templo era uma manifestação de poder sobre-humano. A despeito de aborrecerem a Jesus, não se podiam eximir ao pensamento de que fosse um profeta enviado por Deus, para restaurar a santidade do templo. Com uma deferência nascida desse temor, a Ele se dirigiram com a indagação: "Que sinal nos mostras para fazeres isto?" João 2:18. 
    Jesus lhes mostrara um sinal. Fazendo com que a luz brilhasse no coração deles, e realizando em sua presença as obras que o Messias devia efetuar, dera convincentes provas de Seu caráter. Ora, ao pedirem um sinal, respondeu-lhes por meio de uma parábola, mostrando que lhes lia a malevolência, e via a que ponto esta os levaria. "Derribai este templo", disse, "e em três dias o levantarei". João 2:19.  
    Estas palavras encerravam um duplo sentido. Ele não Se referia somente à destruição do templo judaico e do culto, mas a Sua própria morte - a destruição do templo de Seu corpo. Esta os judeus estavam já tramando. Quando os sacerdotes e principais voltaram ao templo, haviam-se proposto matar Jesus, livrando-se assim do perturbador. Ao apresentar-lhes Ele seus desígnios, porém, não O compreenderam. Tomaram-Lhe as palavras como se aplicando ao templo de Jerusalém, e exclamaram com indignação: "Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e Tu o levantarás em três dias?" Acharam então que Jesus lhes justificara a incredulidade, e confirmaram sua rejeição dEle. 
    Não era intenção de Jesus que Suas palavras fossem compreendidas no momento pelos incrédulos judeus, nem mesmo pelos discípulos. Sabia que seriam torcidas pelos inimigos, e voltadas contra Ele próprio. Em Seu julgamento, seriam apresentadas como acusação, sendo-Lhe, no Calvário, arremessadas como insulto. Explicá-las, no entretanto, seria dar a conhecer aos discípulos Seus sofrimentos, trazendo sobre eles uma dor que ainda não estavam aptos a suportar. E uma exposição delas seria desvendar prematuramente aos judeus o resultado de seus preconceitos e incredulidade. Já tinham entrado num caminho em que deliberadamente haviam de prosseguir, até que Ele fosse levado como ovelha ao matadouro. 
    Foi por amor dos que haviam de crer em Cristo que essas palavras foram proferidas. Ele sabia que seriam repetidas. Pronunciadas por ocasião da Páscoa, seriam levadas aos ouvidos de milhares, e a todas as partes do mundo. Depois de Ele haver ressuscitado dos mortos, o sentido delas se tornaria claro. Para muitos, seriam conclusiva prova de Sua divindade. 
    Devido a sua treva espiritual, os próprios discípulos de Jesus deixaram muitas vezes de Lhe compreender as lições. Muitas delas se tornaram claras, porém, em vista de acontecimentos posteriores. Quando Jesus já não andava com eles, Suas palavras lhes serviam de esteio ao coração. 
    No que se referia ao templo de Jerusalém, as palavras do Salvador: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei", tinham mais profundo sentido do que o apreendido pelos ouvintes. Cristo era o fundamento e a vida do templo. Os cultos deste eram típicos do sacrifício do Filho de Deus. O sacerdócio fora estabelecido para representar o caráter mediador e a obra de Cristo. Todo o plano do culto sacrifical era uma representação da morte do Salvador para redimir o mundo. Não haveria eficácia nessas ofertas, quando o grande acontecimento a que por séculos haviam apontado, se viesse a consumar. 
    Uma vez que toda a ordem ritual era simbólica de Cristo, não tinha valor sem Ele. Quando os judeus selaram sua rejeição de Cristo, entregando-O à morte, rejeitaram tudo quanto dava significação ao templo e seus cultos. Sua santidade desaparecera. Estava condenado à destruição. Daquele dia em diante, as ofertas sacrificais e o serviço com elas relacionado eram destituídos de significado. Como a oferta de Caim, não exprimiam fé no Salvador. Condenando Cristo à morte, os judeus destruíram virtualmente seu templo. Quando Cristo foi crucificado, o véu interior do templo se rasgou em dois de alto a baixo, significando que o grande sacrifício final fora feito, e que o sistema de ofertas sacrificais cessara para sempre. 
    "Em três dias o levantarei". Por ocasião da morte do Salvador as potências das trevas pareciam prevalecer, e exultaram em sua vitória. Do fendido sepulcro de José, porém, saiu Jesus vitorioso. "Despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo". Col. 2:15. Pela virtude de Sua morte e ressurreição, tornou-Se o ministro do "verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem". Heb. 8:2. Foram homens que erigiram o tabernáculo judaico; homens construíram o templo; o santuário de cima, porém, do qual o terrestre era o símbolo, não foi construído por nenhum arquiteto humano. "Eis aqui o Homem cujo nome é Renovo; Ele mesmo edificará o templo do Senhor, e levará a glória, assentar-Se-á, e dominará no Seu trono". Zac. 6:12 e 13. 
    O serviço sacrifical que apontara a Cristo passou, mas os olhos dos homens voltaram-se para o sacrifício verdadeiro pelos pecados do mundo. O sacerdócio terrestre terminou; mas nós olhamos a Jesus, o ministro do novo concerto, e "ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel". Heb. 12:24. "O caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, ... mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, ... mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção". Heb. 9:8-12. 
    "Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles". Heb. 7:25. Conquanto o serviço houvesse de ser transferido do templo terrestre ao celestial; embora o santuário e nosso grande Sumo Sacerdote fossem invisíveis aos olhos humanos, todavia os discípulos não sofreriam com isso nenhum detrimento. Não experimentariam nenhuma falha em sua comunhão, nem enfraquecimento de poder devido à ausência do Salvador. Enquanto Cristo ministra no santuário em cima, continua a ser, por meio de Seu Espírito, o ministro da igreja na Terra. Ausente de nossos olhos, cumpre-se, entretanto, a promessa que nos deu ao partir: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos". Mat. 28:20. Conquanto delegue Seu poder a ministros inferiores, Sua vitalizante presença permanece ainda em Sua igreja. 
    "Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus ... retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-Se de nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno". Heb. 4:14-16. 
Abrazo!

Nas Bodas


   
 Jesus não começou Seu ministério por alguma grande obra perante o Sinédrio em Jerusalém. Numa reunião familiar, em pequenina vila galiléia, foi manifestado Seu poder para aumentar a alegria das bodas. Assim mostrou Sua simpatia para com os homens, e desejo de lhes proporcionar felicidade. Tentado, no deserto, bebera Ele próprio o cálice da aflição. Dali saíra para oferecer aos homens uma taça de graças celestiais, mediante Sua bênção que santificaria as relações da vida humana. 
    Do Jordão, voltara Jesus à Galiléia. Devia haver um casamento em Caná, pequena vila não distante de Nazaré; os noivos eram parentes de José e Maria; e, sabedor dessa reunião de família, Jesus Se dirigiu a Caná, sendo com os discípulos convidado para a festa. 
    Aí Se encontrou novamente com Sua mãe, de quem estivera separado por algum tempo. Maria ouvira falar na manifestação às margens do Jordão, quando do batismo dEle. As novas foram levadas a Nazaré, evocando novamente em seu espírito as cenas que por tantos anos ocultara no coração. Como todo o Israel, Maria fora profundamente comovida pela missão de João Batista. Bem se lembrava ela da profecia feita em seu nascimento. A ligação dele com Jesus, avivava-lhe novamente as esperanças. Mas também lhe haviam chegado notícias da misteriosa retirada de Jesus para o deserto, e sentia-se opressa por aflitivos pressentimentos. Desde o dia em que ouvira o anúncio do anjo, no lar de Nazaré, entesourara Maria todo sinal de que Jesus era o Messias. Sua doce e abnegada existência assegurava-lhe que Ele não podia ser outro senão o Enviado de Deus. Todavia, também lhe sobrevinham dúvidas e decepções, e ela anelara o tempo em que Sua glória se houvesse de manifestar. A morte a separara de José, que com ela partilhara do mistério do nascimento de Jesus. Não havia agora ninguém mais a quem pudesse confiar suas esperanças e temores. Os dois meses anteriores tinham sido muito dolorosos. Fora separada de Jesus, em cuja simpatia encontrava conforto; ponderava as palavras de Simeão: "Uma espada traspassará também a tua própria alma" (Luc. 2:35); recordava os três dias de angústia quando julgava Jesus para sempre perdido para ela; e era com ansiedade de coração que Lhe aguardava o regresso. 
    Por ocasião das bodas, encontrou-O, o mesmo Filho terno e serviçal. No entanto, não era o mesmo. Seu semblante mudara. Apresentava os vestígios da luta do deserto, e uma nova expressão de dignidade e poder testificava de Sua celestial missão. Achava-Se com Ele um grupo de homens moços, cujos olhos O seguiam com reverência, e que Lhe chamavam Mestre. Esses companheiros contaram a Maria o que tinham visto e ouvido por ocasião do batismo, e em outras partes. E concluíram declarando: "Havemos achado Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas." João 1:45. 
    Ao reunirem-se os convidados, muitos pareciam preocupados com algum assunto de interesse absorvente. Um contido despertar domina a assistência. Pequenos grupos conversam entre si em tom vivo mas dominado, lançando olhares indagadores para o Filho de Maria. Ao ouvir esta o testemunho dos discípulos quanto a Jesus, alegrara-se com a certeza de não haverem sido vãs suas tão longamente acariciadas esperanças. Entretanto, teria ela sido mais que humana, não se lhe houvesse misturado a essa santa alegria um traço do natural orgulho de mãe amorosa. Ao ver os muitos olhares voltados para Jesus, anelava que Ele demonstrasse aos assistentes ser realmente o Honrado de Deus. Esperava que houvesse oportunidade de Ele operar um milagre diante deles. 
    Era costume, naqueles tempos, que as festas de casamento continuassem por vários dias. Verificou-se nessa ocasião, antes do fim da festa, haver-se esgotado a provisão de vinho. Isso causou muita perplexidade e desgosto. Era coisa fora do comum dispensar o vinho em ocasiões festivas, e a ausência do mesmo pareceria indicar falta de hospitalidade. Como parenta dos noivos, Maria ajudara nos preparativos da festa, e falou agora a Jesus, dizendo: "Não têm vinho". Essas palavras eram uma sugestão de que Ele poderia suprir a necessidade. Mas Jesus respondeu: "Mulher, que tenho eu contigo? ainda não é chegada a Minha hora". João 23 e 4. 
    Essa resposta, abrupta como nos possa parecer, não exprimia frieza nem descortesia. A maneira de o Salvador Se dirigir a Sua mãe, estava em harmonia com os costumes orientais. Era empregada para com pessoas a quem se desejava mostrar respeito. Todo ato da vida terrestre de Cristo estava em harmonia com o preceito dado por Ele próprio: "Honra a teu pai e a tua mãe". Êxo. 20:12. Na cruz, em Seu derradeiro ato de ternura para com Sua mãe, Jesus dirigiu-Se a ela da mesma maneira, ao confiá-la ao cuidado do mais amado discípulo. Tanto na festa nupcial como ao pé da cruz, o amor expresso no tom, no olhar e na maneira, era o intérprete de Sua palavras. 
    Em Sua visita ao templo, na infância, ao desvendar-se diante dEle o mistério de Sua obra, Cristo dissera a Maria: "Não sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?" Luc. 2:49. Essas palavras ferem a nota tônica de toda a Sua vida e ministério. Tudo estava subordinado a Sua obra, a grande obra de redenção para cujo cumprimento viera ao mundo. Agora, repetiu a lição. Havia risco de Maria olhar a suas relações com Jesus como lhe dando sobre Ele especial direito, bem como o de, até certo ponto, O dirigir em Sua missão. Ele lhe fora por trinta anos Filho obediente e amoroso, e Seu amor não mudara; agora, porém, Lhe cumpria tratar da obra do Pai. Como Filho do Altíssimo, e Salvador do mundo, laço algum terrestre O deve afastar de Sua missão, ou influenciar-Lhe o procedimento. Deve estar livre para fazer a vontade de Deus. Essa lição destina-se também a nós. Os direitos de Deus são superiores mesmo aos laços das relações humanas. Nenhuma atração terrestre nos deve desviar os pés da vereda que Ele nos manda trilhar. 
    A única esperança de redenção para nossa caída raça, está em Cristo; Maria só podia encontrar salvação mediante o Cordeiro de Deus. Não possuía em si mesma nenhum mérito. Seu parentesco com Jesus não a colocava para com Ele em posição diversa, espiritualmente, da de qualquer outra alma humana. Isso se acha indicado nas palavras do Salvador. Ele torna clara a distinção entre Sua relação para com ela como Filho do homem, e Filho de Deus. O laço de parentesco entre eles não a coloca, de maneira alguma, em pé de igualdade com Ele. 
    As palavras: "Ainda não é chegada a Minha hora", indicam que todo ato da vida de Cristo na Terra era cumprimento do plano que existira desde os dias da eternidade. Antes de vir à Terra, o plano jazia perante Ele, perfeito em todos os seus detalhes. Ao andar entre os homens, porém, era guiado passo a passo pela vontade do Pai. Não hesitava em agir no tempo designado. Com a mesma submissão, esperava até que houvesse chegado a oportunidade.  
    Ao dizer a Maria que Sua hora ainda não chegara, respondia Jesus ao inexpresso pensamento dela - à expectativa que, juntamente com seu povo, ela acariciara. Maria esperava que Ele Se revelasse como o Messias, e tomasse o trono de Israel. Mas o tempo não havia chegado. Não como Rei, mas como Homem de dores, e experimentado nos trabalhos, aceitara Jesus a sorte da humanidade.  
    Mas se bem que Sua mãe não possuísse conceito exato da missão de Cristo, nEle confiava implicitamente. A essa fé correspondeu Jesus. Foi para honrar a confiança de Maria, e fortalecer a fé dos discípulos, que realizou o primeiro milagre. Os discípulos haveriam de encontrar muitas e grandes tentações para a incredulidade. Para eles, as profecias haviam tornado claro, indiscutível, que Jesus era o Messias. Esperavam que os guias religiosos O recebessem com confiança ainda maior que a deles próprios. Declararam entre o povo as maravilhosas obras de Cristo e sua própria confiança na missão dEle, mas pasmaram e sentiram-se cruelmente decepcionados pela incredulidade, o preconceito profundamente arraigado e a inimizade para com Jesus, manifestados pelos sacerdotes e rabis. Os primeiros milagres do Salvador fortaleceram os discípulos para enfrentar a oposição. 
    Sem se desconcertar absolutamente com as palavras de Jesus, Maria disse aos que serviam à mesa: "Fazei tudo quando Ele vos disser". João 2:5. Assim fez ela o que podia para preparar o caminho para a obra de Cristo. 
    Ao lado da entrada estavam seis grandes talhas de pedra, e Jesus pediu aos servos que as enchessem d"agua. Assim foi feito. Então, como o vinho era necessário para uso imediato, disse: "Tirai agora, e levai ao mestre-sala". João 2:8. Em lugar da água com que haviam sido cheias as talhas, saiu vinho dali. Nem o mestre-sala nem os convidados, em geral, tinham percebido que a provisão de vinho se acabara. Provando o que os servos levaram, o mestre-sala achou-o superior a qualquer vinho que já tivesse provado, e muito diverso do que fora servido ao princípio da festa. Voltando-se para o noivo, disse: "Todo homem põe primeiro o vinho bom, e quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho".João 2:10. 
    Como os homens servem primeiro o vinho melhor, e depois o inferior, assim faz o mundo com seus dons. O que ele oferece pode agradar aos olhos e fascinar os sentido, mas se demonstra incapaz de satisfazer. O vinho se transforma em amargura, o espírito folgazão em tristeza. Aquilo que começara com cânticos e alegria, termina em fadiga e desgosto. Os dons de Cristo, porém, são sempre novos e sãos. A festa que provê para a alma não deixa nunca de proporcionar satisfação e alegria. Cada nova dádiva acrescenta a capacidade do que a recebe para apreciar e fruir as bênçãos do Senhor. Ele dá por graça. Não pode haver falta na provisão. Se permaneceis nEle, o fato de receberdes hoje um rico dom, garante a recepção amanhã, de um mais precioso ainda. As palavras de Cristo a Natanael exprimem a lei do trato de Deus com os filhos da fé. Com cada nova revelação de Seu amor, declara Ele ao coração que a recebe: "Crês? coisas maiores do que estas verás". João 1:50. 
    O dom de Cristo à festa nupcial, era um símbolo. A água representa o batismo em Sua morte; o vinho, o derramamento de Seu sangue pelos pecados do mundo. A água para encher as talhas foi levada por mãos humanas, mas unicamente a palavra de Cristo podia comunicar-lhe a virtude doadora de vida. O mesmo quanto aos ritos que indicam a morte do Salvador. Unicamente pelo poder de Cristo, operando pela fé, é que têm eficácia para nutrir a alma. 
    A palavra de Cristo forneceu ampla provisão para a festa. Da mesma maneira abundante é a provisão de Sua graça para apagar as iniqüidades dos homens, e renovar e suster a alma. 
    Na primeira festa a que assistiu com os discípulos, Jesus lhes deu o cálice que simbolizava Sua obra pela salvação deles. Na última ceia, tornou a dá-lo, na instituição do sagrado rito pelo qual Sua morte deve ser anunciada "até que venha". I Cor. 11:26. E a tristeza dos discípulos ao separar-se de seu Senhor, foi confortada com a promessa da reunião, pois Ele disse: "Desde agora, não beberei deste fruto da vide até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de Meu Pai". Mat. 26:29. 
    O vinho provido por Cristo para a festa, e o que Ele deu aos discípulos como símbolo de Seu próprio sangue, era o puro suco de uva. A esse se refere o profeta Isaías quando fala do novo vinho "num cacho", e diz: "Não o desperdices, pois há bênção nele". Isa. 65:8. 
    Fora Cristo que, no Antigo Testamento, dera aviso a Israel: "O vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio". Prov. 20:1. Ele nunca proveu tal bebida. Satanás tenta os homens à condescendência com apetites que lhes obscurecem a razão e entorpecem as percepções espirituais, mas Cristo nos ensina a subjugar a natureza inferior. Toda a Sua vida foi um exemplo de abnegação. Para vencer o poder do apetite, sofreu em nosso favor a mais dura prova que a humanidade poderia suportar. Foi Cristo que deu instruções para que João Batista não bebesse vinho nem bebida forte. Fora Ele que dera a mesma prescrição à mulher de Manoá. E proferiu uma maldição sobre o homem que chegasse a taça aos lábios do próximo. Cristo não contradiz Seus próprios ensinos. O vinho não fermentado que proveu para os seus convidados das bodas, era uma bebida sã e refrigerante. Seu efeito havia de pôr o gosto em harmonia com um apetite são. 
    Como os convidados, na festa, notassem a qualidade do vinho, fizeram-se indagações que levaram os servos a narrar o milagre. 
Os convivas ficaram, por algum tempo, demasiado surpreendidos para pensar nAquele que realizara a maravilhosa obra. Quando afinal O procuraram, verificou-se que Se retirara tão quieto, que nem os próprios discípulos haviam percebido. 
    A atenção dos presentes voltou-se então para os discípulos. Tiveram pela primeira vez a oportunidade de reconhecer-lhes a fé em Jesus. Contaram eles o que tinham visto e ouvido no Jordão, e acendeu-se em muitos corações a esperança de haver Deus despertado um libertador para Seu povo. As novas do milagre espalharam-se por toda aquela região, e foram levadas a Jerusalém. Com novo interesse, examinaram os sacerdotes e anciãos as profecias que indicavam a vinda de Cristo. Havia ansioso desejo de saber a missão desse novo mestre, que, de maneira tão despretensiosa, aparecia entre o povo. 
    O ministério de Cristo contrastava com o dos anciãos judeus. O cuidado deles, quanto à tradição e ao formalismo, destruíra toda verdadeira liberdade de pensamento e ação. Viviam em contínuo medo de contaminação. Para evitar contato com o "imundo", mantinham-se separados, não só dos gentios, mas da maior parte de seu próprio povo, não procurando beneficiá-lo, nem granjear-lhe a amizade. Por considerar sempre essas coisas, haviam impedido o desenvolvimento do próprio espírito e estreitado a esfera de sua existência. Seu exemplo animava o egoísmo e a intolerância em todas as classes do povo. 
    Jesus começou Sua obra de reforma, pondo-Se em íntima simpatia com a humanidade. Ao passo que mostrava a maior reverência para com a lei de Deus, censurava a pretensa piedade dos fariseus, e tentava libertar o povo dos regulamentos absurdos que o acorrentavam. Procurava derribar as barreiras que separavam as diversas classes sociais, a fim de unir os homens como filhos de uma só família. Sua presença nas bodas visava um passo na efetuação desse desígnio. 
    Deus dera a João Batista instruções para habitar no deserto, a fim de protegê-lo contra a influência dos sacerdotes e rabis, e prepará-lo para uma missão especial. A austeridade e isolamento de sua vida, porém, não eram um exemplo para o povo. O próprio João não ordenara a seus ouvintes que abandonassem seus anteriores deveres. Pediu-lhes que dessem demonstração de arrependimento pela fidelidade a Deus, no lugar em que Ele os chamara. 
    Jesus reprovava a condescendência própria em todas as suas formas, todavia era de natureza sociável. Aceitava a hospitalidade de todas as classes, visitando a casa de ricos e pobres, instruídos e ignorantes, procurando elevar-lhes os pensamentos das coisas comuns da vida, para as espirituais e eternas. Não consentia com o desperdício, e nem uma sombra de mundana leviandade Lhe manchou a conduta; todavia, achava prazer em cenas de inocente felicidade, e sancionava, com Sua presença, as reuniões sociais. Um casamento judaico era ocasião impressionante, e sua alegria não desagradava ao Filho do homem. Assistindo a essa festa, honrou Jesus o casamento como instituição divina. 
    Tanto no Antigo como no Novo Testamento, as relações conjugais são empregadas para representar a terna e sagrada união que existe entre Cristo e Seu povo. Ao espírito de Jesus, a alegria das bodas apontava ao regozijo daquele dia em que levará Sua esposa para o lar do Pai, e os remidos juntamente com o Redentor se assentarão para a ceia das bodas do Cordeiro. Diz Ele: "Como o noivo se alegra da noiva, assim Se alegrará de ti o Teu Deus." "Nunca mais te chamarão desamparada,... mas chamar-te-ão: O Meu prazer está nela; ... porque o Senhor Se agrada de ti." Isa. 62:5 e 4. "Ele Se deleitará em ti com alegria; calar-Se-á por Seu amor, regozijar-Se-á em ti com júbilo." Sof. 3:17. Ao ser concedida ao apóstolo João uma visão das coisas celestiais, escreveu ele: "E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia: pois já o Senhor Deus todo-poderoso reina. Regozijemos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou." "Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro." Apoc. 19:6, 7 e 9. 
    Jesus via em cada alma alguém a quem devia ser feito o chamado para Seu reino. Aproximava-Se do coração do povo, misturando-Se com ele como alguém que lhe desejava o bem-estar. Procurava-o nas ruas públicas, nas casas particulares, nos barcos, na sinagoga, às margens do lago e nas festas nupciais. Ia-lhe ao encontro em suas ocupações diárias, e manifestava interesse em seus negócios seculares. Levava Suas instruções às famílias, pondo-as assim, no próprio lar, sob a influência de Sua divina presença. A poderosa simpatia pessoal que dEle emanava, conquistava os corações. Retirava-Se muitas vezes para as montanhas, a fim de orar a sós, mas isso era um preparo para Seu labor entre os homens, na vida ativa. Desses períodos volvia para aliviar o enfermo, instruir o ignorante, e quebrar as cadeias aos cativos de Satanás. 
Era pelo contato pessoal e a associação, que Jesus preparava os discípulos. Ensinava-os, às vezes, sentado entre eles na encosta da montanha; outras, às margens do lago, ou caminhando em sua companhia, revelava-lhes os mistérios do reino de Deus. Não sermoneava, como fazem os homens hoje em dia. Sempre que os corações se achassem abertos para receber a divina mensagem, desdobrava as verdades do caminho da salvação. Não ordenava a Seus discípulos que fizessem isso ou aquilo, mas dizia: "Segue-Me". Nas jornadas através de campos e cidades, levava-os consigo, para que vissem como ensinava o povo. Vinculava-lhes os interesses aos Seus próprios, e eles se Lhe uniam na obra. 
    O exemplo de Cristo de ligar-Se aos interesses da humanidade deve ser seguido por todos quantos pregam Sua palavra, e todos quantos receberam o evangelho de Sua graça. Não devemos renunciar à comunhão social. Não nos devemos retirar dos outros. A fim de atingir todas as classes, precisamos ir ter com elas. Raramente nos virão procurar de moto próprio. Não somente do púlpito é tocado o coração dos homens pela verdade divina. Outro campo de labor existe, mais humilde, talvez, mas igualmente prometedor. Encontra-se no lar do humilde, e na mansão do grande; na mesa hospitaleira, e em reuniões de inocente entretenimento. 
    Como discípulos de Cristo, não nos misturemos com o mundo por mero gosto do prazer, para unir-nos a eles na tolice. Tais associações só podem trazer prejuízo. Nunca devemos sancionar o pecado por nossas palavras, ou ações, nosso silêncio ou nossa presença. Aonde quer que formos, devemos levar conosco Jesus, e revelar a outros que precioso é nosso Salvador. Os que buscam esconder sua religião, porém, ocultando-a dentro de muros de pedra, perdem valiosas oportunidades de fazer bem. Por meio das relações sociais, o cristianismo se põe em contato com o mundo. Todo o que recebeu divina iluminação, deve lançar luz sobre o caminho dos que não conhecem a Luz da vida. 
    Todos nos devemos tornar testemunhas de Jesus. O poder social, santificado pela graça de Cristo, deve ser aperfeiçoado em atrair almas para o Salvador. Demos a conhecer ao mundo que não nos achamos absorvidos egoistamente em nossos próprios interesses, mas desejamos que os outros participem das bênçãos e privilégios que gozamos. Mostremos-lhes que nossa religião não nos torna faltos de simpatia nem exigentes. Que todos quantos professam haver encontrado a Cristo, sirvam, como Ele fez, ao bem dos homens. 
    Nunca deveríamos dar ao mundo a falsa impressão de que os cristãos são uma gente triste, descontente. Se nossos olhos estiverem fixos em Jesus, veremos um compassivo Redentor, e havemos de receber luz de Seu semblante. Onde quer que reine o Seu Espírito, aí habita paz. E haverá alegria também, pois há uma calma e santa confiança em Deus. 
    Cristo Se compraz em Seus seguidores, quando mostram que, embora humanos, compartilham da Natureza divina. Não são estátuas, mas homens e mulheres animados. Seu coração, refrigerado pela graça divina, abre-se e expande-se ao Sol da Justiça. A luz que sobre eles incide, refletem-na sobre outros em obras iluminadas pelo amor de Cristo.
Abrazo! 


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