sexta-feira, 12 de julho de 2013

QUANDO FOI PARA O CÉU O “BOM” LADRÃO?

“Quando os livros da Bíblia foram escritos, não existiam nem a divisão das palavras, nem os sinais de pontuação. Por meados do Século III d.C., Ammonio de Alexandria dividiu os evangelhos em seções curtas, para comparar as passagens paralelas ou parecidas.”
“A divisão atual de todos os livros da Bíblia em capítulos foi feita pelo cardeal Hugo de Sancher, em meados do Século XIII d.C. O Novo Testamento foi dividido em versículos no Século IX d.C., por Roberto Estiene, em sua edição grega desta segunda parte da Bíblia.”
“Deveria ser observado que a vírgula entre as palavras ‘te’ e ‘hoje’ foi intercalada pelos tradutores. O texto grego original, que não tem pontuação nem divisão de palavras, diz:
‘amem soi legõ sêmeron met emou esê en tõ paradisõ’
literalmente:
‘em verdade a-ti Eu digo hoje comigo tu-estarás no paraíso’
“O advérbio sêmeron, ‘hoje’, encontra-se entre os verbos legô, ‘eu digo’, e esê, ‘tu estarás’, e pode com propriedade aplicar-se tanto a um como a outro. Sua posição imediatamente seguinte ao verbo legô, ‘eu digo’, pode implicar numa relação gramatical mais íntima com este verbo do que com o verbo seguinte, esê, ‘estarás’. – The Seventh-day Adventist Bible Commentary.

“E DISSE-LHE JESUS EM VERDADE TE DIGO HOJE
ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO”
 Lucas 23:43
Este versículo é uma forte base para os irmãos que admitem o galardão post-mortem. Isto é: Após a morte.
Como você aceitaria se lhe dissesse que a interpretação dele depende inteira e exclusivamente de sua pontuação? – Que acha?
O Novo Testamento foi escrito em grego, e as palavras eram separadas uma da outra, por um pequeno ponto. Assim sendo, “a colocação da vírgula dependerá da compreensão do tradutor quanto ao sentido das palavras originais.”
Portanto, qualquer tradutor, com a maior sinceridade, fará uma pontuação que coadune com sua fé a respeito. Por isso que não podemos aceitar tenha Dimas, o ladrão que foi transformado pela presença de Jesus, ido imediatamente ao Céu gozar a bem-aventurança, após sua morte.
A exegese bíblica demonstra cabalmente que o galardão do justo só lhe será conferido quando do regresso de Jesus. Com isso concordam os patriarcas, profetas e apóstolos.
Todos de igual modo, esperavam sua recompensa não imediatamente após a morte, mas quando Jesus voltasse. Há para confirmar este fato centenas de textos bíblicos; apenas mencionarei três, para você sedimentar sua fé.
Jó 19: 25-26
“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra; e depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus.” (Jó tinha absoluta certeza que seria recompensado, galardoado, na vinda de Jesus).
Salmo 17: 15
“Quanto a mim, contemplarei a Tua face na justiça; satisfar-me-ei da Tua semelhança quando acordar.” (Davi, o amado de Deus, esperava seu galardão quando acordasse, isto é, na ressurreição, e essa só se dará na volta de Jesus).
II Timóteo 4: 8
“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas também a todos que amarem a Sua vinda.”
Vinda de quem informa Paulo? Lógico: Do Senhor Jesus! Nero, o maldoso imperador romano, em breve tiraria a vida do apóstolo dos gentios, mas lá no fundo de seu coração, jogado numa prisão fria e subterrânea, sua fé era a esperança sempre viva dos demais apóstolos. Recompensa? – Sim! Galardão? – Também! Mas somente “naquele dia”, ou seja, na volta de Jesus.
A pontuação silábica é tão importante em qualquer escrito, que, apenas uma vírgula, um dos menores sinais gráficos, pode causar ou evitar uma morte, acabar ou criar uma guerra, separar ou juntar amigos. Para você compreender, veja estas duas experiências, anote no coração e se alegre no Senhor Jesus.
A imperatriz da Rússia, trocando apenas uma vírgula, salvou um prisioneiro do exílio. A mensagem que recebeu, dizia assim:
“Perdão impossível, enviar para a Sibéria.”
Com muito tato e cuidado, ela transferiu a vírgula para outro lugar, e a ordem passou a ser:
“Perdão, impossível enviar para a Sibéria.”
Houve uma rebelião em determinada cidade, e o governante comunicou a revolta ao seu superior, dizendo: “Devo fazer fogo ou poupar a cidade?” A resposta do superior foi:
“Fogo não, poupe a cidade.”
Lamentavelmente, o funcionário do Correio trocou a vírgula e escreveu no telegrama de resposta:
“Fogo, não poupe a cidade.”
A cidade foi arrasada.
(Pontuação na escrita, págs. 16-17, grifos e itálicos meus).
Lucas 24:6 – “Não está aqui, mas ressucitou...”
Meu irmão, como você gostaria fosse traduzido o texto de São Lucas 24:6, que fala da ressurreição de Jesus. Observe:
assim – “Ressuscitou! não está aqui.”
ou assim – “Ressuscitou? Não! Está aqui.”
Portanto, tem lógica o fato de que uma vírgula colocada fora de lugar poderá mudar o sentido do texto ou de uma frase, com resultados funestos. Inda mais, quando já se tem a crença vertida para a recompensa após a morte.
Irmão, se quando a pessoa morre, sendo boa vai para o Céu, gozar as delícias do paraíso e, sendo má, vai queimar-se eternamente no fogo, imediatamente após a morte, que valor tem a pregação do evangelho sobre a volta de Jesus? Que proveito terá o juízo de que fala a Bíblia? E qual a finalidade da ressurreição, que é doutrina básica de todas as igrejas protestantes? Diante disso, é mister que se dê atenção mais acurada ao problema, senão teremos um amontoado de contradições na Bíblia, o que é inconcebível, não é?.
Lucas 23: 43, como se disse, é questão pessoal de tradução. Por conseguinte, é vital que atentemos para o pedido do ladrão, antes da resposta dada por Jesus. A versão Almeida, edição revista e corrigida, menciona este pedido de Dimas:
Lucas 23:42
“...Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no Teu reino.”
Por outro lado, “boas traduções rezam que o ladrão pediu a Jesus que se lembrasse dele, ‘quando VIERES no Teu reino’. Assim, por exemplo, fazem Matos Soares, a Trinitariana, a Versão Italiana de G. Deodatti, a Francesa L. Segond, a Inglesa de King James, e outras.” – Subt. do Erro, A. B. Christianini, pág. 221, grifos meus.
É mais racional admitir que a tradução correta seja: “quando vieres no Teu reino”, e não “quando entrares no Teu reino”, porque a comprovação escriturística, insofismável, é de que os salvos só entrarão no Reino quando Cristo voltar, pelos versos já mencionados e agora nas palavras cristalinas do evangelista:
Mateus 25:31-34
“E quando o Filho do Homem vier em Sua glória e todos os santos anjos com Ele, então Se assentará no trono da Sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dEle, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à Sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”
Por conseguinte, somente nessa ocasião o ladrão irá ao paraíso, e não somente ele, mas como disse Paulo: “Todos os que amarem a Sua vinda”. Eu, você, nossos queridos falecidos que ressuscitarão nesse dia. Aleluia!
Caro irmão, penso que esteja tudo claro, porém como temos feito nestes estudos, é bom deixar que a Bíblia fale poderosamente, esse deve ser o nosso costume. Particularmente creio tenha ocorrido uma impropriedade de tradução em Lucas 23:43, pois caso contrário teríamos uma tremenda contradição, porque a Bíblia diz que JESUS NÃO SUBIU AO CÉU NAQUELE DIA! Você sabia? Sim, não se espante. Há provas. A Escritura Sagrada é clara: Três dias depois da Sua morte, Jesus disse a Maria Madalena:
João 20: 17 (Matos Soares)
“Não Me toques, porque ainda não subi para Meu Pai...”
Ora, se o Senhor afirmou que não subiu três dias depois de morto, quem poderá dizer o contrário? Por isso não é correto aceitar tenha Jesus prometido estar com o ladrão naquele dia, isto é, o de Sua morte, no paraíso! Ou será que o paraíso é na sepultura? É lógico que a vírgula foi mal colocada, não acha?
Fica claro então, comprovado pelas Escrituras Sagradas que o único lugar para onde Jesus pode ter ido quando morreu, foi a sepultura, e ali descansou, repousando no Sábado, de Sua obra de redenção, semelhante ao que fizera no Sábado da criação.
Volvo meus pensamentos para o irmão agora; talvez você já creia nesta grande verdade, mas... se ainda duvida, permita-me dizer-lhe com todo amor, respeito e zelo:
O LADRÃO NÃO MORREU NAQUELE DIA EM QUE FIZERA SUA DRAMÁTICA SÚPLICA A JESUS.
Por conseguinte, como iria ao paraíso?
A Bíblia confirmará esta palavra, pois ela é a nossa regra de fé, somente. Mas para isso, teremos que ser humildes ao analisar as últimas cenas do Calvário:
João 19:31-33
“Os judeus pois, para que no Sábado não ficassem os corpos na cruz, visto que era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram pois os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que com Ele fora crucificado; mas vindo a Jesus, e vendo-O já morto, não lhe quebraram as pernas.”
Compreendeu?
Quebrar as pernas dos crucificados (“castigo do crucifragium”) é a maior prova de que eles normalmente não morriam no mesmo dia, e, quando se tratasse de uma pessoa robusta, durava, na cruz, até sete dias, em seu martírio.
A respeito diz o comentarista bíblico, não Adventista, J.B. Howell:
“O crucificado permanecia dependurado na cruz até que, exausto pela dor, pelo enfraquecimento, pela fome e sede, sobreviesse a morte. Duravam os padecimentos geralmente três dias, e às vezes sete.” – Grifos meus.
Agora, veja você, caro irmão: se foi imperioso quebrar as pernas dos malfeitores no pôr-do-Sol de sexta-feira, que era o dia de preparação para o Sábado, é lógico, foi preciso porque eles não haviam morrido ainda. Mas, note bem, Jesus morrera. Evidente que os dois ladrões não foram supliciados como foi o Mestre. Não receberam as chicotadas, os bofetões, nem passaram pela agonia do Getsêmani, não foram furados com as lanças dos soldados, nem tiveram o coração partido pelos pecados do mundo, nem foram pregados, mas, amarrados tão somente; por isso é que ainda permaneciam vivos enquanto Jesus já havia morrido.
Se Dimas não fosse robusto de físico, forte, vigoroso bastante para permanecer sete dias dependurado na cruz, ou quem sabe, 5, 4, 3 dias, uma coisa é certa, em última análise, na pior das hipóteses, ele teve mais um dia de vida que Jesus. Então pergunto-lhe: COMO PODIA ESTAR DIMAS COM JESUS NO PARAÍSO NO MESMO DIA, estando Jesus morto e ele vivo?
Sim, irmão, houve um lapso na colocação da vírgula. Consequentemente, o texto correto de Lucas 23:43, no bom português é:
“...Em verdade te digo HOJE (dois pontos) estarás Comigo no paraíso.”
Ou: “...Te afirmo agora:
Ou seja, quando Jesus voltar e disser:
Mateus 25: 34
“Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”
Portanto, não é preciso consultar hermeneutas, exegetas, nem o grego ou o aramaico, basta estudar a santa Bíblia, comparando texto com texto, e o Espírito Santo esclarecerá a verdade para o coração sincero.
Finalizando, minha oração por você, amado irmão, são estas palavras de Jesus:
Mateus 11: 25
“...graças Te dou, ó Pai, que ocultastes estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pequeninos.” Glória a Deus!
Abrazo!!!

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