segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

GÁLATAS, À LUZ DA BÍBLIA

A circuncisão (que se tornou o sinal pessoal da fé de Abraão) foi uma especial maneira criada por Deus, um sinal de separação do mundo, um símbolo de santidade para tornar Seu povo diferente dos idólatras.
Isso tornou-se um orgulho tão grande para os judeus – uma simples prática exterior – tão idolatrada, que sobrepujou a visão de que a circuncisão que tem valor de fato é a do coração, isto é: A transformação do caráter.
Efetivamente, a maior negação desta fé foi denunciada por Jeremias (Jer. 9:26), quando revelou não haver diferença entre pagãos e o “povo circuncidado” de Deus. “A forma exterior substituíra a experiência do coração.”
“O princípio de que o homem pode salvar-se por suas próprias obras, o qual jaz à base de toda religião pagã... onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado.” – Ellen G. White, o Desejado de Todas as Nações, pág. 25.
“Se Satanás puder ser bem sucedido em levar o homem a dar valor às suas próprias obras como obras de mérito e justiça, ele sabe que pode vencê-lo por suas tentações e torná-lo sua vítima e presa... Marquemos os umbrais das portas com o sangue do Cordeiro derramado no Calvário, e estaremos a salvo.” – Ellen G. White, Review And Herald, 3 de Outubro de 1889.
Esboço da Epístola aos Gálatas segundo o Dicionário Bíblico, editado pela Imprensa Bíblica Brasileira:
I – A autoridade apostólica de Paulo e a revelação por ele recebida justificam o evangelho da salvação pela Graça, contra o espúrio ensinamento dos legalistas (1:1-2 e 14).
II – A justificação que provém da Graça divina pela fé humana, e não pelas obras infrutíferas da lei, vindica o Evangelho de Cristo (2:15; 4:31).
III – Com ardorosas exortações Paulo concita os galátas a permanecerem firmes na liberdade e na espiritualidade da Graça (cap. 5 e 6).

CIRCUNCISÃO
“Quando Ismael estava com a idade de treze anos, Abrão e todos os homens de sua família foram circuncidados. No Egito a circuncisão fora praticada em data memorável, no entanto tornou-se o selo do pacto entre Deus e a descendência de Abrão, cujo nome, ao mesmo tempo, foi mudado para Abraão, significando assim que ele não era mais babilônio.” – Dicionário Bíblico da Imprensa Bíblica Brasileira.
Quando Abraão foi justificado (Gên. 15:6) não era circuncidado, fato que aconteceu posteriormente. Consequentemente, tornou-se Abraão pai de circuncisos e incircuncisos. Abraão não foi salvo pela circuncisão. Ele foi salvo pela Graça, aceita pela fé. A circuncisão era o sinal ou selo da experiência salvadora. Após a Cruz, a circuncisão como rito religioso é desnecessário (Romanos 2: 28-29).
A primeira referência e o estabelecimento da circuncisão como pacto entre Deus e Abraão estão em Gênesis 17:10-14.
Paulo usou em todas as suas epístolas as seguintes palavras:
CIRCUNCIDAR – DOZE VEZES
CIRCUNCISÃO – VINTE E SEIS VEZES
INCIRCUNCISÃO – NOVE VEZES
CIRCUNCISO – CINCO VEZES
INCIRCUNCISO – SETE VEZES
(Total: 59 vezes)

Somente na Epístola aos Gálatas, Paulo mencionou dezesseis vezes a circuncisão. Sendo que o livro de Gálatas contém seis capítulos, temos a média de três palavras por capítulo.
O livro de Gálatas tem sido usado como coluna mestra para a aceitação do cancelamento, destruição e término da “lei” por Cristo Jesus. Por isso nada mais lógico que estudá-lo, tim-tim por tim-tim, a fim de sabermos se realmente é como se diz. Vamos ver.
O escritor de Gálatas foi o comentado apóstolo Paulo, cuja descendência, origem e ministério já conhecemos bem (consulte pág. 348, parág. 8). Servindo-nos do Dicionário Bíblico da Imprensa Bíblica Brasileira, temos a seguinte descrição a respeito da epístola de Paulo aos Gálatas:
“Paulo apreciava muito todas as suas igrejas, todavia, tinha excepcional simpatia para com as da Galácia. Durante sua ausência, professores judaizantes tiveram acesso a elas e nelas insuflaram a perniciosa heresia de que somente pela porta do judaísmo é que se podia entrar no aprisco cristão. A natureza desses argumentos convenceu a Paulo de que ele se defrontava com uma grande crise e, se o cristianismo havia de ser a religião universal, e não meramente uma seita judaica, teria de ser esclarecida, duma vez por todas, a relação entre Cristo e a Lei Mosaica.” – Grifos meus.
Esta bela descrição leva-nos à época do autor e coloca-nos a par do problema que motivou a Paulo sua famosa epístola. “Professores Judaizantes” estavam corrompendo o rebanho, fazendo-o voltar à escravidão das cerimônias estatuídas por Moisés.
Considerando ainda o dicionário focado a respeito dos JUDAIZANTES, encontramos nele esta significativa referência:
“Nome dado entre os primitivos cristãos àqueles que não podiam crer que tudo o que se concedera ao homem pela LEI fosse-lhes então, transmitido de maneira mais ampla por meio do EVANGELHO. Assim insistiam na circuncisão como o meio de outorgar ao homem o direito de crer em Jesus como Salvador de Israel” – (Grifos meus).
Você, caro amigo, como um bom e correto cristão, que está interessado em crescer na fé, e se assemelhar ao máximo ao Senhor Jesus, por certo, depois de já ter lido os capítulos anteriores, estará em condições de compreender com sinceridade o que Paulo tinha em mente ao escrever Gálatas. Por favor, não esqueça que estamos diante de uma igreja onde, estando seu pastor, Paulo, ausente, fica à mercê de homens maus, “professores judaizantes” arraigados a dogmas cerimoniais abolidos por Cristo. E, em especial, nesse particular, o motivo principal da epístola foi exatamente o ponto que com maior volúpia pregavam os tais “professores judaizantes”: a circuncisão. Imploro-lhe não esquecer esse detalhe.
Recorramos novamente ao Dicionário Bíblico mencionado, e o consultemos a respeito da palavra “lei”, largamente usada nessa epístola. Diz ele:
“A lei continha dois elementos. O eterno e o efêmero. Um elemento é eterno, portanto, trata da moral, que não muda. Encontramo-lo nos Dez Mandamentos, frequentemente denominados o Decálogo, e em estatutos com este relacionado. O elemento efêmero compõe-se de leis, tanto civís como cerimoniais. Evidentemente as leis civis se mudariam ou se revogariam segundo as mudanças na vida da nação e nas suas relações com os povos vizinhos. E as leis cerimoniais cuja finalidade era ensinar por meio dos sacrifícios e cultos ritualísticos o desígnio redentor de Deus, haveriam de terminar com o advento do Messias, cuja obra de redenção esse ritualismo prefigurava, e hoje os cristãos têm certeza de que Cristo veio a ser o cumprimento e o fim da lei.” – Grifos meus.
Logicamente, segundo a palavra fidedigna do citado Dicionário Bíblico, se a Lei Moral dos Dez Mandamentos é eterna e não muda, que lei então seria essa da qual nós, os cristãos, temos certeza que Cristo tornou-Se o cumprimento e o fim? Evidente, aquela que o próprio dicionário classifica de cerimonial, e “cuja finalidade era ensinar por meio dos sacrifícios e cultos ritualísticos o desígnio redentor de Deus”, ou seja, que prefigurava a morte de Jesus. Por essa tão bela e tão bem colocada referência à “lei”, agradeçamos ao autor do Dicionário Bíblico que estamos usando.
O dicionário em foco é um compêndio da mais alta importância e imparcialidade, de autoridade ímpar, bem como de profunda responsabilidade evangélica. Tanto que é anexado à Bíblia impressa e distribuída pela Casa Publicadora Batista. E é ele que apresenta com tamanha clarividência algo que para muitos tem sido obscuro e continua encoberto, isto é: a diferenciação entre as leis da Bíblia. Menciona este bom dicionário, e ele foi claro, o seguinte:
1º) – LEI MORAL: Chamada de os Dez Mandamentos, ou Decálogo. Que não muda. É eterna.
2º) – LEIS CIVÍS: Poderiam mudar segundo a conveniência da nação israelita.
3º) – LEI CERIMONIAL: Sua finalidade única era ensinar a obra redentora de Jesus.
Portanto, neste estudo sobre Gálatas, deveremos partir da seguinte premissa: Não enfoca a epístola a Lei Civil, pois trata-se de tema religioso. A dificuldade, por conseguinte, enquadra as duas leis finais: Lei Moral ou Lei Cerimonial. Como não há mais dúvidas que existe distinção de leis na Bíblia (confirme lendo à página nº 79), alicerçados pelo citado dicionário, iremos a cada passo desvendar o mistério dos gálatas, e colocar a lei que é mencionada na epístola no seu devido lugar, e isso com sua ajuda e paciência, meu amado irmão.
Gálatas 1:13-14
“Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade; sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.”
Paulo, irritado, tomou conhecimento dos tais “professores judaizantes” e de sua herética e nefanda obra. Sendo o apóstolo profundo conhecedor de suas heresias, e sobremodo a elas contrário, discorre ao início de sua epístola aos gálatas, a sua condição inicial, como grande praticante daquela seita, o judaísmo. Como seu membro efetivo, antes do encontro com Cristo, fora ele, como se disse: “extremamente zeloso das tradições” de seus pais, daí entendermos seu descontentamento e preocupação com os cristãos da Galácia, pois sabedor que era daquelas infindáveis cerimônias, se novamente aceitas, iriam tirar a liberdade concedida pelo evangelho de Cristo, e de alguma forma, obliterar o cristianismo que crescia com bases sólidas na Galácia antes do acesso dos “professores judaizantes”.
No limiar da epístola, notamos a acentuada preocupação de Paulo, bem como sua profunda admiração ao notar que os gálatas apressadamente deixaram o evangelho que lhes pregou, revogando a Graça de Cristo e voltando-se àquilo que tachou de anátema (Gál. 1:6-9). Paulo era contrário de “corpo e alma” ao judaismo (ritualismo cerimonial judaico), porque em pouco beneficiou, e ademais fora cancelado para sempre com o sacrifício de Jesus.
Ainda no preâmbulo que fez Paulo para introduzir sua epístola, entendemos de sua leitura e podemos até visualizar o judaizante Saulo de Tarso, com todo zelo e dedicação empunhando sua ensanguentada espada, munido das cartas dos sacerdotes judaizantes, para matar os crentes em Cristo. Mas, no caminho de Damasco, dá-se o feliz encontro do judaizante Saulo com Aquele que cancelou tal sistema religioso. Esse encontro marcou-o para o resto da vida, não somente pelo quadro maravilhoso de ver a Jesus, mas porque sua vista ficou defeituosa enquanto viveu, dado o resplendor da glória do Senhor Jesus. Saulo morreu. Acabou para ele o judaismo. Nasceu Paulo, a glória do cristianismo, o apóstolo dos gentios.
Totalmente transformado, verdadeiramente convertido ao cristianismo, Paulo tomou sua Bíblia e rumou para os campos missionários, sempre fazendo discípulos e construindo igrejas, até que, depois de quatorze anos de sua conversão ao cristianismo e consequente rejeição do judaismo, conta ele:
Gálatas 2: 1,3-4
“Depois, passados quatorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo a Tito... Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se; e isto por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão.”
Paulo, completamente transformado, está em Jerusalém. Quando aceitou a Cristo como Salvador, abandonou o judaismo e as cerimônias que, se necessárias antes, tornaram-se inúteis após a morte de Jesus. E isto foi objeto de repulsa da parte dos judeus cristãos, que Paulo depois de longa ausência revia na Cidade Eterna, os quais eram, ainda, partidários e afeitos às cerimônias rituais, e entre elas, a circuncisão tinha predominância.
Gálatas 2: 7-9, 12-13
“Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (porque Aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, Esse operou também em mim com eficácia para os gentios), e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão... Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os da circuncisão. E outros judeus dissimulavam com ele (Pedro), de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação (de Pedro).”
Observe meu amado, que a discussão, o elemento que gerou tanta confusão e polêmica, foi simplesmente um dogma daquela “lei” que o Dicionário Bíblico classifica de Cerimonial e que foi abolida com a morte de Jesus. Entretanto, ainda estava causando tanta discussão, e o que é lamentável, entre os próprios discípulos. Sem sofismar, a “barafunda” criada aí foi pura e simplesmente por causa da CIRCUNCISÃO. É o elemento predominante em toda a epístola. Tanto é verdade que Paulo, o declarado inimigo do judaismo, irá tomar uma atitude à altura de sua posição de apóstolo chamado por Jesus. Ouça-o:
Gálatas 2: 14
“Mas quando vi que não andavam bem e direitamente, conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?”
VAMOS RELEMBRAR: No verso 4, Paulo menciona estarem os irmãos secretamente voltados a “espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão.” Em outras palavras, o homem que crê no sacrifício de Jesus e O aceita como Salvador pessoal já não está preso àquela multidão de cerimônias e rituais que faziam parte da Lei Cerimonial, já não está cativo, mas tem liberdade. Liberdade concedida pelo evangelho, mediante a expiação do Filho de Deus. Esta liberdade os judaizantes não aceitavam para si e para ninguém.
Após o Calvário não era preciso mais proceder a nenhum dos rituais exigidos pela Lei Cerimonial, e muito menos circuncidar-se, pois tal sistema era o antítipo que apontava para o tipo (Jesus). Assim, com a morte vicária de Jesus tornou-se de nenhuma importância, inútil e sem valor a lei Cerimonial. Na transição do judaismo para o cristianismo, a circuncisão teve fim, e o batismo por imersão ocupou seu lugar. Col. 2:11-12.
Pedro até que compreendia assim, porém, para agradar a “gregos e troianos”, como disse Paulo – “dissimulava”, e por isso foi repreendido duramente na frente de todos. Mas, na verdade, novamente afirmo: Tudo isso por causa da circuncisão, que era parte integrante e destacada da Lei Cerimonial.
O verso seguinte, emitido por Paulo, imediatamente após admoestar a Pedro, tem sido incompreendido pelos irmãos em geral, porque não o comparam com o con-texto geral da epístola. Todavia, para você agora ele vai falar diferente, com certeza.
Gálatas 2: 16
“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”
Paulo como que franze a testa, olhando para Pedro e os demais apóstolos e discípulos, cheio do poder espiritual, mostra-lhes o valor do evangelho. CIRCUNCISÃO era uma exigência da Lei Cerimonial, necessária antes de Cristo. Mas, após a morte do Senhor, cumprir esse ritual era buscar JUSTIFICAÇÃO PELAS OBRAS. Isto é: justificar-se a si por méritos próprios.
A prática da circuncisão após a cruz, era negar a eficácia do sangue remidor de Jesus, bem como contraditar o evangelho da justificação pela fé no sacrifício expiatório de Jesus. Por isso Paulo enfatiza:

“PELAS OBRAS DA LEI NINGUÉM SERÁ JUSTIFICADO”
Corretíssimo. A Lei Cerimonial não se compunha somente do dogma da circuncisão, mas de uma infinidade de cerimônias. Porém, o problema traumatizande dos gálatas, a balbúrdia entre aqueles bons irmãos da Galácia, é por causa da CIRCUNCISÃO. Este é o tema borbulhante da epístola.
Gálatas 2: 21
“Não aniquilo a Graça de Deus, porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.”
Antes do advento do Messias Jesus, Deus dera aos judeus, em especial, um ritual maravilhoso. Um conjunto de cerimônias, acompanhadas de variadas ordenanças, denominado de Lei Cerimonial. Sua obrigação era exigível, pois todo o cerimonial apontava para Jesus. Era portanto necessário até que Ele viesse.
Vindo, porém, o Filho de Deus, todo aquele impressionante e provisório sistema ritualístico, tornara-se inútil, pois era sombra de Jesus (Heb. 10: 1). Paulo compreendeu assim, e colocou em prática sua fé. Por isso, indignou-se ao ver, agora, novamente os discípulos voltarem a circuncidarem-se.
Mais irritado ficou Paulo, ao notar os próprios apóstolos presenciarem essa disposição de suas ovelhas e nada fazerem. Permaneciam inertes. Daí ocasionar-lhe repulsa tal que o levou a repreender não somente os discípulos mas também a Pedro. Como, pensava Paulo, poderiam homens que tiveram o Plano de Salvação tão claro e detalhado seu cumprimento na morte vicária de Jesus, voltarem agora aos rituais abolidos? E se a prática desses ritos pudesse justificar o oferente, então Jesus morreu em vão, asseverava Paulo.
Ressalte-se que a “lei” focada ainda é a Lei Cerimonial, pois tudo está dentro do mesmo escopo e é uma sequência do pensamento discorrido por Paulo no capítulo 2. Muitos irmãos, hoje, utilizam este texto (Gálatas 2: 21), para anular a Lei Moral. Mas, como você vê, não é o correto. Isolando este texto do contexto geral da epístola, ele perde seu sentido real. Separá-lo do contexto é cortar o fio da meada. É destruir o pensamento proposto e ardorosamente defendido por Paulo.
O capítulo 3 desta epístola é dramático para o apóstolo.Veja:
Gálatas 3: 1-5
“Ó insensatos gálatas! QUEM VOS FASCINOU para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi representado como crucificado? Só quisera saber isso de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne? Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão. Aquele pois que vos dá o Espírito, e que obra maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?”
Paulo está muito aborrecido com os “professores judaizantes” que em sua ausência infiltraram na Igreja da Galácia os dogmas cerimoniais, dando, preferencialmente, mais peso a circuncisão. Qualifica os gálatas de “insensatos”, e quem não concorda? Imagine: Receberam do apóstolo o evangelho da liberdade, liberdade que os isentara de continuar matando animais para se justificarem, porém, voltam a oferecer as mais variadas ofertas, praticando o desnecessário rito da circuncisão, tudo aquilo que Jesus abolira em Sua morte na cruz.
Ainda assim, até aqui, a “lei” que está em foco é clara, insofismável e definida: é a Lei Cerimonial, enfatizada pelo Dicionário Bíblico como abolida por Cristo. E dessa lei, a “ordenança” que gerou tamanha confusão foi a circuncisão. Certo?
O versículo seguinte a ser estudado exige de nossa parte, para compreendê-lo, muita humildade, sinceridade e lealdade para com a Bíblia. Dada à sua soleníssima mensagem, deve-se ao lê-lo despir-se de todo preconceito denominacional, bem como desarmar-se de toda idéia pré-concebida. Eu fiz isso, um dia, graças a Deus!
Este versículo é mais uma peça saliente na epístola aos Gálatas, o centro e a rocha de que se valem milhares de bons irmãos de todas as religiões cristãs, para aceitar que a Lei Moral dos Dez mandamentos foi abolida, que Paulo é contrário a ela. Evidentemente é inegável que Paulo demonstra repulsa por uma lei. Mas... qual lei?
Você verá que, sem isolar o versículo do seu contexto, ficará fácil entendê-lo e descobrir que lei ele enfoca. Isso só é possível, pois estamos com a humildade de um sincero estudante da palavra de Deus, desenvolvendo o pensamento de Paulo, não é? Portanto, conhecedores que somos dos fatos iniciais da espístola, estamos cabalmente em condições de compreendê-lo. Vamos ler:
Gálatas 3: 10
“Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.”
Se tivéssemos aberto a Bíblia agora, tomado de lá este versículo e, após fechá-la, o lêssemos, ele “falaria” diferente. Felizmente, nós estamos estudando toda a epístola, e por isso a mensagem dele para nós agora será aquela que Paulo queria de fato transmitir, e não a mensagem isolada que parece, encerra o versículo, e que tem enganado tanto crente sincero.
Convidamos o irmão a parar aqui e ler ou reler o capítulo A SANTA LEI DE DEUS e as MÁXIMAS PAULINAS, isto é, se você ainda tiver dúvidas quanto à “lei” que Paulo focaliza nesta epístola; mas se tudo está claro aos seus olhos, caminhe. Saliento, entretanto, para que o irmão grave bem, que a lei exaustivamente enfocada por Paulo nesta epístola, e especialmente neste verso, é a lei que o Dicionário Bíblico qualifica de Lei Cerimonial, porque:
• Quem pratica ou guarda seus mandamentos está sob maldição. Logicamente não poderá ser jamais a Lei Moral dos Dez Mandamentos que o Dicionário Bíblico disse ser eterna e que não muda. Sim, porque nestes Dez Mandamentos, que foram divididos sabiamente em duas partes pelo Criador, os quatro primeiros dizem respeito à nossa obrigação para com Deus, e os seis restantes, para com o nosso próximo. Portanto, amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e pensamento, é cumprir os primeiros quatro mandamentos da primeira tábua de pedra. E amar nossos semelhantes como a nós mesmos é cumprir os seis restantes da segunda tábua de pedra. Por favor, responda-me: Isso é ser maldito? Amar a Deus e ao próximo que são os reclamos da Lei Moral é estar sob maldição? – Claro que não! Correto?
• Essa lei que Paulo menciona foi escrita em um livro (II Crôn. 35:12). Portanto, só isso bastaria para que todos compreendam que essa lei focada pelo apóstolo na epístola dos Gálatas é a Lei Cerimonial, porque a Lei Moral dos Dez Mandamentos foi escrita pelo próprio Deus e em PEDRAS (Êxo. 31: 18). Evidentemente, pedra é granito, livro é pergaminho, pele de animal e casca de madeira. Bem diferente! Ademais, quem escreveu esta lei insistentemente abordada em Gálatas, não foi Deus, e sim Moisés. É o que descobriremos agora, quer ver?

Deuteronômio 31: 24
“E aconteceu que, acabando Moisés de escrever as palavras desta lei NUM LIVRO, até de todo as acabar.”
Paulo queria e precisava urgentemente livrar das garras dos “professores judaizantes” o seu indefeso rebanho e, para tal, tenta com toda a força do coração tirar da sua mente a inútil observância de uma “lei” que já fora caducada e abolida pela morte de Cristo (Col. 2:14; Efé. 2:15). Por isso que, no discorrer de todo o capítulo 3, fomenta a incapacidade da Lei Cerimonial para justificar o homem. Esse papel só a Jesus compete. Entretanto, esta lei, já que foi dada, teve o seu valor e desempenhou o seu papel, mas necessariamente teria que findar quando realizasse toda a obra para a qual fora criada. Assim, pois, é que diz Paulo:
Gálatas 3:24
“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.”
A Lei Cerimonial, enfadonhamente mencionada por Paulo em Gálatas e referendada pelo Dicionário Bíblico da Imprensa Bíblica Brasileira, que muito nos está auxiliando, constituía-se de muitas cerimônias e não somente da circuncisão, que foi a pedra de tropeço dos gálatas. Essas cerimônias foram criadas para desenvolver no homem, ao praticá-las, a fé no Messias que viria futuramente. Dentre elas, talvez, a mais contundente e que falava mais profundamente ao coração do judeu, pelo menos Deus desejava que assim fosse, era o sistema sacrifical. Ao transgredir um dos Dez Mandamentos, o homem deveria morrer. Essa era a exigência da Lei Moral; entretanto, o pecador tinha uma “válvula de escape”. Ele não precisaria morrer, bastava que providenciasse um substituto, que devia ser um cordeiro sem manchas ou defeitos físicos.
Tomava então o pecador o animalzinho em seus braços e o levava ao sacerdote, no templo. Este, por sua vez, dispunha-o sobre o altar, e o pecador colocava suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava seu pecado, após o que, com suas próprias mãos, imolava a indefesa vítima de seu pecado, vendo o sangue jorrar por entre as vísceras cortadas. Era um ritual marcante. Uma cerimônia cuja finalidade era mostrar ao homem que:
• Quem deveria morrer era ele, pois foi quem pecou.
• Deveria permanecer gravada em sua mente a hediondez do pecado. O pecado gera a morte. O pecado, aos olhos de Deus é tão aborrecível, malígno e abominável, que, para se obter o perdão, há a necessidade de derramamento de sangue.
• Deveria impressioná-lo aquela cena, ao contemplar naquela indefesa vítima a figura do Messias que o tanach profetizava. Compreender o papel do Messias em Se transformar na oferta viva pelo pecado, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João 1: 29.
Por conseguinte, a Lei Cerimonial era um conjunto de ritos criados por Deus para desenvolver a fé no futuro Messias e dessa forma abrir os corações para recebê-Lo e amá-Lo. Assim que, têm muita razão as palavras de Paulo: “A lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo”. Lógico, era sua única e específica função. Vindo porém Cristo, que necessidade havia de continuar? Nenhuma! Ao homem agora, bastava crer e aceitar aquela oferta viva, Jesus, fazendo dEle seu Senhor e Salvador; nada mais claro.
A beleza desse ritual dizia para os israelitas que, o sistema sacrifical constituía-se o evangelho. Mostrava-lhes o caminho para comungar com Deus e com Ele manter sempre um relacionamento amistoso. Sobretudo, desejava o Senhor impressioná-los com o centro desse sistema, que era a solene verdade que o pecado ocasiona a morte. Daí, durante todo o ano, no templo, diariamente, de manhã e à tarde, era oferecido em holocausto um animal.
Outrossim, deveriam compreender que o perdão do Céu só seria possível única e exclusivamente através da confissão do pecador e a intercessão do sangue; nesse caso, o sangue do animal imolado. Após o ritual, o pecador saía da presença do sacerdote. Estava perdoado. Justificado de suas faltas e pecados. Mas... qual foi o preço? A vida do animal. Portanto, o perdão custa caro. Isso deveria impressionar de tal forma o pecador que o levasse a viver em retidão e obediência aos Dez Mandamentos. Toda vez que qualquer israelita pecasse deveria seguir esses passos, e a cena se repetiria infindamente, até que surgisse Aquele que daria Sua vida para salvar o homem de seus pecados – Jesus – para quem apontava todo esse ritual.
Por outro lado, a Lei Moral também é o aio que leva o pecador a Cristo, quando ela o acusa por alguma transgressão de seus mandamentos, e este sente a necessidade do perdão, e o busca pela fé, na Graça de Cristo.
O capítulo 4 de Gálatas é fascinante em sua apologia. Paulo irá mostrar aquilo que para eu e você está claro: “O evangelho nos isenta da lei”. Mas... logicamente, da Lei Cerimonial. Não esqueça o que disse o Dicionário Bíblico. Assim é que no verso 4 do capítulo 4, diz Paulo: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.”
Certíssimo! Ao nascer Jesus, o ritual mosaico, ou sistema sacrifical, estava em franco funcionamento, muito embora bem distante daquilo que o Senhor Deus pretendia. Os judeus perverteram todo aquele belo e tremendo ritual, e o transformaram em mero “caça-níqueis”. Os próprios sacerdotes se empenhavam em fomentar e incentivar o pecado, para que o pecador lhes comprasse as ofertas, que, para facilitar, já as tinham dentro das dependências do templo, transformando a Casa de Deus em um mercado barulhento e fedentino (o átrio era de fato um curral), para vendê-las ao preço que lhes conviesse (Mat. 21:12). Por isso está certo Paulo: Jesus nasceu quando este estado de coisas evidenciava-se. E para confirmar a palavra paulina, lembramos que os pais terrestres de Jesus seguiram todos os trâmites legais da Lei Cerimonial, inclusive circuncidando-O, dentro do prazo estatuído por Moisés. Portanto, “nascido sob a lei”, isto é: sob sua atuação e vigência, está claro.
Gálatas 4:5
“Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.”
Se a Lei Cerimonial apontava para Cristo, como afirma Paulo, pois era o seu único papel, Ele viria exatamente para tomar o lugar da oferta que era morta no ritual da manhã, da tarde e pelo pecado, e acabar com todos os símbolos que apontavam para Sua obra redentora. Por isso recebemos a “adoção de filhos”, ou seja: fomos criados à imagem de Deus; arrebatados pelo pecado, perdemos essa condição de filhos; entretanto, agora, arrancados das garras de Satanás, fomos “adotados” por Cristo, pelo Seu sangue e maravilhoso sacrifício na cruz do Calvário, graças à Deus! Paulo procurava insistentemente mostrar aos gálatas que, com a vinda do Messias Jesus, o homem não mais podia ser salvo sob o judaísmo, escorado na Lei Cerimonial.
O passo seguinte seria também difícil de dar, não fosse a maneira como estamos estudando esta epístola. Felizmente você e eu adotamos a maneira correta de estudar a Bíblia, não é? Assim é que, Gálatas 4: 9 e 10, estudado em concordância com o contexto, dentro da sequência do pensamento paulino, dará também sua mensagem certa, e não aquela que os pregadores de hoje estão ensinando, que não corresponde à verdade e, muito menos, ao desejo do apóstolo. Diz ele:
Gálatas 4: 9-10
“Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos de Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses e tempos e anos.”
Tenho certeza que você sabe onde enquadrar “esses rudimentos fracos e pobres”. Naturalmente se você leu as MÁXIMAS PAULINAS, já bastaria. Entretanto, deixaremos bem gravado que a “lei” enfocada novamente por Paulo, agora neste capítulo, é aquela que o nosso bom dicionário bíblico diz ser: Lei Cerimonial, porque:
• Na sequência do pensamento de Paulo, está ele mostrando a inutilidade daquelas cerimônias introduzidas pelos judaizantes em sua ausência. Diz que é maldito (Gál. 3:10) todo aquele que praticar aquelas obras, depois que se tornaram obsoletas. Por outro lado, na Lei Moral não existem cerimônias. Ela enobrece o homem, moraliza-o, dignifica-o, daí não conter maldição.
• Menciona Paulo que a Lei Cerimonial foi escrita em um livro (Gál. 3:10), ao passo que a Lei Moral foi escrita em blocos de pedra (Êxo. 31:18).
• Diz Paulo que a Lei Cerimonial tinha um propósito: mostrar a obra redentora de Cristo. E isso não pode ser requerido da Lei Moral. Nos Dez Mandamentos não há ordem para circuncidar, nem matar animais, ou outro ritual qualquer, os quais simbolizavam e apontavam a obra expiatória de Jesus.
• Ninguém será maldito por guardar a Lei Moral; pelo contrário, ela ajuda o homem a tornar-se elevado, nobre, de bons princípios, correto. Afinal, é a “Lei Real”. A lei do Céu (Tiago 2:8).
• A Lei Moral não tem “rudimentos”, e sim, “mandamentos”.
Paulo, referindo-se à Lei Moral, disse:
Romanos 7: 12 – “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.”
– Viu? Mandamento, e não rudimento!

Romanos 3: 31 – “Anulamos pois a lei pela fé? De maneira nenhuma; antes, estabelecemos a lei.”
Fica, por conseguinte, claríssimo que a “lei” de “rudimentos fracos e pobres” jamais pode ser a Lei Moral dos Dez Mandamentos, que é enaltecida por Paulo, e que mesmo a fé não a pode anular.
• Portanto, a Lei Cerimonial é que se enquadra no texto, pois ela, sim, tem “rudimentos”, e estes são, sem dúvidas, “fracos e pobres”, foram e são impotentes para justificar. Cumpriram sua missão e pronto. Acabou. E note o paradoxo: os rudimentos foram anulados pela fé em Cristo.
• A Lei Moral não exige a guarda de “dias” e sim de “um” dia, ordenado por Deus – o Sábado – memorial eterno do poder criador de Jeová.
• Na Lei Cerimonial havia sim: “dias”, “meses” e “anos”. Eram sete festas anuais, consideradas feriados altamente solenes, a saber:

Essas festas se davam durante o transcorrer do ano judaico. Eram datas fixas em dias móveis. Por exemplo, data fixa quer dizer: um dia de determinado mês. Dia móvel indica que esse dia podia cair em uma segunda-feira, quarta, quinta, Sábado, etc. (Assim como o nosso sete de Setembro que é feriado nacional, não cai continuadamente no mesmo dia da semana, porém, é uma data fixa – sete de Setembro). Eram “dias” guardados com tanta solenidade pelos judeus que se assemelhavam ao Sábado do sétimo dia da semana, pois que, naqueles “dias” em que caíam tais festas, toda a nação parava. Os afazeres cotidianos e seculares findavam, semelhante ao que faziam durante o Sábado do Senhor. Aliás, também eram esses “dias” apelidados de sábados (Isa. 1:13; Osé. 2:11).

OBSERVE ESTE PORMENOR:
A páscoa ocorrida na última semana de vida do Senhor coincidiu cair no dia de Sábado do sétimo dia da semana; por isso foi “grande aquele Sábado” (João 19:31). Era um sábado cerimonial, dentro do Sábado moral.
Assim que, os gálatas guardavam “dias” (eram esses feriados), “meses” (porque eram meses fixos), e “anos” (durante todos os anos, até a morte de Jesus – Heb. 10:1). Exatamente como enfatizou Paulo aos gálatas, que retornavam ao judaísmo, empurrados pelos professores judaizantes.
Portanto, nada mais claro e lógico que a “lei” insistentemente abordada por Paulo aos gálatas não é outra senão a Lei Cerimonial. É o que diz a Bíblia. Resta de sua parte, irmão, a decisão para aceitar.
O capítulo 5 de Gálatas é altamente importante, dada a sua clareza meridiana no contexto de toda a epístola, cujo tema principal abordado inegavelmente é a circuncisão.
Gálatas 5:1-4
“Estai pois firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós, os que vos justificais pela lei; da Graça tendes caído.”
Pare um pouquinho, mas não tire sua atenção de Gálatas.
Vamos dar um pulinho lá em Jerusalém.
Atos 15: 5
“Alguns, porém, da seita dos fariseus... se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhe que guardassem a LEI DE MOISÉS”
GRAVE ESTE DETALHE: Paulo diz aos gálatas, que, quem “se deixa circuncidar... está obrigado a guardar toda a lei.” – Responda: Qual a lei que continha a CIRCUNCISÃO como um mandamento: Moral ou Cerimonial?
Observe que Paulo novamente enfatiza o tema central especulativo da epístola: a circuncisão. Os gálatas buscavam com “denodo e muita severidade” a justificação pelas suas próprias obras, e o apóstolo sabia que nada disso tinha valor; mesmo que eles observassem todos os ritos mosaicos com a maior sinceridade, de nada adiantaria. O homem só será justificado e salvo pela sua fé em Cristo, nada mais. Paulo então determina, como que cansado de falar, arguir e repreender: “Se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará”. E isso é fácil de compreender agora, pelo estudo que fazemos de toda epístola, não é?
Cristo Jesus morreu. Sua morte cancelou a Lei Cerimonial. Agora era mister apenas exercer fé no ressurreto Filho de Deus, para que o homem fosse justificado. Isso é Graça. Se os gálatas continuassem a buscar justificação pelo cumprimento e prática das obras da Lei Cerimonial, a Graça não teria nenhum valor para eles. Por certo, “da Graça cairiam”. Por quê?
Gálatas 5:6
“Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma; mas sim a fé que opera por caridade.”
Que clareza meridiana! Que declaração límpida! Inteligível! Perceptível! Só a mente infantil, desinteressada, ou enferma, deixará de alcançar que Paulo passou toda a epístola digladiando, lutando para colocar na mente dos gálatas que o ritual da circuncisão, sendo parte integrante e saliente dos dogmas cerimoniais, perdera o seu valor e significado com o advento do Messias. Aliás, para eles isso não era uma doutrina nova; fora o evangelho que Paulo lhes pregou anteriormente. Eles haviam aceitado desta forma e até posto em prática, pois o que se depreende do versículo seguinte é isso:
Gálatas 5:7
“Corríeis bem; quem vos impediu para que não obedeçais à verdade?”

“QUEM VOS IMPEDIU...?”
Observe a enfática indagação de Paulo:

Quem?... Os professores judaizantes heréticos. Eles adoçaram sua mensagem de tal maneira, que não demorou muito e os gálatas estavam todos embevecidos e apegados à circuncisão. Os tais professores, naturalmente, devem ter-se servido de argumentos contundentes, pois que, deixar os ensinamentos de Paulo anteriormente recebidos, para aceitar aquelas ordenanças agora apagadas, sem vida ou qualquer significado cristão, é demais. Leia com atenção estes depoimentos:
“Em quase todas as igrejas havia alguns membros que eram judeus de nascença. A estes conversos os ensinadores judeus acharam fácil acesso, e, por meio deles, obtiveram apoio nas igrejas. Era impossível, por argumentos escriturísticos, subverter as doutrinas ensinadas por Paulo; por isso eles recorreram às medidas mais inescrupulosas para neutralizar sua influência e enfraquecer sua autoridade. Declararam que ele não tinha sido discípulo de Jesus e não tinha recebido dEle encargo; todavia ousava ensinar doutrinas diretamente opostas àquelas mantidas por Pedro, Tiago e outros apóstolos. Assim os emissários do judaismo tiveram êxito em alienar muitos dos conversos cristãos de seu instrutor do evangelho. Tendo obtido seu desígnio, induziram-nos a retornar à observância da Lei Cerimonial como sendo essencial à salvação. A fé em Cristo e a obediência à Lei dos Dez Mandamentos foram consideradas de importância secundária. Divisão, heresia e sensualismo rapidamente obtiveram terreno entre os crentes da Galácia.” – The Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 6, pág. 1108. Grifos meus.
“A sua relação com a Lei Cerimonial (Col. 2: 15-16). As festas, os dias santos e outras observâncias cerimoniais judaicas não passam de símbolos e figuras representando Cristo. Agora, desde que Cristo veio e cumpriu os símbolos, os mesmos tornam-se desnecessários.” – Pr. Myer Pearlman (teólogo Assembleano), Através da Bíblia, pág. 293.
Novamente o paladino da verdade não se faz por esperar e levanta sua voz já quase rouca:
Gálatas 5:10,12
“Confio de vós, no Senhor, que nenhuma outra coisa sentireis; mas aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá a condenação... Eu quereria que fossem cortados aqueles que vos andam inquietando.”
Paulo pregara o evangelho da liberdade. Cristo concedera a liberdade facultada pelo evangelho. Fé, somente fé em Seu sacrifício. Fé e testemunho em favor de Cristo, eis tudo que era necessário. Entretanto, queriam novamente os gálatas meter-se debaixo da servidão do ritual mosaico; reviver os momentos do sistema sacrifical e da infinidade de cerimônias, agora inúteis e sem nenhuma expressão, pois Jesus Cristo, O Justo, tornara-Se a oferta viva pelo pecado, o Cordeiro Pascal e, assim, abolira a Lei Cerimonial, conforme a mesma segura e abalizada palavra do apóstolo Paulo, ouça:
Colossenses 2:14:
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária..., cravando-a na cruz.”
Efésios 2:15:
“Na Sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em Si mesmo dos dois, um novo homem, fazendo a paz.”
Foi realmente o que aconteceu. Quando exangue o Salvador expirava na cruz, lá no templo de Jerusalém o sacerdote se preparava para oficiar o ritual da tarde, alheio ao magistral acontecimento daquele fatídico dia. O cordeirinho estava amarrado sobre o altar, semelhante ao que era feito por milênios. Naquela tarde, como de costume, o animalzinho seria sacrificado. Ao bradar Jesus na cruz, “está consumado”, toda a natureza demonstrou sua repulsa pelo tétrico quadro, retirando sua luz natural, e os elementos, entrando em comoção, suspiravam pela vida de seu Criador, enquanto que, miraculosamente, o nédio cordeiro se desprende do altar e foge, deixando espavorido o sacerdote ministrante que, para seu completo torpor, nota que o véu do templo que separava o lugar santo do santíssimo, rasga-se de alto a baixo por mãos potentes e invisíveis (Mat. 27:51). Era o cumprimento in-loco de todas as profecias messiânicas do Antigo Testamento. Em especial a de Daniel, que agora cumpre-se fidedignamente:
Daniel 9:27
“E Ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e as ofertas de manjares...”
Terminara portanto o ritual que, por milênios, impressionara os judeus. Pendia altaneiro do Gólgota o Messias Jesus, a sombra e figura que apontavam todos aqueles ritos cerimoniais (Heb. 9). Por conseguinte, agora a cruz tornara-se o emblema de fé, símbolo de salvação. Findara o tempo da justificação pelas obras da Lei Cerimonial, e raiava o tempo da justificação pela fé em Cristo. E isso os gálatas rejeitavam, absorvidos que estavam pelo vento de doutrina dos “professores judaizantes”.
Paulo vai agora exteriorizar seu descontentamento abertamente, por aqueles ensinadores heréticos que, no seu entender, queriam apenas se gloriar de que leva-ram os gálatas de volta ao judaísmo, rejeitando assim a mensagem pura e genuína do Evangelho Cristocêntrico.
Gálatas 6:12
“Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.”
Paulo quer dizer que os “professores judaizantes” combatiam o cristianismo porque este exige renúncia e decisão; sobretudo vivê-lo era expor-se ao escárnio bem como à morte, riscos a que Paulo nunca fugiu (II Cor. 11:23-28). E eles não desejavam isso. Como bem dissera o apóstolo, o que não queriam era “ser perseguidos por causa da cruz de Cristo”. No entanto, na igreja pareciam verdadeiros cordeirinhos, de fala macia e gestos delicados. Tudo fingimento. O que desejavam, de fato, era minar, destruir a fé dos crentes da Galácia. Lamentavelmente conseguiram. Levaram-nos a enamorar-se da circuncisão e colocá-la em prática, em plena ascensão do cristianismo. (Conseguiram, inclusive, levá-los a se constituírem inimigos do apóstolo Paulo – Gál. 4:16).
É como hoje: Se por um lado não se corre risco nenhum de nomear-se o nome de cristão, podendo portanto testemunhar abundantemente da cruz do Salvador, há por outro, uma enorme tendência de transigir com o pecado, conformando-se com o erro, e por pouco, quase nada, deixa-se cair o estandarte ensanguentado do Filho de Deus.
Milhares também aceitam o Sábado, o 4º mandamento da Lei Moral, como o Dia do Senhor, separado e santificado para observância, mas, porque lhes faltam coragem para colocar em prática essa fé, por medo de pedí-lo ao patrão, não o observam. Fecham assim a torneira das bênçãos celestes. Desobedecem a Deus e submetem-se aos homens. Por favor, amado, não se conforme com “tostões”. Satisfaça-se só com “milhões”. Você é que determina a quantidade de bênçãos que quer. O reservatório celeste continua cheio. Fé é o meio de abrí-lo, mas uma fé operante, traduzida em obediência. Reclame a palavra empenhada do seu Poderoso Deus. Aleluia!
Ainda está na arena o paladino da verdade – o defensor do cristianismo:
Gálatas 6:13
“Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis para se gloriarem na vossa carne.”
Neste versículo, Paulo deixa claro que todo o tema e preocupação da epístola são motivados pela circuncisão. Assim aceitarão os sinceros de coração que são os “cidadãos do Céu”, porque, afirma o apóstolo, aqueles heréticos ensinadores (“professores judaizantes”) que insuflaram novamente a circuncisão na igreja dos gálatas, eles mesmos não guardavam a Lei Cerimonial, pois que esta não se compunha apenas do rito da circuncisão mas de uma infinidade de abluções, ofertas, sacrifícios e ordenanças.
Agora, prezado irmão, apelo à suprema sinceridade de seu coração anelante pela verdade, para o desfecho da epístola, que foi dramaticamente enfatizado por Paulo:
Gálatas 6:15
“Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura.”
Ser uma nova criatura, resgatada pelo sangue de Jesus, transformada pela fé no imaculado Salvador, era este o desejo de Paulo para os crentes da Galácia. E isso só era e é possível quando o homem crê em Cristo Jesus como seu Salvador pessoal, demonstrando sua fé através de uma vida de obediência, culminada com o ato público do batismo cristão. Portanto, cerimônias, ritos, circuncisão, eram inúteis, impraticáveis no que concerne à justificação da parte do Senhor Jesus.
“Uma nova criatura”. Eis o que Deus quer.
Você gostaria de ser uma nova criatura? Se deseja!...
Viaje em pensamento até a Igreja de Corinto, sente-se no primeiro banco, poste-se diante do Rei do Céu, pois convidamos o campeão da cruz, para pregar um grandioso sermão para você. Ei-lo:
I Coríntios 7:19
“A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus.”
Ouviu? Gravou?
Aqui, Paulo define claramente as duas leis no conflito dos gálatas. Nega com veemência a lei da circuncisão (cerimonial) e realça os mandamentos de Deus (Lei Moral).
Assim, caro irmão, descoberta qual foi a Lei que Paulo menciona insistente e exaustivamente na Epístola aos Gálatas, cuja preocupação geral foi a circuncisão, isto é, a Lei Cerimonial, resta para você uma alternativa, bem como uma oportunidade, se é que até hoje não a compreendeu: Guardar a “lei” que Paulo menciona aos coríntios, que é: A Lei Moral dos Dez Mandamentos, aquela que não muda, é eterna, (Rom. 7:12) é justa, é boa, escrita duas vezes pelo dedo de Deus (Êxo. 31:18), em tábuas de pedra, e hoje, sob o Novo Concerto, escrita nas tábuas de carne de nosso coração, conforme as palavras de Hebreus 8:10 e Jeremias 31:33.
Esta gloriosa lei que revela a condição do homem, que lhe mostra o pecado, que é sobretudo o fundamento do governo de Deus, e de Seu caráter, será a norma de justiça no grande julgamento do Senhor, o Dia do Juízo. Tiago 2:12.
Meu irmão, decisão envolve coragem. Você é corajoso. Decida-se. Siga as pisadas de seu Mestre. Ele é seu sustentáculo. Ele lhe dará poder. Você será um vencedor, ao aceitar e praticar o que diz a Bíblia.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

GUARDA DO DOMINGO: Bíblico ou pagão?

“Guardamos o domingo... porque o mundo em geral guarda esse dia”. – Citação do livro: “Sabatismo à Luz da Palavra de Deus.”
“Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol (domingo).” – (Codex Justinianus, lib. 13, tit. 12, par. 2/3).
“Aqui no Brasil ocorreu, há 40 anos, um fato interessante. Os Batistas, movidos por espírito polêmico, atacavam, pela imprensa, o aspersionismo e o pedobatismo, pelo fato de um órgão presbiteriano defender essas práticas. Num desses ataques, O Jornal Batista aventou a idéia de que não há na Bíblia prova taxativa para justificar o batismo de crianças, e isso era uma razão para não o aceitar. Em réplica, O Puritano, órgão então oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, editado no Rio de Janeiro, em edição de 7 de Maio de 1925, afirmava:
“Se pelo fato de não termos na Bíblia uma prova absoluta e taxativa para o batismo infantil, isto tira o valor da doutrina, diga-nos aqui à puridade o bom do Jornal (órgão Batista): Em que fica o colega com a guarda do domingo e não do Sábado?
“Pode o colega mostrar no Novo Testamento, de modo positivo, um mandamento para a guarda do domingo? Damos dois mil contos, ao colega, se no-lo apresentar...” – Subtilezas do Erro, pág. 171, A.B. Christianini.
Diante de tal argumento, o órgão batista calou-se, e “perdeu ótima oportunidade de ‘ganhar’ dois milhões de cruzeiros, naqueles tempos... por quê? Porque a guarda do domingo, bem como o aspersionismo e o pedobatismo são práticas pagãs que se infiltraram na Igreja Cristã.” – Idem.
Neste conflito, os Adventistas, outra vez, saem ganhando, porque aceitam o batismo por imersão e observam o Sábado, que são doutrinas fundamentais do Novo Testamento.
Dizem que o Sábado é do Antigo Testamento e o domingo do Novo Testamento, razão porque pregam os evangélicos ser o domingo o dia de guarda hoje.
Só existem oito textos nas Escrituras que falam do primeiro dia da semana; porém, não o chamam de domingo. Tal nome é estranho à Bíblia.
Se as Escrituras Sagradas mandam ou autorizam a troca do sétimo dia para o primeiro dia da semana, tem que estar nestes oito textos.
O dia como Deus o criou é composto de duas partes. Escura e clara (Gên. 1:1-5). Contado de uma tarde (pôr-do-Sol) a outra tarde (pôr-do-Sol). Esta é a maneira de Deus definir o período de 24 horas que é um dia. – Eis a prova:
Gênesis 1:5 – “E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia.”
Neemias 13:19 – “Sucedeu pois que, dando às portas de Jerusalém já sombra antes do Sábado...”
Marcos 15:42 – “E tendo chegado a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, véspera do Sábado.”
Pois bem, estudemos então os textos do Novo Testamento que mencionam o primeiro dia da semana.
1 “E, no fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.” Mateus 28:1.
Este texto foi escrito no ano 62 d.C., ou seja, 31 anos depois da ressurreição de Jesus, e nele nada há indicativo da mudança do Sábado para o domingo. Apenas define que duas Marias, discípulas do Senhor, guardavam o Sábado, e ao findá-lo, no pôr-do-Sol, correram ao sepulcro, esperançosas de rever o corpo do Mestre. Prova que, após a morte de Jesus, o dia que se guardava, era o Sábado.
2 “E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do Sol.” Marcos 16:2.
No verso 1, as mulheres esperaram passar o Sábado, o santo dia do Senhor; chegado o primeiro dia, elas foram ao sepulcro. Consequentemente o domingo era estranho a todos os discípulos; porém, o Sábado continuava como dia santificado. Também esta Escritura data de 31 anos após a morte de Jesus, e Marcos menciona que o Sábado é o Dia do Senhor (Mar. 2:28), ao passo que desconhece completamente o domingo.
3 “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual, tinha expulsado sete demônios.” Marcos 16:9.
Também este texto foi escrito 31 anos após a ressurreição de Jesus e nada há aqui que abone a santidade do domingo. Simplesmente vemos que a profecia de que o Senhor ia ressuscitar ao terceiro dia cumpriu-se. E Jesus assim demonstrou fidelidade à Sua santa lei, pois descansou no Sábado, da obra de criação, e agora dá provas que descansou da obra de redenção, permanecendo no sepulcro no Sábado. Por conseguinte, Seus trabalhos de criação e redenção foram realizados sem a transgressão do Sábado.
4 “E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.” Lucas 24:1.
Lucas escreveu isso no ano 64 d.C., 33 anos depois da ressurreição do Senhor, e, como os outros evangelistas, nada abona em favor da santidade do domingo. Porém, uma coisa Lucas deixa claro, no verso 56 do capítulo 23, isto é: que o Sábado era e é o dia do Senhor. Lemos: “E voltando elas, prepararam especiarias e unguentos, e no Sábado repousaram, conforme o mandamento.”
5 “E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.” João 20:1.
Este texto foi escrito no ano 97 d.C., 66 anos depois de Jesus ressuscitar, e também nada acrescenta a favor do domingo. Nada mesmo!
6 “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus... e disse-lhes: Paz seja convosco.” João 20:19.
Crêem os cristãos que discordam do Sábado, que este texto lhes assegura ser uma reunião religiosa dominical, e por isso o Sábado cedeu seu lugar ao domingo. Será mesmo assim? Não! Por que sei? Eis as razões:
• Os discípulos se ajuntaram com medo dos judeus e não para uma reunião religiosa regular. A intenção era esconder-se.
• Os discípulos não criam que Jesus havia ressuscitado. Leia: Mar. 16:11; 13-14; Luc. 24:37; João 20:24-27. Se não criam, evidentemente não era esta uma reunião religiosa, nem dominical.
• Jesus também não transformou esta reunião em cerimônia religiosa, muito menos em Santa Ceia. Comeu, sim, peixe assado e mel (Luc. 24:38-43), para provar aos discípulos que era Ele mesmo, e não um fantasma.
OBSERVAÇÃO: Não foi ótima ocasião para Jesus dizer aos discípulos que o domingo era agora o dia santificado? Por que não disse? Ora, porque o Sábado é eterno e santo, como Ele próprio. (Esta “reunião” se deu na habitação dos discípulos – Atos 1:13).
Observe que já estudamos seis dos oito versos onde é mencionado o primeiro dia da semana. E nada de concreto, definido, claro com relação à mudança do Sábado para o domingo.
7 “E, no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia noite.” Atos 20:7.
Este texto, depois de “esmiuçado” e comparado com outros, estribado na lógica e bom senso, dará uma mensagem diferente daquela que hoje se crê, que tal acontecimento foi uma reunião de Santa Ceia.
CONSIDEREMOS:
• Não se pode assegurar que esta foi uma Santa Ceia, porque “partir o pão” era um costume, uma ceia-refeição, um jantar entre os irmãos para alargar o sentimento cristão e o desenvolvimento do amor mútuo (Atos 2:42, 46). Era uma prática ótima, tão boa que motivou a unidade que o Espírito Santo precisava no Pentecostes. Este costume também imprimiu neles um profundo sentimento humanitário, pois não havia necessitados entre eles (Atos 2:45), e os pobres de Jerusalém por eles foram socorridos (Rom. 15:25 e 26). Finalmente, não podia ser Santa Ceia, pois não usaram o suco da vide, não procederam ao lava-pés (João 13:1-15; I Tim. 5:10); e muito menos há indícios sequer da Santa Ceia celebrada pelo mesmo Paulo (I Cor. 11:23-29). Ademais, o costume era partir o pão em casa (de casa em casa – Atos 2:46), o que prova ser uma refeição amigável, apenas.
• Nesta descrição – “E no primeiro dia da semana ajuntaram-se os discípulos...” entende-se com clareza tratar-se da noite do Sábado; pois que o dia é contado de pôr-do-Sol à pôr-do-Sol. Se assim é, o que ocorreu então? Paulo passou com os discípulos o Sábado, como era seu costume (Atos 17:2); e, ao terminar o dia, no pôr-do-Sol, e começar o primeiro dia (início da noite de Sábado), Paulo que teria de partir no dia seguinte (parte clara do primeiro dia da semana), desejou usufruir da presença dos discípulos, e isso foi até à meia noite (lógicamente do Sábado). Entretanto, foi uma reunião acidental, cujo motivo principal era o fato de ter Paulo que se ausentar dos irmãos, em cuja presença estivera durante uma semana (Atos 20:6). Se esta partida se desse numa terça, quarta ou quinta-feira, Paulo, como desejava, alargaria a prática até à meia noite anterior à sua viagem.
QUANTO AO MAIS, OBSERVEMOS:
• Paulo, como bom judeu, não poderia iniciar uma viagem no Sábado. De sorte que o aproveitou em assuntos espirituais, estendendo a prática por toda a tarde (conforme seu costume: Atos 16:13), e iniciando uma vigília até domingo de manhã, quando o navio havia de partir (Atos 20: 11).
• Caso admitamos que a reunião se deu no domingo, e como a noite de domingo já é o início da segunda-feira (segundo a contagem de tempo de Deus), por conseguinte a “Santa Ceia” se deu na segunda-feira, e não no domingo.
• Mesmo que esta reunião tenha se dado no domingo, mesmo que fosse uma Santa Ceia, ainda não há autorização expressa, específica, comprobatória da mudança do Sábado para o domingo. Pelo contrário, no tocante ao Sábado, Paulo o menciona diversas vezes, numa proporção de 10x1, em comparação ao primeiro dia da semana (Atos 18:1-3, 4, 11; 19: 8,10).
8 “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá ajuntando para que se não façam coletas quando eu for.” I Coríntios 16:2.
Submetamos também este texto ao crivo das Escrituras, para que os irmãos se sirvam dele para o bem. A tradução Almeida Revista e Corrigida omite a palavra EM CASA. Porém, a própria tradução Almeida, Revista e Atualizada, acrescentou tal expressão porque, de fato, ela consta do original. Nota-se por isso a sinceridade do tradutor que, sendo adepto do domingo, incluiu a expressão em casa, pois, se não fizesse isso, porporcionaria forte argumento a favor da crença de que a coleta era na igreja. Daí, há que se deduzir:
• Paulo soube que os crentes de Jerusalém (Atos 11:28 e 29) estavam em grandes necessidades, e os discípulos decidiram socorrê-los.
• O apóstolo então pediu aos irmãos que sistematicamente, em casa, no primeiro dia da semana, fossem ajuntando alguma coisa; dinheiro, alimento, roupa, sandálias, etc. E por que, no primeiro dia da semana? Ora, é o primeiro dia não somente de atividades e trabalhos, como marca o início de um novo ciclo semanal, logo após passado o Sábado do Senhor. (Leia estes versos e comprove como Paulo se envolveu nesta coleta filantrópica: Rom. 15:25 e 26; compare com Atos 19:21; 20:3; 24:17; I Cor. 16:1-5; II Cor. 8:1-4; 9:1 e 2). Deviam, portanto, ir ajuntando conforme sua prosperidade para que, quando Paulo fosse ter com eles, no Sábado, apanhasse a oferta. Agora, por que sei que Paulo iria à igreja no Sábado?
RAZÕES
• Era o dia que Paulo tinha por costume ir à igreja (Atos 17:2), portanto era nele que os irmãos, judeus e gentios, levariam suas dádivas à casa de Deus.
• Paulo trabalhava durante a semana e no Sábado ia à igreja. Atos 18:1-4.
Bem, acabaram-se os textos (8 apenas), em que os cristãos hoje se baseiam para advogar a tese da santidade do domingo. Neles não encontramos nada que dê, pelo menos, alguma pista para a aceitação do domingo tomando o lugar do Sábado. Por outro lado, acompanhe Paulo e veja como ele tratava o Sábado.
Atos 18:1-3 – Aqui prova que Paulo trabalhava fazendo tendas, durante a semana.
Atos 18:4 – Neste, prova-se que Paulo não trabalhava no Sábado, mas ia à igreja, pregar para gregos, prosélitos e judeus.
Atos 18:11 – Lucas diz que Paulo assim procedeu em Corinto, trabalhando durante a semana, descansando aos Sábados, durante um ano e seis meses (18 meses). Ou seja, 78 Sábados guardados e, em nenhum deles, Paulo mencionou tivesse o Sábado sido abolido ou cedido seu lugar ao domingo.
Atos 19:8-10 – Paulo, em Éfeso, pregou o vangelho durante dois anos e três meses (27 meses), ininterruptamente. Isto é, 116 Sábados guardados. Nada de domingo.
A Epístola aos Romanos, que é a carta de exaltação à Lei de Deus, foi escrita de Corinto, durante a terceira viagem missionária de Paulo (Atos 20:1-3), no inverno de 57-58 d.C. (Rom. 16:23; I Cor. 1:14; II Tim. 4:20). Nesta cidade, onde Paulo implantou o cristianismo puro e genuíno, confirmando por exemplo a santidade do Sábado, escreveu sua epístola aos cristãos de além-mar, e nada falou sobre a pseudo-santidade dominical.
A Epístola aos Gálatas também foi escrita de Corinto, pela mesma época, e é um severo rebate aos professores judaizantes que tentaram injetar lá a perniciosa doutrina da justificação pelas obras da Lei Cerimonial; porém, nada promulgou Paulo em favor do primeiro dia da semana.
A Epístola aos Tessalonicenses também foi escrita de Corinto (I Tess. 3:1,6 – comparar com Atos 17:15) pelo ano de 51-52 d.C. Era este grupo uma igreja exclusivamente de gentios (I Tess. 1:1,9), e, no entanto, Paulo nada informou da santidade do domingo.
A Epístola aos Coríntios foi escrita de Éfeso (I Cor. 16:8), na primavera de 57 d.C. onde Paulo trabalhou durante três anos (Atos 20:31). A Igreja de Corinto foi estabelecida em sua segunda viagem missionária, onde Paulo fez 18 meses de evangelismo, e nunca falou sobre a guarda do domingo.
Nas igrejas de Corinto e Éfeso (esta era, principalmente, de formação gentílica – Efé. 1:1; 2:11; 4:17), onde passou grande parte de sua vida ministerial, Paulo estabeleceu entre outras doutrinas os dons espirituais, mas nunca situou o domingo como tomando o lugar do Sábado. É inconcebível que, ao estabelecer-se uma igreja, o corpo doutrinário não fique definido! – Por que então Paulo nunca falou, sequer uma vez, da santidade do domingo?
CONCLUSÃO – Paulo, o missionário que implantou o cristianismo entre os gentios, estabeleceu várias igrejas (Atos 16:5; 18:22; Gál. 1:22; I. Cor. 16:19; II Cor. 8:1, etc). Ungiu diversos presbíteros e diáconos (Atos 14:23; 20:17). Empossou líderes na igreja (I Cor. 12), mas nunca mencionou nada que abonasse o domingo entre os cristãos judeus ou gentios convertidos. Pelo contrário, em Éfeso e Corinto guardou e pregou em 194 Sábados, durante três anos e nove meses, estando semanalmente com os irmãos. Ora, convenhamos, se não falou em nenhuma oportunidade que o domingo ocupou o lugar do Sábado, é porque não aceitava assim.
O escritor de Atos foi o gentio Lucas. Escreveu tudo sobre os Atos dos Apóstolos, especialmente os de Paulo, e nada falou da mudança do Sábado para o domingo. Irmão, não resista mais. Nada há de concreto, palpável, claro a respeito do domingo no Novo Testamento, o que não se dá com o Sábado, que é uma realidade em toda a Bíblia. Só no Novo Testamento há 59 referências ao Sábado (ver pág. 133). Paulo cumpriu em sua vida a Lei Moral dos Dez Mandamentos, trabalhava seis dias da semana, e descansava um dia; e a Bíblia assegura que era o Sábado.
PARA VOCÊ PENSAR – Depois da ressurreição, Cristo passou 40 dias instruindo Seus discípulos sobre o estabelecimento de Sua igreja e, no entanto, não disse que o Sábado foi transferido para o domingo por causa de Sua ressurreição. Seria desumano, bem como grande crueldade e desamor, deixar Sua mãe, o apóstolo amado, Pedro e tantos outros enganados! Se realmente o Sábado tivesse sido abolido, Jesus diria abertamente. Creia!
Entretanto, o ensino claro de Cristo foi este, preste atenção: Olhando o Mestre a iminente destruição de Jerusalém cerca de 40 anos depois de Sua ascenção, Ele deu este conselho aos discípulos:
Mateus 24: 20
“...Orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Sábado.”
Ora, irmão, Jesus deixa claro como a luz solar que, muito tempo depois de Sua ressurreição, o Seu povo deveria guardar o Sábado e não o domingo. A preocupação divina salta aos olhos. “Orai”, lembrou o Mestre. Esta expressão denota a sacrossantidade do Sábado. Estava Jesus preocupado em que Seus amados discípulos pudessem violar o santo Sábado depois que subisse ao Céu.
O que Jesus desejava é que os discípulos tivessem o Sábado em mente todas as vezes que orassem, já que se avizinhava a grande destruição de sua cidade. (A fuga se deu numa quarta-feira do ano 70, quando Jerusalém foi destruída, e assim evitou-se a transgressão do Sábado, com cargas, barulho, nervosismo, etc.).
Consequentemente, nem a morte, nem a ressurreição de Cristo, exerceram qualquer efeito quanto à mudança que hoje se propaga nos meios evangélicos. Portanto, fica patente: domingo não é, nunca foi, e nunca será símbolo da ressurreição. O batismo sim, o é!
Jesus foi o maior defensor do Sábado. Criou, santificou, abençoou, guardou e ensinou que ele estaria eternamente em vigor (Mat. 5:17 e 18), mesmo porque o Sábado é o memorial, o Selo de Sua Criação.
Nos dias de Jesus, o mandamento do Sábado era oficial, reverenciado, observado e definido. Eis o testemunho do evangelista a respeito da morte de Jesus:
Lucas 23: 53-56
“E havendo-O tirado, envolveu-O num lençol, e pô-Lo num sepulcro cravado numa penha, onde ninguém havia sido posto. E era o dia da preparação, e amanhecia o Sábado. E as mulheres, que tinham vindo com Ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o Seu corpo e, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos: E no Sábado repousaram, conforme o mandamento.”
O Sábado era amado por Jesus, daí Sua suprema preocupação em que não fosse transgredido por Seus amigos. O Senhor nunca foi contra este mandamento, nem jamais o tencionou mudar; pelo contrário, ordenava que os discípulos dessem ouvidos aos ensinos dos sacerdotes, e estes eram zelosos do Sábado. Sua preocupação, porém, era para observá-lo diferente dos tais ensinadores (Mat. 23:3), e por quê? – Porque coavam um mosquito e engoliam um camelo (Mat. 23:24). O Sábado deveria ser um dia deleitoso, digno de honra (Isaías 58:13), um dia aprazível, agradabilíssimo, mas os legalistas dele fizeram um dia da maior tristeza, um fardo mais pesado que um elefante.
Destaco do comentário de Taylor, Evangelho de João, Vol. 1 – págs. 126, 127 e 129, algumas tradições impostas sobre o Sábado:
“Os rabis fizeram uma lista de quarenta formas de trabalho menos uma. Se um homem praticasse no Sábado qualquer uma, devia ser apedrejado. Essas 39 categorias de trabalho eram chamadas ‘pais’ e cada ‘pai’ tinha ‘filhos’ de tradição sabática. Por exemplo, lavrar era um dos trinta e nove pais. Um filho de lavrar era cavar. E cavar abrangia muita coisa. Era proibido puxar uma cadeira de um lugar para outro no Sábado, pois podia cavar uma linha no assoalho.
“Permitia-se que um homem cuspisse na calçada no Sábado e que procurasse espalhar o cuspe com o pé, pois na calçada o pé não fazia sulco; mas o mesmo ato no chão era pecado, pois o pé, apagando o sinal do cuspe no chão, faria um sulco na terra, cavava.
“Outro pai era carregar peso e que numerosa descendência tinha! Não se permitia a um homem que levasse na boca a dentadura postiça no Sábado, pois era filho desse pai proibido.
“Um alfaiate não podia sair com sua agulha nem o escriba com sua pena, na sexta-feira de tarde, para não arriscar a possibilidade de voltar depois do pôr-do-Sol, e estar carregando esses pesos no Sábado.
“Outro pai proibido era colher, ceifar. Temos a narrativa da ofensa dos discípulos comendo grãos de trigo. Uma senhora não devia olhar-se no espelho no Sábado; podia ver um cabelo branco e ser tentada a arrancá-lo.
“Era proibido andar mais de 2.000 cúbitos (1.320 metros) no Sábado. Mas um fariseu que quisesse ir além poderia na sexta-feira pôr sua comida nesse ponto. Chegando ao fim dos dois mil cúbitos e achando a comida, diria: ‘Ah! eu estou em casa!’
“Não se podia comer um ovo que a galinha pusesse no Sábado. Mas se se dissesse: ‘Esta galinha se destina à mesa mais tarde’ – então poderia comer o ovo. Era apenas um pedaço da galinha que caíra, e se comia na intenção de equipará-la ao banquete de galinha assada que se teria, em outro dia.
“Havia um regulamento comprido sobre o nó que se poderia amarrar no Sábado, sendo proibido o nó de marinheiro e do condutor de camelos. Não se podia escrever juntas duas letras do alfabeto.
“Sapatos em que havia pregos não se podia calçar, pois isso seria carregar peso. Só se poderia calçar sapato costurado (o que somente os ricos e os fariseus poderiam adquirir). Também era lícito usar os dois sapatos, mas não um só, caso um homem estivesse com um calo ou ferida no pé. Um pão não se constituiria peso se carregado por dois homens, mas, um homem só carregando, então seria peso. Um judeu não podia tomar vinagre na boca, no Sábado, para aliviar a dor de dentes com bochecho, sem o engolir. Mas podia molhar a escova no vinagre.”
PENSE NISTO: Dois fariseus saindo da padaria carregando uma bisnaga. Cada um segurando um lado do pão. Não é para sorrir? É “sinceridade” demais!
Assim, a letra matou o deleite do Sábado. Felizmente Jesus libertou a alegria do Sábado destas tradições odiosas e inconsequentes e realçou o Sábado ao seu devido lugar. Sim, o Sábado, o memorial da criação de Deus é um dia deleitoso, agradável, espiritual. Deve ele servir ao homem e não o homem escravizar-se por ele, com infindas tradições tolas (Mat. 23:4; Luc. 11:46). Este Sábado feliz, Jesus aprova.
Por isso disse o Mestre: “...o Sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do Sábado.” (Mar. 2:27). Sim, o Sábado não necessita do homem. O homem é que necessita do Sábado, porém, livre dos disparates mencionados. Por isso Deus criou o homem primeiro, depois o Sábado, para atender suas necessidades: repouso, meditação, devoção espiritual, etc.
“O Sábado foi feito por causa do homem...” – Sim, para sua felicidade, para seu benefício, para o bem-estar de seu corpo. Logicamente, o homem deve guardá-lo, haja vista Deus tê-lo feito por sua causa; seria portanto falta de respeito e ingratidão para com o Criador o homem recusar aceitar algo criado para ele mesmo. Deus não faria nada para o homem que não fosse bom. E, se é bom, porque cancelar ou mudar? O caráter de Deus não muda. Sal. 89:34; Deut. 4:2.
Trata-se de causa e efeito: A causa, o homem. O efeito, o Sábado. Enquanto a causa (homem) existir, o efeito (Sábado) existirá como repouso de Deus para ele. Devemos ser coerentes com a palavra do Mestre. O Sábado foi feito por causa do homem e não do judeu. E Sua palavra proclama a universalidade do Sábado, porque o homem habita todo o nosso Planeta. “Deus ordenou que o Sábado fosse uma bênção, não uma carga, e é do interesse do homem, e não em seu prejuízo, o observá-lo. Foi designado para aumentar sua felicidade, não para causar-lhe dificuldade.” – The Sevent-Day Adventist Bible Commentary – Vol. 5, pág. 588.
Esta verdade não se prende ao domingo (primeiro dia da semana) que já existia quando o homem foi criado, cinco dias depois. Por conseguinte Jesus não somente é Senhor do Céu, da Terra, do mar, mas até do Sábado (Mar. 2:27; Mat. 12:8). Então, qual é o Dia do Senhor?
– Resposta: O Sábado, reconhecido por João em Apocalipse 1:10. Deus o chama: “Meu santo dia”. Isaías 58:13.
Efetivamente, nenhum dos apóstolos, muito menos o apóstolo amado, João, deu título sagrado ao domingo. Simplesmente denominaram-no de “o primeiro dia da semana”. Evidente que não podia dar. Nem o próprio Criador deu.
Se os apóstolos não deram santidade ao domingo, se Jesus não deu, quem então o fez? Que pena! Quem deu santidade ao domingo, quem o fez símbolo da ressurreição de Jesus, quem o estabeleceu como dia santificado e de guarda, foi justamente aquela que os protestantes hoje desdenham: a Igreja Romana. Aqui as provas transcritas do livro Estudos Bíblicos, páginas 405-407, editado pela CPB:
“Nós, católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.” – Pe. Júlio Maria, em Ataques Protestantes, p. 81.
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo, transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor: de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” – Monitor Paroquial de 26 de Agosto de 1926, Socorro, SP. Grifos meus.
“Pelo próprio ato da mudança do dia de descanso para o domingo, o qual todos os protestantes aceitam; e portanto, contradizem-se positivamente, observando estritamente o domingo, e violando a maioria dos outros dias de festa ordenados pela mesma igreja.” – Abridgment of Christian Doctrine, Rev. Henry Tuberville, D.D. do Douay College, França, 1649, pág. 58, grifos meus.
“A Igreja Católica, por sua própria infalível autoridade, criou o domingo como dia santificado para substituir o Sábado, da velha lei.” – Kansas City Catholic, 9 de Fevereiro de 1893.
“A Igreja Católica... em virtude de sua divina missão, mudou o dia de Sábado para o domingo.” Catholic Mirror (espelho católico), órgão oficial do Cardeal Gibbons, de 23 de Setembro de 1893, grifos meus.
“O domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser definida por princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é possível encontrar uma única passagem que autorize a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da semana.” – Catholic Press – Sidney, Austrália. 25 de Agosto de 1900.
“A Igreja de Deus porém, asachou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do Sábado... em virtude da ressurreição de nosso Salvador.” – Catecismo Romano, edição 1566, pág. 440, parág. 5:18.
“Observamos o domingo em vez do Sábado, porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia (364 a.D.) transferiu a solenidade do Sábado para o domingo.” – The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine, Rev. Peter Geierman, C.S.S.R.) pág. 50 – terceira edição, 1913, obra que recebeu a bênção apostólica do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de 1910.
“Podereis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse e não encontrareis uma única linha que autorize a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca santificamos.” – Cardeal Gibbons em the Faith of Ours Fathers, edição de 1892.
“A Bíblia manda santificar o Sábado, não o domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi a tradição católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no domingo, aboliu a observância do Sábado.” – O Biblismo, pág. 106, Padre Dubois – Belém.
“Não tivesse ela (Igreja Católica) esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam todos os religionistas modernos – não poderia haver substituído a observância do Sábado do sétimo dia, pela do domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.” – Um Catecismo Doutrinal, Rev. Stephan, pág. 174.

Agora observe o respaldo dos citados “religionistas modernos”:

CONGREGACIONALISTAS: “Não existe na Bíblia mandamento que requeira de nós a observância do primeiro dia da semana como sendo o Sábado cristão.” – Mode and Subjects of Baptism, por Fowler.

METODISTAS: “É certo não haver mandamento positivo para o batismo infantil... Tampouco o há para santificar o primeiro dia da semana.” – Theological Compend (1902), Rev. Amós Binneyas, 180 e 181.

LUTERANOS: “A observância do domingo não se baseia em nenhum mandamento de Deus, mas sim na autoridade da igreja.” – Augsburg Confession of Faith citado em Cox’s Sabbath Manual, pág. 287.

PRESBITERIANOS: “Deus instituiu o Sábado na criação do mundo separando para este fim o sétimo dia, e impôs sua observância como obrigação universal, moral e perpétua.” – Dr. Archibaldo A. Hodge, da Comissão Presbiteriana de Publicidade.

PENTECOSTAIS: “A Bíblia nos mostra a sagrada Lei de Deus: ‘faça isto’, ‘não farás!’. Êxo. cap. 20. E essa Lei deveria ser observada, cumprida rigorosamente – e até aos nossos filhos a deveríamos fazer conhecer. Deut. 6: 1-13. A Palavra de Deus é, sob certos aspectos, autoritária! Ela nos fala de modo imperativo.” – Lições Bíblicas, 7-12/1966, Dir. Respons. Pastor Emílio Conde, pág. 12.

BATISTAS: “Cremos que a Lei de Deus é a base eterna e imutável do Seu governo moral (Rom. 3: 31. Mat. 5: 17. Luc. 16:17. Rom. 3:20); que essa Lei é santa, justa e boa (Rom. 7: 12. Sal. 119); que a incapacidade dos homens decaídos, da qual falam as Escrituras, para cumprirem os seus preceitos, provém unicamente do seu amor ao pecado (Rom. 8: 7-8. Jos. 24: 19. Jer. 13:23. João 6:44); que um dos principais objetivos do evangelho é o de libertar os homens do pecado e restaurá-los em Cristo a uma obediência sincera dessa santa lei, concorrendo para isso os meios da Graça proporcionados em conexão com a igreja visível (Rom. 8:2-4. Heb. 8: 10. Heb. 12.22-25).” – Manual das Igrejas Batista, por Willian Carey Taylor, 4a. Edição, 1949, pág. 178, Artigo XII – Casa Publicadora Batista.

MÓRMONS – “Há aqueles que gostariam de destruir o Decálogo, ou os Dez Mandamentos... Tais mandamentos não foram ab-rogados, nem anulados e estão em vigor hoje da mesma forma como estiveram quando pronunciados em meio aos trovões no Monte Sinai, embora não sejam observados.” – Joseph Fielding Smith, The Heed to Yourselves, pág. 133.
Eis aí, declarações sinceras. O Sábado é inegável. É bíblico. É eterno. É divino. Infelizmente só não é colocado em prática. Leia, irmão, Atos 5:29.
Assim, amado, grande número de escritores protestantes e autoridades evangélicas em geral admitem que foi por autoridade da Igreja Romana e não por ordem divina ou apostólica que o domingo tomou o lugar do Sábado, e passou a ser santificado pela cristandade. Destaco por fim, o Dr. Edward T. Hiscox, autor do Manual Batista, que fez perante um grupo de ministros, a seguinte honesta afirmação:
“Havia e há um mandamento para santificar-se o Sábado, mas aquele Sábado não era o domingo. Será dito, talvez, e com ostentação de triunfo, que o Sábado foi transferido do sétimo para o primeiro dia da semana, com todos os seus deveres, privilégios e sanções. Desejando ardentemente informações sobre este assunto, que tenho estudado por muitos anos, pergunto: Onde se pode achar o relato de tal transferência? Não no Novo Testamento, absolutamente não! Não há na Escritura evidência de mudança da instituição do Sábado, do sétimo dia da semana.
“É para mim incompreensível que Jesus, vivendo durante três anos com Seus discípulos, conversando com eles muitas vezes sobre a questão do Sábado, tratando-o nos seus vários aspectos, ressalvando-o das falsas interpretações, nunca Se referisse a uma transferência desse dia; mesmo durante os quarenta dias de vida após Sua ressurreição, tal coisa não foi indicada. Nem tampouco, quanto ao que sabemos, o Espírito Santo, que fora enviado para lhes fazer lembrar tudo quanto haviam aprendido, tratou desta questão. Nem ainda os apóstolos inspirados, pregando o evangelho, fundando igrejas, aconselhando e instruindo, discutiram ou abordaram o assunto.
“...estou bem certo de que o domingo foi posto em uso como dia religioso, bem no princípio da história cristã, pois assim aprendemos dos pais da igreja e de outras fontes. Mas que pena ter vindo ele estigmatizado com a marca do paganismo e crismado com o nome do Deus Sol, quando adotado e sancionado pela apostasia papal, e dado ao protestantismo como um legado sagrado.” – De um discurso feito em 13 de Novembro de 1893, – (citado em Sub. do Erro, A.B. Christianini, págs. 169/170 – CPB, grifos meus). Este discurso foi reproduzido parcialmente no The Watchman Examiner, Órgão Batista editado em Nova York, edição de 16 de Novembro de 1893.

Assim, meu irmão, se nada há de concreto que abone o domingo como substituindo o Sábado, e o próprio Senhor sequer o menciona, para onde ir?
Verdade é que Jesus:
• Não transgrediu o Sábado (Mat. 24:20);
• Não o alterou (Mat. 5:17 e 18);
• E ao morrer disse: “Está consumado” (João 19:30).
Portanto, ninguém se atreva a anular ou acrescentar (Apoc. 22:18-19).
• O Sábado é o dia do Senhor: (Mat. 12:8; Mar. 2:28; Apoc. 1:10).
• Deus confirma: “Não Mudarei” (Deut. 4:2; Sal. 89:34).
• Não mente (Tito 1:2). A palavra do Mestre tem que prevalecer (I Tim. 6:3).

O domingo não é bíblico. Que fará Deus?
• A “planta” domingo será arrancada.
“...toda planta que Meu Pai Celestial não plantou, será arrancada.” Mateus 15:13.
Pense bem:
Se Jesus surgisse hoje ensinando publicamente, não repetiria as palavras de 2.000 anos atrás? Estas:
“Por que transgredis vós também os Mandamentos de Deus pela vossa tradição?” (Mateus 15:3).
“Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” (Mateus 15:9).
“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Heb. 10:31).
Abraço!!!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PAULO E O SÁBADO ..No Livro de Atos! ..Na Sinagoga?

Em sua primeira viagem missionária, Paulo fundou as IGREJAS de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe, e muitas outras nas segunda e terceira viagens; no entanto, a nenhuma delas disse que o Sábado cedeu seu lugar ao domingo.

“É possível que alguém imagine que a transgressão desse quarto mandamento é menos grave do que a transgressão dos outros nove. A verdade, porém, é que quem se dispõe a transgredir o quarto mandamento já tem no coração a inclinação de transgredir um ou mais dos outros mandamentos...
“Por que deve o homem guardar o Sábado do Senhor? Porque é justo! Segue-se aqui o mesmo princípio de não furtar porque não é justo.” – Pr. Harold J. Brokle (teólogo Assembleano), Prosperidade Pela Obediência, págs. 58,59.

Muitos advogam a tese de que, pelos escritos paulinos, o domingo é o dia de guarda. Porém, acontece exatamente o contrário, segundo o próprio São Paulo. Se tivesse havido alteração no dia de repouso do Sábado para o domingo, certamente ele o teria dito a nós, os gentios, pois, afinal, ele é o nosso apóstolo.
Acompanhemos Paulo em uma sinuosíssima maratona sabática, entre gentios, judeus, prosélitos, em todos os lugares, ratificando incontestavelmente a santidade do Sábado.
PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA: CHIPRE – ANTIOQUIA DA PSÍDIA
Paulo fez muitas viagens, estabeleceu diversas igrejas (Atos 16:5; 18:22; Gál. 1:22; I Cor. 16:19; II Cor. 8:1; Atos 14:21-27, etc), mas nunca disse nada a respeito do domingo substituindo o Sábado. Tome sua Bíblia. Como ponto de partida, examinaremos a respeito o livro de Atos, e, no capítulo 13, verso 2, por ordem do Espírito Santo, foram Paulo e Barnabé separados para a obra do Ministério. Empreenderam imediatamente a primeira viagem missionária, que abrangeu inúmeras cidades:
Atos 13:14
“E eles, saindo de Perge, chegando a Antioquia, da Psídia, e, entrando na Sinagoga, num dia de Sábado, assentaram-se.”
Paulo e seu companheiro foram à Sinagoga no dia do Senhor, o Sábado, e foi convidado a pregar o evangelho. Muitos admitem que Paulo só pregava nas Sinagogas dos judeus. Por isso pregava aos Sábados.
Bem, continue a leitura e aguarde a resposta. Por enquanto não esqueça: Paulo está no Sábado diante de judeus e gentios, e vai pregar. Que excelente oportunidade para anunciar a mudança do dia de repouso! Será que vai mencionar esta alteração? Diz a Bíblia:
Atos 13:16
“E, levantando-se Paulo, e pedindo silêncio com a mão, disse: Varões israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi.”
Note suas palavras: “Israelitas, e os que temeis a Deus”. Isto disse porque estavam congregados judeus e gentios. Paulo discursa poderosamente até o verso 41 deste capítulo e o tema central é a ressurreição de Jesus. Portanto, estava à frente da Sinagoga pregando, e nada disse da mudança do dia de Sábado para o domingo, em virtude da ressurreição do Senhor, como querem muitos cristãos. Ouça:
Atos 13:27
“Por não terem conhecido a Este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-nO, cumprindo assim as vozes dos profetas que lêem todos os Sábados.”
Paulo está confirmando que todos os Sábados era lida a Bíblia conhecida, isto é, o Antigo Testamento. Paulo relembrou a uma Sinagoga repleta de judeus e gentios o belo hábito da leitura da Bíblia aos Sábados. Ouça mais:
Atos 13:42
“E, saídos os judeus da Sinagoga, os gentios rogaram que no Sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas.”
Meu caro irmão, é contundente a expressão bíblica: os GENTIOS rogaram que Paulo novamente lhes pregasse no Sábado seguinte. Por isso concluo: seria desumano e cruel se aqueles gentios que amavam Jesus e desejavam servi-Lo fossem ensinados erradamente. Paulo atendeu a solicitação dos gentios. Passou uma semana inteira trabalhando e se preparando para no próximo Sábado voltar a pregar-lhes o evangelho. Veja:
Atos 13:44 – “... no Sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a Palavra de Deus.”
Que oportunidade magna para Paulo! Estava diante de quase toda a cidade (de Antioquia da Síria). Que grande responsabilidade! Eu pergunto: Porque Paulo não disse abertamente: Irmãos, vocês terão agora que guardar o domingo no lugar do Sábado, por causa da ressurreição de Jesus... Afinal, não pregava Paulo a respeito da ressurreição do Senhor? Caro irmão, Paulo sequer insinuou ou deixou transparecer algo a esse respeito. Partiu dali, deixando os irmãos exatamente como encontrou: guardando o Sábado, e com um presente, veja:
“Muitos creram e, foi organizada a primeira congregação gentia fora da Sinagoga.” – Conciso Dicionário Bíblico, editado pela Convenção Batista Brasileira, em 1983, 12ª edição, pág. 138. Ouça o que disse o referido Dicionário, à pág. 137:
“Depois do martírio de Estêvão, na época da dispersão, alguns judeus de Chipre e de Cirene, que se criaram em terras gregas chegaram a Antioquia (da Síria) e na Sinagoga pregaram aos judeus e prosélitos gregos. As pregações foram coroadas de êxito. Um misto de judeus e prosélitos gregos formou a congregação primitiva que, pouco a pouco, cresceu até que chamou a atenção da IGREJA EM JERUSALÉM...” (Viu? Igreja, e não Sinagoga).
A igreja em Jerusalém enviou Barnabé a Antioquia para ver o milagre que estava ocorrendo. Milhares de gentios estavam aceitando a Jesus pela pregação dos discípulos que foram dispersos pela perseguição desencadeada no apedrejamento de Estêvão – Atos 11:19-22.
Barnabé foi e ficou maravilhado. Encontrou uma igreja florescente e vibrante. Isso o motivou a tal ponto que decidiu ir a Tarso buscar aquele que fora o perseguidor da igreja – Saulo. Conduziu-o a Antioquia. Durante um ano Barnabé e Paulo permaneceram ali, fortalecendo a IGREJA.Ouça novamente:
“Daí em diante Antioquia tornou-se o local de grande desenvolvimento evangelístico e de interesse histórico para a igreja.” Idem, pág. 137. E é verdade mesmo, a ponto do Dr.Lucas, registrar o seguinte:
Atos 13: 1
“E na IGREJA que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Niger, e Lucio cirineu, e Manaem, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.” (Paulo-verso 9).
Certamente Paulo fortaleceu a fé e esperança dos irmãos, porém quanto ao dia de guarda, não houve, de fato, nenhuma mudança. Foi exatamente em Antioquia, onde, pela primeira vez, os discípulos foram chamados cristãos (Atos 11: 26). Ora, sendo uma cidade onde surgiram os primeiros cristãos, e a primeira igreja sedimentada e fortalecida por Paulo, como não lhes ordenou claramente ter o domingo tomado o lugar do Sábado? Considere isto irmão!
Percebeu? Paulo prega na Sinagoga e o cristianismo se beneficia. Lembre-se: Paulo NUNCA falou que o Sábado foi trocado pelo domingo. Não o disse na Sinagoga, tampouco na Igreja.
ICÔNIO – LISTRA – DERBE
Nas cidades de Icônio e Listra, Paulo não prosperou na pregação do evangelho, NA IDA. Mas, em Derbe, “o evangelho foi pregado com muito êxito”. (Ibidem, pág. 139). Paulo e Barnabé “deixaram de pregar, QUANDO REGRESSARAM, a fim de se dedicarem à tarefa de organizar novas igrejas, elegendo anciãos (Atos 14: 21,23) ou pastores em cada uma.” – Ibidem.
Atos 14: 1
“E aconteceu que em Icônio entraram juntos na Sinagoga dos judeus, e falaram de tal modo que creu uma grande multidão, não só de JUDEUS mas de GENTIOS.”
Paulo sempre começava seu trabalho missionário pela Sinagoga. Aqui pregou de “tal modo” que houve imensa conversão, inclusive de gentios. Acha você que após essa decisão ao lado de Cristo, Paulo não tenha orientado os irmãos em toda a doutrina do Senhor, no estabelecimento da Igreja Cristã? Certamente que sim. Eles continuaram guardando o Sábado, porque o próprio Paulo considerava-o o Dia do Senhor, não há dúvidas! Ouça mais:
Atos 14:21, 23
“E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia... E havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada IGREJA, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em Quem haviam crido.”
Pois bem irmão, Paulo fez muitos discípulos em Derbe, e assim a primeira providência seria a aquisição de uma casa onde pudessem acomodar-se. Se foram organizadas igrejas, como diz o texto, forçoso seria delinear as normas, regulamentos, doutrinas e tudo o que tange à liturgia cristã. Se isso é verdade, seria grave erro de Paulo não determinar também o dia que deviam santificar e reservar para o encontro especial dos irmãos com Deus. Se Paulo explícitamente não o fez é porque o Sábado já era conhecido de todos. Nada mais lógico. Da mesma sorte, se estabeleceu anciãos (auxiliares de pastor – presbíteros) em cada igreja, certamente deu todas as instruções necessárias na condução do rebanho de Deus, e o Sábado permaneceu intocável e inalterado. Nada se falou a respeito, sequer houve vestígios a favor do domingo.
Atos 14:28 – “E ficaram ali não pouco tempo com os discípulos.”
É um grande desamor deixar alguém enganado com relação a alguma doutrina bíblica. Se Paulo ficou tanto tempo com esses discípulos e nada lhes falou da mudança do Sábado para o domingo, duas razões teremos de admitir.
Primeira: Concordava ele que o Sábado era o dia de repouso, aceito por todos, judeus e gentios, por isso sequer o mencionava, pois era caso encerrado.
Segunda: Foi muita falta de consideração deixar os irmãozinhos enganados, sem lhes comunicar que agora o domingo era o dia santificado. Que acha?

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA: TRÔADE – MACEDÔNIA – FILIPOS
É maravilhososo! Deus “perdeu” Estêvão, mas Paulo o substituiu, e o cristianismo ganhou o maior de todos os baluartes. E vai ele:
Atos 16: 13
“E no dia de Sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para a oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se juntaram.”
Esse costume benfazejo de Paulo, nós todos poderemos ter. O mais importante do relato é que Paulo não está na igreja, nem na Sinagoga e sim pregando em praça pública (ar livre) no Dia do Senhor. Portanto, Paulo ia à igreja pela manhã, no dia de Sábado, e à tarde saía para o Trabalho Missionário. Exatamente como fazemos nós, os Adventistas do Sétimo Dia.
Ainda há que ressaltar o brilhante fato de que Paulo viajou de Trôade (Ásia) para Macedônia (Europa), por ordem divina (Atos 16:9). Foi diretamente para a cidade de Filipos, uma colônia romana (Atos 16: 12, 21). Ali, em um dia de Sábado, pregou para um grupo de mulheres, e entre elas está Lídia, uma comerciante de púrpura imigrante da Ásia, mulher pagã, que aceitou os ensinos de Paulo, e se converteu com toda sua casa (Atos 16: 14-15). Tornou-se, assim, a primeira cristã na Europa, fruto do trabalho missionário de Paulo. Ela o ajudou a estabelecer a igreja de Filipos, e o Sábado permaneceu sendo guardado como antes (Atos 16: 13). Começou portanto o cristianismo no Continente Europeu, no Sábado.
ATENÇÃO – Ouça com carinho o contexto comprobatório:
Filipenses 1:1 - “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos.”
Percebeu? Paulo está aqui se referindo a uma Igreja Cristã (seus membros) e não a Sinagoga. Esta é a IGREJA que Paulo fundou em sua segunda viagem missionária no Sábado. E Lídia e seus parentes foram seus primeiros membros. E o Sábado ficou como sempre: O Dia do Senhor. Por que Paulo não falou: Domingo!

TESSALÔNICA – BERÉIA
Atos 17: 2
“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e por três Sábados disputou com eles sobre as Escrituras.”
Veja como é claríssimo e insofismável. O costume de Paulo era ir à igreja aos Sábados. Quem duvida!? Valho-me da expressão de Lucas – “disputou” – , para dizer-lhe que: se Paulo disputou sobre as Escrituras, como é que nunca disputou a respeito do Sábado? Lógico que não faria, pois o Sábado é o Dia do Senhor, confirmado por todos, judeus, prosélitos e gentios. Por isso nunca disputaram sobre este santo dia.
Atos 17: 17
“De sorte que disputava na Sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.”
O texto é esclarecedor. Todos os dias! Paulo pregou o evangelho durante anos e anos, e nada disse da mudança do dia de repouso do Sábado para o domingo. Por que não fêz? Ouça o que Paulo disse:
I Tessalonicenses 1: 1-9
“Paulo, Silvano e Timóteo à IGREJA dos tessalonicenses... como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro.”
Vê! Uma igreja só de gentios convertidos do paganismo. Paulo nada lhes falou sobre o domingo no lugar do Sábado.

OLHA ESTE DETALHE
Paulo confirmava as igrejas (Atos 15: 41).
Paulo ensinava nas igrejas (I Cor. 4: 17; 7: 17).
Paulo pregava em todas as igrejas (II Cor. 8: 18-19).
Percebe? Paulo não pregava só na Sinagoga.
CORINTO
Nesta cidade foi que Paulo deferenciou e exaltou o Dia do Senhor, o santo Sábado. O apóstolo partiu de Atenas para Corinto, e ali encontrou um casal missionário – Áquila e Priscila, que eram construtores de tendas, e Paulo a eles se associou, veja:
Atos 18: 3-4
“E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. E todos os dias disputava na Sinagoga, e convencia JUDEUS e GREGOS.”
Percebeu? Judeus e gregos (gentios), todos ouviam maravilhados as grandezas de Deus e se convertiam ao Senhor Jesus. Anote agora:
Atos 18: 11 “E ficou (Paulo) alí um ano e seis meses, estudando entre eles a Palavra de Deus.”
Por favor, irmão, preste atenção: Já me disseram que Paulo trabalhava dia e noite para não ser pesado a ninguém. Já ouviu isso? Pois bem, não questiono que ele, como qualquer ser humano, trabalhava, mas... somente de domingo a sexta-feira, pois acabamos de ler que aos Sábados, ele, Áquila e Priscila fechavam a oficina e iam para a igreja, pois Paulo era o pastor, e isso de manhã, porque à tarde saíam para o trabalho missionário, com a oficina fechada (Atos 16: 13). Tal ensino durou, naquela cidade, um ano e seis meses.
Sabe você quantos Sábados há em um ano e seis meses? Isto mesmo: 78 Sábados, nos quais Paulo foi a igreja, trabalhando nos dias precedentes. Não foi tempo suficiente para que doutrinasse os coríntios quanto a observância do domingo em lugar do Sábado? Por que não o fez?
Medite nisto: Por visão celestial, Paulo pregou nesta cidade (Atos 18: 9-10). Por visão celestial, converteu-se, no caminho de Damasco (Atos 9). Não poderia o Senhor lhe dar uma visão celestial a respeito do domingo? Mas, não deu!
ATENÇÃO – Anote estes textos:
I Coríntios 1: 2 – “A Igreja de Deus, que está em Corinto...”
II Coríntios 1: 1
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo... à igreja de Deus que está em Corinto...”
Não há dúvidas, para um sincero leitor, compreender que estes 78 Sábados, Paulo os guardou não na Sinagoga, mas na igreja junto aos irmãos. Em realidade tanto na Sinagoga (judeus) quanto na igreja (gentios, prosélitos gregos e judeus convertidos), todos guardavam o Sábado. Mas ressalte-se a grande verdade: Paulo nunca falou nada a respeito do domingo tomando o lugar do Sábado.

TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA – ÉFESO
Paulo embarcou para Éfeso e deixou os coríntios guardando o Sábado, que tanto amavam, exatamente como diz a Bíblia. Nesta cidade Paulo também positivou a prerrogativa de ser o Sábado o Dia do Senhor, tanto na Sinagoga, quanto na Igreja Cristã. Veja:
Atos 19: 8,10
“E, entrando na Sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus... E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na ÁSIA ouviram a Palavra do Senhor Jesus, assim JUDEUS como GREGOS.”
Sabe, 2 anos e 3 meses são 116 Sábados guardados por Paulo. É tempo suficiente para doutrinar, de maneira que ficasse patente, sem sombra de dúvidas. Porém, que silêncio tumular! Nada de domingo. Toda a Ásia ouvira do apóstolo que trabalhava durante a semana fazendo tendas e, aos Sábados, ia à igreja pregar o evangelho e estar com os irmãos. Era o dia mais festivo e feliz, pois se reuniam, vindo de todas as partes, ao encontro de Deus, em Sua casa.
Convenhamos, o Sábado circundava a vida de Paulo. Seu viver foi uma demonstração inequívoca de que o Dia do Senhor para ele era o Sábado. Como ele gostava de ir à igreja neste dia!
ATENÇÃO – Analise com ternura este detalhe:
Apocalipse 2: 1-3
“Escreve ao anjo da IGREJA que está em Éfeso (Ásia)... Trabalhaste pelo Meu Nome...”
Jesus está dizendo igreja e não Sinagoga. E o detalhe é o seguinte: É na Igreja Cristã ou na Sinagoga que se “trabalha” pelo Nome de Cristo?
Portanto, os 116 Sábados guardados por Paulo na Ásia resultou num grande avanço para o cristianismo. Confirme:
I Coríntios 16:19
“As igrejas da Ásia saúdam-vos afetuosamente no Senhor...” Efésios 1:1
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo... aos santos que estão em Éfeso...” Efésios 2:11
“... lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne...” Efésios 4:17
“E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam os outros gentios...”
PERCEBEU? – Uma igreja só de gentios? – Sim! Asiáticos, europeus, cidadãos livres do Império Romano e escravos, todos guardavam o Sábado!
GRAVE ESTE DETALHE – Éfeso era uma cidade no coração da Ásia.
RATIFICANDO
Está claro que o apóstolo Paulo não mencionou ser o domingo o dia de guarda, nas igrejas de Chipre, Antioquia, Salamina, Perge, Derbe, Icônio, Listra, Macedônia, Trôade, Filipos, Tessalônica, Corinto, Éfeso e Galácia, por ocasião de suas viagens missionárias. Ao contrário, porém, focalizou o Sábado como dia sagrado de reunião semanal dos cristãos, da qual ele mesmo participava, deixando isso bem claro e específico, durante 1 ano e 6 meses (78 Sábados) em Corinto. E em Éfeso, durante 2 anos e 3 meses, guardou 116 Sábados. Nesta cidade, Paulo também testemunhou para o mundo cristão seu costume de observar o Sábado.
Se Paulo, nestas duas cidades, guardou 194 Sábados seguidos, e, em nenhum deles ensinou que fora abolido, é porque não foi mesmo. Consequentemente, devemos admitir que Paulo era a favor e observava o Sábado, nunca foi contra ele, como muitos sinceros cristãos hoje pensam, e a igreja Romana determina.
Agora finalizaremos, acompanhando o apóstolo pelas cidades de Tiro, Cesaréia e finalmente Roma, e o irmão irá ver que nada dirá com respeito a santidade do domingo, o primeiro dia da semana.
Antes, analise comigo um episódio de real significado para aqueles que de fato desejam examinar as Escrituras e viver segundo seus ensinamentos. Foi após o regresso dos apóstolos Paulo e Barnabé da primeira viagem missionária a Antioquia da Síria, no ano 49 d.C. Criou-se um grande problema em consequência de os novos conversos ao cristianismo serem obrigados a circuncidar-se, satisfazendo assim os caprichos dos judaizantes, que diziam ser este ritual (já abolido por Cristo) essencial a salvação. O conflito foi tão grande, que se determinou enviar tais apóstolos a Jerusalém a fim de consultar a Igreja Mãe, a respeito. Confirme lendo Atos 15: 1-2. Agora, ouça:
Atos 15: 6
“Congregaram-se pois os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.”
QUAL ASSUNTO? – Aquele pertinente a Lei Cerimonial que estava incomodando os crentes de Antioquia. Observe: O Sábado era ponto em comum entre eles. Não havia nenhuma divergência a respeito dele como dia de guarda.
Portanto, reuniu-se em assembléia geral a Comissão da igreja, encabeçada pelos apóstolos que Cristo estabeleceu. E a decisão foi:
Atos 15: 28-29
“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; das quais coisas fazeis bem em vos guardardes. Bem vos vá.”
Observe que depois de uma demorada reunião a respeito de assunto tão sério e necessário a igreja, a decisão não enfocou nada que falasse a respeito do domingo como o dia que tomou o lugar do Sábado. Pela lógica do raciocínio correto e do bom senso, conclui-se que, se este ponto não foi focado, é porque não merecia ao menos consideração. Entrementes, uma coisa é certa: O Sábado era o dia de guarda, para todos, apóstolos, judeus e conversos gentios. Isso é incontestável, ouça o que diz o contexto:
Atos 15: 21
“Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada Sábado é lido nas Sinagogas.”
Portanto, não apenas em Jerusalém, a sede do cristianismo, mas em todas as cidades da Ásia por onde Paulo passou pregando o evangelho, todos observavam o Sábado, conforme o relato da Bíblia. O mais contundente é que foi o próprio apóstolo Paulo o portador destas novas para aqueles dissidentes. Tudo voltou à calma, o cristianismo venceu e o Sábado continuou santo e separado como sempre. Glória a Deus!
GRAVE ISTO:
Há duas impressionantes controvérsias no Novo Testamento, entre a Igreja Cristã e o judaismo. Qual seja, Cristo no cristianismo e a circuncisão no judaismo. Entrementes, não há e nunca houve nenhuma polêmica entre estes dois grupos religiosos no Novo Testamento, no tocante ao Sábado.
– Por quê?
Imagine, se a Igreja Cristã guardasse o domingo e o judaismo o Sábado, não seria tremenda incoerência?! Mas nada há a este respeito no Novo Testamento, porque, como estamos vendo comprovado pela Bíblia, o dia de repouso bíblico, tanto de judeus quanto de cristãos, é o mesmo: o Sábado.
Caminhemos com Paulo, meu irmão!
Atos 20: 20-21
“Como nada que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar públicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus, como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.”
Paulo aqui usa de uma clarividência meridiana, e da sinceridade de um santo. Foi explícito: “Nada deixei de vos anunciar.” Portanto, se disse TUDO que era útil e necessário e nada mencionou sobre o domingo, e se no Novo Testamento nada há que o abone; se Paulo o omitiu em todas as suas viagens, pregações, epístolas, igrejas, Sinagogas, trabalhos missionários pessoais e públicos, é porque para ele era caso encerrado. Do mesmo modo nas igrejas que estabeleceu, o Sábado permaneceu como o Dia do Senhor. Não há como negar! Ouça mais:
Atos 20: 27
“Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.”
Novamente usa Paulo a expressão global e abrangente: “TODO”. Ora, se ensinou tudo mais uma vez, e nada mencionou a respeito do domingo como sendo o dia de guarda, temos de admitir que o domingo não é bíblico e deve ser considerado então de origem puramente humana – uma tradição de homens! Por outro lado, tudo que Paulo ensinou, conforme temos estudado juntos, o fez sempre aos Sábados, porque este era o dia consagrado ao culto dos fiéis. Era também, em seu tempo, o Dia do Senhor. Continua o apóstolo Paulo:
Atos 20: 31
“Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.”
Meus amados, se Paulo teve tanto tempo entre os irmãos, doutrinando-os até as lágrimas, seria cruel deixá-los enganados quanto ao dia santificado por Deus. Por que ele nunca disse que o domingo substituiu o Sábado? Não podia fazê-lo, pois ele mesmo observava o Sábado e, dessa forma, não poderia contradizer-se. Ele afirmou:
II Coríntios 11: 28
“Além das coisas exteriores, me oprimem cada dia o cuidado de todas as igrejas.”

TIRO
Atos 21: 4
“E, achando discípulos, ficamos ali sete dias; os quais pelo Espírito diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém.”
Bem, Paulo partiu da cidade de Tiro, porém, os discípulos permaneceram guardando o Sábado a cada final de semana, reunindo-se neste santo dia em suas igrejas.

CESARÉIA
Atos 21: 8, 10
“E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele... e, demorando-nos ali por muitos dias...”
Novamente teve Paulo amplas oportunidades e tempo bastante para pronunciar a mudança do dia de repouso, mas não o fez. Inda mais em se tratando que seu hospedeiro era evangelista e um dos sete diáconos estabelecidos pelo Espírito Santo para a Igreja Cristã. Era portanto indispensável que este servo de Deus recebesse as instruções, caso tivesse ocorrido a mudança do dia de repouso. Mas, o que houve? Silêncio total sobre o primeiro dia da semana. Continuou sendo um dia comum de trabalho e negócios seculares. Um dia que nem ao menos recebeu nome por parte do Criador, apenas é mencionado na Bíblia como primeiro dia. Fato que não ocorre com o Sábado; além do Senhor designá-lo como o sétimo dia, realça-o e define-o como o santo Sábado, para que ninguém se engane. Êxodo 20:8-11.

ROMA
Atos 28: 30
“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos que vinham vê-lo.”
Roma é o ponto final da grande jornada do apóstolo Paulo. Até aqui nada falou que sancionasse ou abonasse o domingo como sendo o dia de guarda em lugar do Sábado. Quem aceitar o domingo como dia santificado o faz por imposição humana, não tem a chancela nem a aprovação do apóstolo dos gentios. E na Carta aos Romanos, destacamos estas gemas preciosas para patentear sua aprovação ipsis litteris à santa Lei de Deus que tem como um dos mandamentos o Sábado, que Paulo reverenciou em toda sua vida cristã.
Romanos 7: 12
“E assim a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom.”
Romanos 7: 22
“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”
Eis aqui o segredo do amor de Paulo pelo Sábado. Ele tinha prazer em guardá-lo. Belo prazer do apóstolo, observar a lei da qual o quarto mandamento é o Sábado.
Por fim, prezado irmão, como você crê em Paulo e sabe ser ele o maior missionário depois de Jesus, bem como um servo fiel, ouça o seu conselho, como que enfeixando sua maratona sabática. Leiamos juntos:
I Cor. 4:16; Fil. 3:17
“Admoesto-vos portanto, a que sejais meus imitadores; ... sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tende em nós...”
Pois bem, Paulo foi claro. Pede para você e eu imitá-lo. Você sabe o que é imitar? Isso mesmo, seguir o exemplo de alguém em seu costume. Costume? – Sim! Costume. Ora, e qual era o costume de Paulo? – Ir à igreja aos Sábados, eis a confirmação:
Atos 17:2
“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três Sábados arrazoou com eles sobre as Escrituras.”
Aliás, este era o mesmo costume de Jesus (Luc. 4:16). Costume que nós adventistas seguimos no Século XXI. E é o costume da Igreja Batista de Jerusalém, em Israel – a Terra Santa
Prezado irmão, para tornar-se cidadão do Céu, o primeiro passo você já deu: Ir à Cristo. Os demais são seguir Suas pisadas, em obediência irrestrita à Sua Palavra. Eu oro para que você faça isso.
Creio que, deveras, você é um cristão sincero e obediente, assim que, se não há mandamento certo, específico, claro, insofismável, quanto à transferência do Sábado para o domingo, mas apenas suposição humana, é melhor ficar então com o que é claro e abonado por Paulo e o próprio Lucas que, sendo GENTIO de nascença, não se omitiu de escrever que os Atos dos Apostolos foram, dentro do contexto cristão e do puro evangelho de Jesus, ensinar que o Sábado era, é e será eternamente o Dia do Senhor, e isso provou Paulo, observando-o em todas as suas viagens, nas Sinagogas dos judeus e em todas as IGREJAS que estabeleceu entre os gentios.
ATENÇÃO – O Sábado foi guardado por todos os cristãos, desde Paulo até meados do século IV. A partir daí os judeus continuaram a guardá-lo nas Sinagogas, mas... a Igreja Cristã, que pena, adentrou um caminho estranho e triste. (Leia o capítulo DOMINGO BÍBLICO OU PAGÃO neste livro). Porém, a Igreja Batista Tradicional em Jerusalém, também guarda o Sábado.
Deixo-lhe a última mensagem paulina:
Romanos 15:18
“Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão daquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os GENTIOS à obediência, por palavras e por obras.”
SINAGOGA
“Antes do cativeiro, as práticas religiosas eram celebradas no Templo em Jerusalém. Enquanto durou o cativeiro em Babilônia, era impossível assistir ao culto no Templo em Jerusalém, e por isso foram-se erguendo Sinagogas em diversas partes, dentro e fora da Judéia. Na Sinagoga não se ofereciam sacrifícios; liam-se as Escrituras e fazia-se oração. No Velho Testamento não se encontram referências a estes lugares de adoração. Desde o primeiro século da Era Cristã que há notícias da existência da Sinagoga nos lugares onde havia judeus. A Sinagoga era o lugar de reunião para orações e leitura dos primeiros cinco livros da Bíblia, chamados a Lei. Nesse lugar o povo adorava durante o ano. O único Templo grande estava em Jerusalém, mas Sinagogas eram encontradas em toda a Palestina. Onde dez ou mais famílias moravam, frequentemente, havia uma Sinagoga. Ficava no ponto mais alto da cidade ou vila. O edifício era mais comprido do que largo. Do lado de fora havia uma escadaria que levava ao eirado. Dentro da Sinagoga quase sempre havia um armário; ficava encostado à parede que se voltava em direção de Jerusalém. Este armário ou cômodo era a Arca onde os Rolos Sagrados eram guardados. Estes eram a Lei, os Profetas e os Escritos. Uma fina cortina era pendurada ante a Arca.
“No meio da Sinagoga erguia-se uma plataforma onde eram colocados os púlpitos de leitura. Rente da plataforma e em frente da sala havia bancos chamados assentos dos anciãos. Ali, as pessoas importantes sentavam-se durante o culto. Ao redor da sala havia uma galeria gradeada para as mulheres e crianças. A Sinagoga durante a semana, era Escola, bem como lugar de reunião aos Sábados. Quando um menino completava seis anos de idade entrava para a Escola da Sinagoga e assistia até aos treze anos. Ali aprendia a ler a Lei e a recitar longos trechos dela de memória. Também aprendia a escrever partes dos primeiros cinco livros da Bíblia em hebraico, a língua na qual estes eram escritos. O aramaico e não o hebraico, era a língua falada diariamente pelo povo. As meninas aprendiam em casa com suas mães.
“Os materiais escritos eram raros e preciosos. Alguns alunos escreviam em pedaços de barro endurecidos, outros anotavam suas lições com certo objeto ponteagudo sobre cacos de jarro quebrado que eles encontravam na rua ou traziam de casa. Poucos alunos possuiam tabuinhas cobertas de fina camada de cêra e um estilete ou vareta de aço, com o qual escreviam nelas. A tabuinha servia para muitas vezes, porque após o término da lição escrita podia ser apagada. Zacarias escreveu numa tabuinha o nome de seu filho: João (Lucas: 1: 63).” – Pr. Braulino J.Vieira, teólogo Batista.
Bem, a Sinagoga nada mais era que uma igreja, não acha?
lembrando:
Há escritores evangélicos que, para tentar provar a santidade do domingo, dizem que os “pais da igreja” (patrística) observaram-no nos primeiros séculos.
Perdão, quero contestar! Só se foram os “padrastos”, porque os pais da igreja (apóstolos), bem como Seu fundador (Jesus Cristo), observaram o Sábado..
Abraço!!!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...