Agora que sabemos qual a lei que foi abolida por Cristo, resta-nos saber a finalidade da Lei Moral, dos Dez Mandamentos. Antes, porém, deixe-me explicar o que é cumprir a lei, porque muitos pensam que, por ter dito Jesus: “Eu vim cumprir a lei”, Ele a cancelou.
Tomemos, por exemplo, uma coisa simples, como uma placa de contramão. Esta placa, feita pelo Detran, consiste de um círculo vermelho com uma faixa branca cortando-o. Em qualquer país do mundo esta placa indica que é proibido ao carro seguir a rua onde ela esteja. Pois bem, então o motorista vai guiando o seu carro e de repente vê à sua frente tal placa. Se ele volta, ou dobra à esquerda ou à direita, ele está cumprindo a “lei” representada por aquela placa que o proibiu de seguir por aquela estrada. Então, cumprir é obedecer aquele regulamento. Como se vê, o cumprir não foi tornar nulo nem cancelar aquele dispositivo que o proibia seguir em frente.
Da mesma forma, o pedestre que vai atravessar uma rua, posta-se então na calçada, e espera que o sinal fique vermelho para os carros; quando isto ocorre, acende-se o sinal verde para ele atravessar tranquilamente a pista de rolamento. A “lei” é representada ali pelo sinal vermelho para os carros e pelo sinal verde para ele. Se o carro pára ao sinal tornar-se vermelho, está o motorista cumprindo aquele regulamento, a lei do trânsito; e, se a pessoa atravessa quando o sinal está verde para ela, da mesma maneira está cumprindo o requisito legal que determina estas normas.
Agora pergunto: Cumprir é cancelar, inutilizar, acabar? Certamente você responderá que não! Cumprir então é obedecer, neste caso, os estatutos do Detran. Da mesma sorte, qualquer proibição legal, obedecida, é cumprida, por quem a obedece.
Isto acontece com os governos, indústrias, comércios, escolas, universidades, que têm regulamentos e leis. Qualquer cidadão brasileiro que é fiel em suas obrigações no pagamento de seus impostos, e que cumpre as normas e leis estabelecidas para o nosso bem-estar, está livre de sua condenação, mas, tão logo as transgride, fica sujeito às suas penalidades.
Recentemente, em programa radiofônico de maior audiência no Rio de Ja-neiro, um jurista disse: “A lei cumprida, protege; a lei transgredida, condena”. Que bela verdade disse um homem que nem evangélico é!
Da mesma maneira ocorre com a Lei de Deus. Mesmo sem a explicação apresentada, será ilógico achar que Jesus “cancelou”, “acabou” com Sua própria lei. Primeiro, porque ela é eterna, como é eterno o nosso grande Deus. Sobretudo é o fundamento de Seu governo. Segundo, por ela será julgada toda criatura, conforme as palavras de Tiago 2:12: “Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. Terceiro, ela é tão importante e útil que está guardada no Céu. Observe: “E abriu-se no Céu o templo de Deus, e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo...” (Apoc. 11:19). Portanto, estão no Céu, dentro da arca, os originais da santa Lei de Deus, escritos pelo Seu próprio dedo. Isto é muito significativo, irmão. Queira ler: Êxo. 31:18; Deut. 10:5.
Pois bem, a finalidade da Lei de Deus é apontar, mostrar o pecado. A lei é o espelho espiritual do cristão. Se você estiver com o rosto sujo, o espelho mostra a sujeira e, então, o que faz? Lava-se, não é? O mesmo papel desempenha a Lei de Deus; ela mostra onde está sujo na vida do homem. Quando isso ocorre, a sujeira, isto é, o pecado, precisa ser removido.
Fala-se muito que estamos debaixo da Graça. Que a Graça cancelou a lei, etc. Entrementes, afirmo, com base nas Escrituras Sagradas, que a lei jamais pode ser abolida, porque se tal acontecesse não haveria a necessidade da Graça. Sim, Graça é um favor imerecido. É estendida ao homem para justificá-lo de seu pecado, quando ele expressa fé no sacrifício de Jesus.
– Que é pecado? Perguntou Billy Graham, quando de sua campanha evangelística no Rio de Janeiro em seu folheto intitulado: “Que importância você dá a Deus?” Ele mesmo responde: “Pecado é a quebra da Lei Moral... Porque todos nós temos quebrado os Dez Mandamentos...” Ele está certíssimo, porque a Bíblia revela tal verdade com estas palavras: “Qualquer que comete pecado, também transgride a Lei, porque o pecado é a transgressão da Lei” (I João 3:4 – Edição revista e atualizada). Esta é a mais clara e divina definição de pecado.
Não esqueça: a lei funciona como um espelho. Qualquer pecado na vida do homem é apontado por ela, e imediatamente ela o acusa, restando ao homem uma única saída para livrar-se de sua incômoda penalidade: recorrer à Graça de Deus, que é a aceitação do sacrifício de Jesus para sua vida.
Por conseguinte, para haver Graça, necessário é que haja pecado. E para saber se há pecado, preciso é que se tenha um código que o identifique. Por favor, irmão, preste a máxima atenção a este silogismo:
Romanos 4:15; 5:13
“Porque onde não há lei também não há pecado... mas o pecado não é imputado não havendo lei.”
Assim que, se alguém prega que a Lei de Deus foi abolida, forçosamente as pessoas terão de crer também que não existe pecado, e se assim é, todos são justos, e todos se salvarão, possuam ou não fé em Cristo, tenham ou não nascido de novo, sem a manifestação da Graça.
Sim, porque Deus não pode condenar nem destruir aqueles que não pecaram. Aceitando-se que a Lei Moral foi abolida por Cristo, não há mais necessidade de fé e muito menos angustiar-se por causa de uma perdição eterna, em chamas crepitantes, no Juízo Final. Agora observe o que diz o evangelista:
Mateus 1:21
“E dará à luz um filho e chamará o Seu nome Jesus; porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.”
Então, como é isso? Jesus nasceu para salvar homens do pecado?
Paulo afirma que, “...Se não há lei, também não há pecado...” (Rom. 5: 13). E se hoje em dia alega-se ter sido a lei abolida, o raciocínio lógico é que, se não há pecado (em virtude do cancelamento da Lei de Deus), não pode haver salvação, pois ela é a consequência da conversão do pecador. Se todos, porém, são justos (pois não há uma lei que aponte e mostre pecados), para quê salvação?
Ora, se não há salvação, que necessidade temos de Jesus? Conclui-se pela palavra dos que advogam a tese da abolição da Lei de Deus que – informa o apóstolo Paulo –, “não há pecado”. Não havendo pecado, dizemos nós, todos se salvarão, e o sacrifício de Jesus foi em vão, inútil e desnecessário, e é isso o que Satanás deseja, levando os homens a pensarem que a Lei de Deus foi abolida.
Digo-lhe irmão, fiado na Bíblia, a Lei Moral de Deus existirá sempre, enquanto houver pecado. Permanecerá ela como a expressa vontade de Deus para com o homem. Ela acusará sempre todo aquele que cometer pecado.
Saiba, meu irmão, quando se afirma que estamos livres da lei, isto é, de sua penalidade, fácil é saber se é verdade. Cumprindo os Dez Mandamentos em sua vida, a lei não o acusará. É como estar diante do espelho, e este mostra seu rosto completamente limpo. Mas, embora livre da condenação da Lei de Deus, pela justificação do sacrifício de Cristo, não quer dizer que o cristão esteja livre do pecado; em qualquer tempo que o cristão tornar a cometê-lo, novamente a lei o acusará, e assim acontecerá até a volta de Cristo, quando então, e só então e para sempre, será banido o pecado desta Terra. Depois leia estes textos: I. S. João 1:8,10. João 8:7.
Agora ouça, amado irmão, de que adianta dizer-se justificado, salvo pela Graça, e guardar apenas nove mandamentos, como é o caso de muitos, se a lei é composta de dez? Para estes há uma dura palavra na Bíblia:
Tiago 2:10
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.”
Se a Bíblia diz que “pecado é a transgressão da lei”, portanto, mesmo sendo apenas um mandamento quebrado, o pecado torna-se patente na vida do transgressor, pois para Deus o pecado não tem categoria nem tamanho. Pecado é pecado! Ouça:
I João 2:3 e 4
“E nisto sabemos que o conhecemos, se guardamos os Seus mandamentos; aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade.”
Percebe como é grave a situação? Meu amado, se à luz desta dura palavra, e se a Lei de Deus lhe mostra alguma transgressão, lave-se no sangue de Jesus, seja forte, decida-se. Pois a Bíblia determina:
Eclesiastes 12:13
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos, porque este é o dever de todo homem.”
Jesus disse ao jovem rico: “... se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mat. 19:17).
Você irmão, só terá absoluta certeza de que a lei não o acusa, se estiver guardando os Dez Mandamentos de que ela é composta. Esta é a única maneira de certificar-se de estar livre de sua condenação.
Alguém poderá dizer, como já ouvi: “Isso é legalismo”! Eu responderei: “Isso é o que diz a Bíblia”, e eu creio nela. Outros dizem: “Ninguém pode guardar toda a lei”. Assim agem, porque não depositam em Deus suas fraquezas, para dEle receber força. Isso dizem os que limitam o poder de Deus. Isso dizem os cristãos de pequena fé. Isso dizem os que não querem ver os milagres de Deus.
Caro irmão, quer ser vitorioso e forte para poder guardar a Lei de Deus? Leia Filipenses 4:13, Mateus 6:33, Isaías 49:15 e 16. Leia várias vezes. Ore. E o Deus do Céu o abençoará ricamente. Se tomar a decisão de ser fiel a Deus nesta parte da Bíblia, reclame de Deus a Sua bênção.
Glória a Deus! Aleluia!
Abraço!!!