Passemos a limpo os fatos a respeito dos paralíticos bíblicos.
O PARALÍTICO DE CAFARNAUM
MATEUS CAPÍTULO 9
verso 1 – “E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou à Sua cidade, e eis que Lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama.”
verso 6 – “...(Disse Jesus então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa.”
Observações:
• Pode-se ler todo o contexto e se verá que não foi em dia de Sábado esta cura.
• Portanto, não cabe recriminar a Jesus ou cancelar o mandamento do Sábado.
MARCOS CAPÍTULO 2
verso 3 – “E vieram ter com Ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.”
verso 4 – “E, não podendo aproximar-se dEle, por causa da multidão,descobri-ram o telhado onde Ele estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.”
verso 11 – “(Disse Jesus): A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.”
verso 12 – “E levantando-se e, tomando o leito, saiu da presença de todos...”
Observações:
• O estudante apressado, lendo estes versos e fechando a Palavra de Deus, entende que este leito deve ser uma cama de madeira, pesada e robusta. Sem um estudo acurado do tema, pode-se, com a maior naturalidade chegar a tal conclusão. Porém, será uma conclusão verdadeira?
• Esta é uma lógica. Mas, existirão outras? Se houver, qual a mais racional?
• Se a esta lógica apegarmos para basear a nossa fé, o mandamento do Sábado não foi quebrado, porque este incidente não se deu nele. (Leia-se todo o contexto).
• Agora a outra lógica, com subsídios palpáveis. No Dicionário da Bíblia de John D. Davis, pág. 97, há esta esclarecedora definição da tal cama: “Utensílio doméstico que serve para dormir. Os pobres e os viajantes, muitas vezes dormem no chão, cobrindo-se com a sua própria vestimenta.
A cama pode ser feita com um tapete, ou manta, que se enrola para ser transportada.” Mateus 9:6. (Este Dicionário é destacada autoridade eclesiástica não Adventista). Grifos meus.
Portanto, ainda que o ser trazido por quatro pessoas, este leito não poderia ser mais que uma manta reforçada, segura pelas quatro pontas esticadas, e a prova disso é que apenas por um buraco do telhado, desceram-no. E para dissipar todas as dúvidas, o relato diz que o paralítico, na presença de todos, tomou o seu leito e saiu. Cabe, então, a pergunta: Será que o paralítico era mais forte que os quatro homens que lhe carregaram com a cama? Ou será que ele enrolou a manta, colocou-a debaixo do braço e foi embora? Você decide, meu amado!
LUCAS CAPÍTULO 5
verso 17 – “E aconteceu que, num daqueles dias...”
verso 18-19 – “E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dEle. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até o meio, diante de Jesus.”
verso 24 – (Disse Jesus) “A ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa.”
verso 25 – “E, levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.”
Observações:
• A expressão clara e definida: “Num daqueles dias...” descarta a possibilidade total de ser Sábado. Pois se fosse Sábado, os fariseus não perderiam a oportunidade de acusar a Jesus de transgredí-lo, bem como recriminariam o paralítico.
• “Por entre as telhas”. Esta expressão denota claramente que a cama não era de madeira, nem de ferro, e simplesmente uma manta ou um tapete. Por uma abertura do telhado foi ela descida. E tem mais, o evangelista sinótico, Lucas, é mais explícito em sua afirmação, ao dizer: “tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa...” Portanto, a cama que subiu ao telhado foi a mesma que desceu, sendo a mesma que o paralítico curado, enrolou, colocou debaixo do braço e foi embora.
• Outra prova bíblica encontra-se na cura do cego Bartimeu (Mar. 10:46-52). Destacamos o verso 50: “E ele (Bartimeu) lançando de si sua capa (manta) levantou-se, e foi ter com Jesus”. Esta capa era a cama de Bartimeu. (Pedro também dormia sobre sua capa. Atos 12:7-8; Deut. 22:12).
O PARALÍTICO DE BETESDA – João Capítulo 5
O tanque de Betesda possuia cinco alpendres (v.2).
Alpendre é definido no dicionário como: “telheiro, meia-água, varanda coberta.”
Nestes alpendres ficava grande “multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados” aguardando o movimento das águas (v.3). Criam eles que de quando em vez um anjo agitava as águas do tanque e o primeiro que ali descesse sarava (v. 4). Entre estes, estava “um homem que, havia trinta e oito anos se achava enfermo”. E Jesus então lhe ordenou:
verso 8 – “Levanta-te, toma a tua cama, e anda.”
verso 9 – “Logo aquele homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era Sábado.
verso 10 – “Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: é Sábado, não te é lícito “levar a cama.”
Observações:
• No Sábado é lícito fazer o bem (Mat. 12:11, 12; Mar. 3:4, etc). Portanto não é nenhum pecado curar um paralítico, cego ou ressicado, neste dia.
• Os judeus – fariseus e doutores da lei – tinham tanto ódio ao Senhor que não poupavam esforços para condená-Lo vendo-O realizar alguma cura. Mais rancor demonstravam quando Jesus perdoava pecados (Mar. 2:7; Luc. 5:21).
• Novamente afirmo na força deste relato bíblico – “e tomou a sua cama” – que esta cama era de fato uma surrada manta, que, após enrolá-la, sobraçou-a e saiu satisfeito. Isso não é, também, nenhuma obra nem trabalho.
• Egoisticamente os judeus – fariseus e doutores da lei – repreendiam os beneficiados por Jesus, ao invés de se alegrarem com seus irmãos que se curavam milagrosamente da cegueira e deficiência física (Mar.3:1-5). Só fariseu mesmo pode achar que é trabalho carregar trapos rotos de panos velhos e surrados, enrolados debaixo do braço. Não é a toa que Jesus os classifica de “raça de víboras”. Mat. 23:33; 12:34.
• Quando os judeus disseram ao paralítico que não era lícito carregar a cama, não é porque ele estivesse transgredindo o mandamento do Sábado, – não. Mil vezes, não! Os judeus O estavam recriminando por quebrar a “parafernália” criada pelos doutores da lei (Luc. 11:46; Mat. 23:14). Eram 39 tradições inconsequentes, vazias, escandalosas e indigestas (leia-as na pág. 171, parág. 2º), e... não se escandalize.
• O Sábado do qual Jesus é Senhor (Mat. 12:8) – repito, é um dia feliz, deleitoso, aprazível, sem jugos ou fardos. É um dia alegre que dá prazer e não enfado (Isaías 58:13-14). O Sábado dos fariseus e doutores da lei, inimigos de Deus e da Verdade, é que era frio e escudado na letra que mata.
Conclusão – Entenda, meu irmão, carregar uma manta enrolada, ainda que sem necessidade, no Sábado, não é nenhuma obra ou trabalho. Os fariseus recriminavam o paralítico porque foram ensinados que carregar um lenço ou um pente no bolso, no Sábado, era transgressão do mandamento. Só isso. Nada mais que isso!
INCOERÊNCIA?!
Veja a que ponto de falta total de entendimento chegaram os judeus, fariseus e doutores da lei: disseram que Jesus não era de Deus (João 9:16) só porque no Sábado, fez lodo e colocou sobre os olhos de um cego para curá-lo. João 9:11.
A acusação dos fariseus contra Cristo foi que transgrediu o Sábado curando, fazendo lodo e mandando o cego lavar o rosto.
Incrível! Que trabalho! Que obra! Só fariseu mesmo para chegar a esta conclusão tão triste. Imagine, tomar alguns grãozinhos de terra, umedecê-los com a ponta dos dedos, é trabalho? Lavar o rosto sujo é obra? Fazer o bem no Sábado é pecado? Não esqueça: Foram os fariseus que disseram que Jesus transgrediu o Sábado. João 5:16,18.
Meu querido irmão, os fariseus estavam errados, cegos de inveja, ódio e ciúmes, que foram os sentimentos que levaram Lúcifer à transgressão. O Sábado nunca foi questionado nem transgredido pelo Senhor Jesus.
Se Jesus desejasse, apenas daria uma ordem e o cego ficaria curado. Ao passar lodo nos olhos do cego e mandá-lo lavar o rosto, Jesus estava provando a fé do pobre cego físico, e esperava fossem abertos os olhos dos cegos espirituais.
Abraço!!!